Sinais confusos #usdbrl

 

Todo começo de trimestre as empresas publicam seus balanços. Durante esse período acontecem oscilações significativas nos preços das ações quando os resultados vêm aquém do projetado. Durante o último trimestre as perspectivas sobre a economia americana pioraram muito sendo que hoje em dia cada vez mais investidores e analistas esperam uma cenário recessivo mais adiante. Quanto mais adiante varia de 6 meses até 2 anos.

 Esse cenário deveria colocar ainda mais em risco o resultado das empresas. Mas algo estranho está ocorrendo, conforme relata Hannah Miao no Wall Street Journal, ao comentar que resultados fracos de ganhos não estão incomodando os investidores, após um ano brutal para as ações.

 Os investidores estão recebendo relatórios de ganhos decepcionantes a passos largos.‎

‎Após um início de ano punitivo, o S&P 500 subiu quase 5% em julho, incluindo a alta de 2,5% da semana passada. Mesmo algumas empresas que registraram resultados trimestrais mais baixos viram suas ações se recuperarem nos dias seguintes.‎

Bank of America Corp ‎. apresentou um ‎‎lucro mais magro do que o esperado‎‎ na semana passada, mas suas ações terminaram a sessão pouco alteradas e saltaram 3,4% no dia seguinte. ‎‎Netflix‎‎ Inc.‎  ‎ disse que perdeu quase ‎‎um milhão de assinantes‎‎, e suas ações saltaram 7,3% na sessão seguinte. ‎‎Tesla‎‎ Inc. ‎quebrou sua série‎‎ de lucros trimestrais recordes, mas suas ações subiram 9,8% no dia seguinte. Todas as três ações tiveram um desempenho inferior ao mercado mais amplo este ano. ‎

‎Até agora, nesta temporada de resultados, as ações de empresas do S&P 500 que ficaram abaixo das expectativas de ganhos de Wall Street caíram 0,1% em média, considerando dois dias anteriores ao relatório, e os dois dias seguintes, de acordo com a FactSet. Isso se compara com a média de cinco anos de uma queda de 2,4%. ‎

Com ‎‎a inflação mais alta de quatro décadas‎,‎ e o Federal Reserve no meio de uma‎‎ campanha agressiva‎‎ para elevar as taxas de juros para controlar o aumento dos preços, muitos investidores dizem que se prepararam para um trimestre confuso. Empresas de todo o setor têm apontado para custos de insumos mais elevados e diminuição da demanda dos consumidores.‎

"Simplesmente não foi o acidente de trem que os investidores estavam prevendo", disse Sandy Villere, gerente de portfólio da Villere & Co. "O sentimento foi bastante negativo anterior a publicação dos lucros."‎

‎Ainda assim, poucos investidores estão dispostos a acreditar que a mínima ocorreu na queda que arrastou o S&P 500 para baixo 17% em 2022, e muitos estão prevendo mais volatilidade para o resto do ano.‎

‎Na próxima quarta-feira, os investidores estarão de olho na reunião de política monetária altamente anunciada do Fed — onde é esperado outro aumento da taxa de 0,75 ponto percentual — e a leitura inicial sobre o produto interno bruto do segundo trimestre. A temporada de resultados também aumenta com os relatórios a serem publicados da ‎‎Apple‎‎ Inc.,‎ Amazon.com   e ‎‎Exxon Mobil‎‎ Corp.,‎ ‎ entre outros.

A pesquisa global de gestores de fundos do Bank of America para julho, divulgada na semana passada, mostrou o pessimismo dos investidores em um "nível terrível" e o humor do mercado como "extremamente baixa". Esse sentimento sombrio é frequentemente um sinal contrariado que sugere que as ações podem subir nas próximas semanas, disseram analistas do banco.‎

‎A temporada de lucros ainda está em seus primeiros passos, com cerca de um quinto das empresas do S&P 500 tendo divulgado resultados. Cerca de 70% superaram as estimativas de consenso, e 26% perderam das suas projeções, de acordo com a FactSet. ‎

