Lei de Newton
Todo mundo conhece a terceira Lei de Newton “ a toda ação
corresponde uma reação contrária de igual intensidade”. Depois da atitude do
presidente Trump, impondo novas tarifas aos produtos chineses, o governo desse
último país resolveu tomar mediadas, que não são surpresa: “pediu” para que as
empresas do governo diminuíssem a importação de soja dos EUA; e deixou sua
moeda, o Yuan, escorregar abaixo do nível de 7,00, que do ponto de vista
técnico, é bem perigoso.
O receber essa informação, o presidente Trump foi direto ao
seu Twitter e aproveitou para tuitar que: esse movimento da China é chamado de “manipulação
da moeda”. Se parasse por aí, seria compreensível, porem completou “ você está
ouvindo Fed? ”. Essa última é uma ameaça, ou só estava avisando o banco central
mais poderoso do mundo sobre a ação dos chineses? Parece brincadeira a forma
que o presidente se comunica com órgãos do seu próprio governo.
A tabela a seguir aponta para as diversas possibilidade que
o governo tem para intervir na moeda em conjunto com as probabilidades e seus
efeitos.
A China já deve ter perdido a esperança de qualquer acordo e
deve reagir a cada vez que o presidente americano impõe algum tipo de penalidade.
A defesa da China nesta ocasião, foi intervir no câmbio onde diretamente pode minimizar
a elevação de tarifas. Isso não acontece sem custo, de imediato sofrerá impacto
no fluxo de recursos, haja visto que, os ativos expressos em Yuan (renda fixa e
bolsa) perdem valor.
As moedas asiáticas também sofreram o impacto da medida
chinesa, apresentando uma queda de forma generalizada. É percebido um efeito em
cascata, dado a dependência desses países no fornecimento de componentes usados
na fabricação dos produtos, que a China exporta.
As taxas de juros que estavam baixas, e muitas delas
negativas, foram empurradas ainda mais para baixo. Os títulos em franco suíço foram
os primeiros a apresentar uma curva de juros totalmente com taxas negativas,
até os longínquos papeis de 50 anos. Na semana passada foi a vez dos alemães
que agora se encontram da mesma forma.
Existe uma frase muito usada quando um ambiente de risco se
assola. Quando o risco de quebradeira aumenta se busca “the return of capital
instead of the return on the capital”. Com taxas de juros negativas, nem isso
é mais válido! Se o Fed não quiser bater de frente com o mercado terá que
baixar os juros em mais 0,25% na próxima reunião, pois o mesmo já atribui uma
probabilidade de 100% de isso ocorrer.
Agora não estranhe se daqui a pouco, Trump anunciar que as
negociações estão muito avançadas, e que os chineses são muito legais. Sendo
assim, resolve postergar a imposição dessas tarifas. O motivo para essa atitude,
seriam eventuais quedas da bolsa americana, algo que ele realmente tem muito
medo. Vamos acompanhar qual é o seu stoploss!
No post whats-going-on, fiz os seguintes comentários
sobre o dólar: ...
“na opção do triângulo, é necessário o rompimento de R$ 3,80; no caso da
continuidade, será possível abaixo de R$ 3,72. Entre essas cotações é terra de
ninguém” ...
O mercado respeitou o nível de R$ 3,72 conforme eu vinha
alertando. Essa era a razão que eu não queria me envolver com um trade de venda
naqueles níveis. Na semana passada, o patamar de R$ 3,80 foi rompido, abrindo a
possibilidade de estar se formando um triângulo. Para dizer a verdade, o último
movimento me faz suspeitar de uma outra possibilidade, a de que a correção
terminou e o dólar caminha para romper a máxima de R$ 4,20.
- Como assim David, você
me pegou de surpresa!
Não queria te assustar, mas a alta dos últimos dias me
obriga a não descartar essa hipótese, mas ainda não trabalho como sendo essa a
principal. Vejam a seguir o gráfico contendo os cenários possíveis:
1)
Ainda tem chance – Nessa opção, o dólar
poderia subir até R$ 4,03 para em seguida iniciar um movimento de queda que o
levaria até o nível de R$ 3,55.
2)
Triângulo – Essa possibilidade difere
pouco da próxima, pois ambas têm como objetivo níveis superiores a R$ 4,20.
(*) Dentro
dessa opção é possível que o triângulo rompa para baixo, negando esse
argumento. É importante notar que, esse é o cenário de menor probabilidade, 1/3
das situações. Caso o triângulo passe a ser a opção mais considerada, vamos
apontar os níveis para cada um dos casos citados.
3)
Novos Horizontes – Por fim, esse seria o
cenário que implica em mercados bem estressados. Como comentei acima, o dólar
deveria acelerar a partir de agora, rompendo a máxima de R$ 4,22 que ocorreu um
ano atrás. Naquele momento, a razão era bem diferente da atual, pois havia
dúvidas quem seria o presidente do Brasil, agora é por causa das loucuras do
Trump.
- Legal David, agora
que você colocou esse monte de cenários, com certeza vai acertar na Mosca!
Hoje você está terrível. Muito bem, vou colocar alguns níveis
que identificam cada um deles.
[ R$ 3,97 – R$ 4,04 ] – Esse seria o máximo aceitável para o
cenário1 – Ainda tem chance. Em se atingindo esse nível, uma reversão
deveria acontecer.
[ Até R$ R$ 4,10 ] – Caso as cotações se estendam até esse nível,
o caso Triangulo estaria em voga. Em seguida, uma reversão deve acontecer
levando o dólar até R$ 3,80. Não vou complicar com outras considerações depois
disso para não confundir a cabeça dos leitores. Nesse o caso, teremos tempo
para expor esses pontos.
[ Acima de R$ 4,12 e depois de romper R$ 4,22 ] - o cenário Novos
Horizontes toma pulso, sendo assim, novas máximas deverão acontecer com o
dólar.
As vezes se torna muito difícil expor um cenário quando as
ondas de Elliott Wave não estão definidas, mais difícil ainda quando o caso é
uma correção, o que acontece na maioria desses casos. Nessas situações existem
duas possibilidades de ação: escolhe-se uma opção considerada mais factível. Sugere-se
o uso de um stoploss curto; ou se opta por ficar observando até que o movimento
indique algo mais claro. No caso do dólar, o Mosca optou pelo último.
O SP500 fechou a 2.844, com queda de 2,98%; o USDBRL a R$
3,9625, com alta de 1,92%; o EURUSD a € 1,1198, com alta de 0,82%; e o ouro a
U$ 1.462, com alta de 1,52%.
Fique ligado!
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