1,2,3 acabou? #nasdaq100

 

Ontem foi publicado a primeira previa do PIB americano que contraiu 0,9%. Uma avaliação nos subitens se faz necessária para uma melhor compreensão. A balança comercial contribuiu substancialmente mais pela queda das importações, enquanto os estoques agiram no sentido inverso pois as empresas destocaram produtos. Mas o consumo que é o motor da economia cresceu muito pouco.

O Wall Street Journal reportou esse dado da seguinte maneira: Até certo ponto, esse ponto de inflexão não é surpreendente. A recessão que começou com os bloqueios pandêmicos em 2020 foi a mais profunda e mais curta já registrada, e a recuperação que se seguiu foi excepcionalmente forte, restaurando rapidamente a produção econômica e o desemprego a níveis pré-pandêmicos. Assim, a fase de recuperação também seria curta. Isso não significa que a expansão acabou: significa que será muito mais moderada daqui para frente.


Porém a maior distorção ocorre por conta da inflação pois o PIB é medido em termos reais. Como a inflação tem apresentado resultados muito superiores ao padrão e considerando que o salário real não vem acompanhando os aumentos – no Brasil já ouvimos essa história antes – acarreta numa alta do PIB nominal – crescimento de 8% a.a. -, mas uma queda em termos reais.


Tecnicamente, com a queda sucessiva em dois trimestres do PIB poderia identificar como a economia estar em recessão. Porém como expliquei no post sinais-confusos o NBER – National Bureau of Economic Reserach usa diversos indicadores para identificar esse estado. Tudo indica que não irá declarar uma recessão pois dois fatores como a renda mensal e o emprego estão muito sólidos conforme se nota comparativamente  a outros momentos recessivos.


A taxa de desemprego está aproximadamente onde estava no início de 2020, mas o emprego é menor porque a força de trabalho encolheu; como parcela da população em idade ativa, foi de 62,2% no segundo trimestre, ante 62,7% previstos pelo CBO há dois anos. Os principais fatores parecem ser as aposentadorias, uma desaceleração na imigração e o Covid-19. Nenhum parece provável reverter em breve.
Além disso, falta de empregados e rápido crescimento salarial sugerem que o desemprego não pode ser sustentado em um nível tão baixo. Powell disse na quarta-feira que achava que a taxa natural de desemprego - o nível consistente com a inflação estável - é "materialmente" mais alta do que antes da pandemia. Se o desemprego real tiver que subir para esse novo nível natural, para reduzir a inflação, então uma recessão é provavelmente inevitável.

Powell e outros esperam que isso não seja necessário. As empresas podem simplesmente eliminar as vagas em aberto, em vez de demitir trabalhadores em resposta ao arrefecimento da demanda. As pessoas podem retornar à força de trabalho.

Nesse caso, o fim da recuperação não precisa levar automaticamente à recessão e ao fim da expansão econômica. Os EUA podem, em vez disso, enfrentar um período prolongado de crescimento abaixo de sua taxa potencial normal, que provavelmente está abaixo de 2%. O ex-governador do Fed, Larry Meyer, chama isso de “recessão de crescimento”. Mas o resultado é o mesmo: os EUA terão uma economia menor e menos vigorosa do que deveria, por causa das rupturas que os últimos dois anos causaram.

Em termos de inflação, o índice PCE que o Fed acompanha para definição de sua política monetária foi publicado hoje pela manhã em 6,8% a.a., acima do esperado. Com a aceleração dos sinais da inflação, principal e do núcleo, parece que a narrativa do 'pico de inflação' estourou mais uma vez.

Os mercados continuam em sua aposta que o Fed vai baixar os juros (despis de subir o que falta esse ano) já no início do próximo ano, fazendo com que a curva de juros fique invertida (10 anos 2,68% - 2 anos 2,90% = - 0,22%). Eu tenho minhas dúvidas se isso irá ocorrer, mas não sou o único, a empresa de pesquisas econômicas Numera, além de não projetar quedas dos juros em 2023 vê novas altas até o nível de 4,25%.


Esse quadro incerto em todas as frentes levou o Fed a ter uma postura aberta sem se comprometer a parâmetros ou indicações do que pretende fazer. Uma conclusão se pode tirar é que contrariamente a maioria das pessoas pensam sobre o Fed, o mercado acredita que ele será bem-sucedido, trazendo a inflação para baixo. Acho que estão acreditando até demais!

No post apenas-migalhas, fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ... “ Com as altas que ocorreram durante essa semana na nasdaq100, as chances de encerramento da correção se elevam. Como poderá ser visto no gráfico a seguir, ficou bem próximo de invalidar a opção de novas quedas” ...

Estou abandonando a opção de baixa, ou seja, estou considerando que a baixa que ocorreu desde o início do ano terminou. Importante ressaltar que, como tudo em análise técnica é probabilístico, entendam minha afirmação como mais provável. No gráfico a seguir, se nota a formação de 5 ondas da forma leading diagonal. Essa formação ainda terá que se provar a mais adequada.


- Finalmente acabou essa angústia! Vamos as compras?

Sim, vamos, porém vai ter que esperar um pouco. Conforme o gráfico acima mostra, uma correção deveria ocorrer, e é nessa correção que pretendo entrar. O nível que imagino seria entre 11.700/11.400.

Como comentei, estou trabalhando com formação diagonal, mas caso não seja essa, essa correção não vai ocorrer nessa magnitude. Vamos saber na sequência qual das duas.

Uma frase que capturei no Twitter espelham bem o mercado de alta – Bull Market e o mercado de baixa – Bear Market por Marty Chargin

…"A bull market will forgive a multitude of trading sins.... while a bear market will punish every mistake and sloppy trade"...

"Um mercado em alta perdoará uma infinidade trades errados ... enquanto um mercado em baixa punirá todos os erros e negociações descuidadas"... Perfeito!


O SP500 fechou a 4.130, com alta de 1,42%; o USDBRL a R$ 5,1730, com queda de 0,19%; o EURUSD a € 1,0225, com alta de 0,28%; e o ouro a U$ 1.765, com alta de 0,58%.

Fique ligado!

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