‎Analistas cortaram suas estimativas de lucro nos últimos meses, mas muitos investidores dizem que as projeções ainda estão muito ensolaradas. Ao todo, espera-se que os lucros do segundo trimestre subam 4,8% com base em uma mistura de resultados e projeções reais. Se esse número se mantiver, marcará o crescimento mais lento desde o quarto trimestre de 2020. Para o ano, projeta-se que os lucros subam 9,8%.‎

‎"As estimativas de consenso ainda são muito altas, mas o mercado já havia descontado em muitas empresas o declínio esperado nos lucros", disse Kent Insley, diretor de investimentos da Tiedemann Advisors.‎

‎As avaliações também caíram desde o início do ano. O S&P 500 está sendo negociado a 16,9 vezes o lucro esperado nos próximos 12 meses, abaixo dos cerca de 21 vezes os ganhos no final de 2021.‎

‎E, claro, muitas empresas viram suas ações caírem na esteira de reportar resultados fracos.‎

‎Como sempre, os investidores também estão prestando muita atenção aos comentários da administração sobre como as empresas estão navegando no segundo semestre.‎

‎"Os próximos trimestres serão mais representativos do ambiente de crescimento lento e inflação persistente", disse Insley.‎

Observando-se situações do passado, se nota que a bolsa acaba terminado a queda antes da recessão terminar. O gráfico a seguir aponta essas situações nas últimas 6 recessões que ocorreram nos EUA. Da esquerda para direita de cima para baixo estão em ordem cronológica. Notem também que mais recentemente esse intervalo – entre a reversão da queda e o término da recessão – foi diminuindo.

 Uma simplificação costumeiramente adotada para definir que uma economia está em recessão é adotada como 2 trimestres de quedas no PIB. Porém, o NBER – National Bureau of Economic Reserach usa diversos indicadores mensais para identificar esse estado econômico. Sendo assim, quedas no PIB trimestrais nem sempre se alinha com sua decisão.

Os leitores do Mosca sabem que estou buscando identificar um possível momento de entrada nas bolsas americanas. Os gráficos acima poderiam dar essa indicação, haja visto que, uma queda no PIB no último trimestre que acoplada a queda do primeiro trimestre se adequaria ao conceito clássico. Mas os outros dados nem de perto incidam que a economia americana está em recessão, basta observar por exemplo o mercado de trabalho que está mais para pleno emprego que qualquer outra coisa.

Lembrando que tudo acontece atualmente é em alta velocidade, sucinta a seguinte dúvida: a recessão tão anunciada vai mesmo acontecer da maneira mais ampla? Está parecendo tudo muito incerto. Ficamos com os gráficos para alguma orientação.

No post papo-de-corredor, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “a seguir a linha azul indica o caminho que deveria seguir o dólar nesse cenário. O nível final, em considerando as premissas indicadas seria ao redor de R$ 6,10/R$ 6,20” ...

 A queda que ocorreu hoje me levou a fazer alguns ajustes na configuração daqui em diante. A principal consequência seria o nível da alta conforme se pode notar no gráfico a seguir. Basicamente o que alterou foi o término da onda 3 azul destacado com a seta verde (*)

(*) sem complicar muito a vida dos leitores, mas na obrigação de ressaltar, a contagem postada na semana passada poderia ainda ter validade caso o dólar estancasse a queda de hoje e voltasse a subir. Porém considero essa possibilidade menos factível.

Nessa nova configuração o dólar deveria atingir entre R$ 5,80/R$ 5,91. Depois uma correção deveria se suceder, conforme seja sua extensão poderia declarar o final da alta, ou caso a queda seja “pequena” o movimento tenderia a continuar. Mas vamos deixar isso para mais adiante.


Nunca é tarde ressaltar que a mini correção em andamento deveria estancar ao redor de R$ 5,32/R$ 5,27, o que não pode ocorrer é violar o parâmetro denominado de stop loss a R$ 5,2095.

O SP500 fechou a 3.966, com alta de 0,13%; o USDBRL a R$ 5,3671, com queda de 2,34%; o EURUSD a 1,0222, com alta de 0,12%; e o ouro a U$ 1.718, com queda de 0,45%.

Fique ligado!

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