Emergentes na dianteira #usdbrl

Hoje é feriado nos EUA onde se comemora o dia da Independência. Nessas ocasiões os mercados mundiais ficam calmos. Recentemente, eu publiquei um post elaborado pela Gavekal questionando a possibilidade de os investidores preferirem os mercados emergentes ao invés dos desenvolvidos a-vez-dos-azarões. Um artigo publicado pela Bloomberg enfatiza que os mercados emergentes estariam prontos para encararem a possível recessão nos EUA.

Os mercados emergentes estão bem-posicionados para olhar para baixo uma recessão dos EUA e podem até ser capazes de atrair investidores para o seu caminho.‎

‎Essa é a mensagem de gestores de recursos, incluindo JPMorgan Chase & Co. e Deutsche Bank AG, mesmo quando os temores de uma contração na maior economia do mundo desencadeiam uma corrida para os Treasuries e outros ativos de seguros. Além da turbulência de curto prazo, dizem eles, as nações em desenvolvimento serão amortecidas por avaliações baratas, rendimentos mais altos, crescimento mais rápido e, acima de tudo, uma China ressurgente.‎

‎Isso soa como uma impossível dada a ‎‎escala atual de perdas‎‎ em mercados emergentes. Ações e títulos foram tomados pela queda mais acentuada desde a década de 1990, enquanto as moedas estão sofrendo suas piores perdas registradas, batendo até mesmo a queda que houve durante a Covid em 2020. Então, por que os investidores esperam que o mundo em desenvolvimento mostre resiliência quando uma recessão dos EUA atinge?‎

‎Rout histórico em mercados emergentes semeia sementes de outperformance‎

‎"Podemos estar perto do pico do pessimismo", disse Oliver Harvey, que lidera a pesquisa cambial para a Europa Central e Oriental, Oriente Médio, África e América Latina no Deutsche Bank. "Há razões para pensar que o desempenho dos mercados emergentes poderia se sustentar melhor do que em recessões passadas, incluindo a pequena propriedade estrangeira de ativos locais, um ponto de partida relativamente alto para taxas de juros e avaliações baratas."‎

A história mostra que meras expectativas de problemas econômicos dos EUA desencadeiam uma venda antecipada nos mercados emergentes e os deixam com valorização baixa mesmo quando a contração realmente chega. Por exemplo, os EUA saíram da chamada Grande Recessão apenas em junho de 2009, mas as ações e títulos de mercados emergentes haviam se esgotado em outubro de 2008, mesmo antes do Federal Reserve começar a flexibilizar quantitativamente. ‎

‎Desta vez, a venda em mercados emergentes começou no primeiro trimestre de 2021, um ano antes de começar em mercados desenvolvidos.‎

‎"Os ativos EM são baratos em relação à história e aos seus pares de mercado desenvolvido", escreveram Grant Webster, Werner Gey van Pittius e Peter Kent, da Ninety One, em um e-mail. "As avaliações atuais sugerem que uma leve recessão já está precificada e que uma recessão dura - embora não seja nosso cenário base - não está longe de ser precificada." ‎

‎Nação de Estímulo‎

‎De todos os fatores que os investidores dizem que minimizariam o impacto de uma economia dos EUA em declínio, nenhum deles é superior ao da China. Eles estão apostando em um ‎‎rebote‎‎ na segunda maior economia do mundo no segundo semestre, como o governo gradualmente ‎‎Facilita‎‎ Restrições de Covid e formuladores de políticas afrouxam as configurações monetárias. ‎

‎"Se a China ainda está crescendo razoavelmente bem, isso poderia reduzir parcialmente os temores de uma recessão nos EUA ou na Europa", disse Claudia Calich, chefe de dívida de mercados emergentes da M&G Investments. "Embora ainda existam potenciais ventos contrários macro e alguns dos países mais fracos possam enfrentar dificuldades, os preços e as avaliações já se ajustaram muito significativamente e muitos dos fatores negativos já estão precificados."‎

‎Novas esperanças de que os EUA aliviem as tarifas sobre as importações chinesas também contribuem para o sentimento. Entanto, alguns duvidam que a China possa desempenhar um papel eloquente na proteção das economias emergentes de uma recessão dos EUA.‎

‎"Uma recuperação na China da paralisação relacionada ao Zero-Covid certamente seria útil", disse Kamakshya Trivedi, co-chefe de pesquisa global de moedas e taxas de juros do Goldman Sachs Group AG. "Duvido que isso proteja completamente os mercados emergentes dos efeitos adversos, mas atenuaria o impacto."‎

‎Diferencial de Crescimento‎

‎Embora os países que dependem das exportações para os EUA e Europa, bem como aqueles com fracos saldos externos e baixos rendimentos reais permaneçam vulneráveis, os exportadores de matérias-primas podem ser protegidos pela demanda da China, que é o maior comprador, disse Tai Hui, estrategista-chefe de mercado da JPMorgan Asset Management na Ásia. ‎

‎O crescimento das economias em desenvolvimento continuará a superar os EUA, fornecendo suporte às moedas locais, de acordo com o Deutsche Bank. Ainda assim, o quadro é diversificado. Embora os riscos de crescimento estejam aumentando em países como República Tcheca e Chile, as perspectivas são fortes em economias como a Polônia e as recuperações continuam na África do Sul e no México, disse o banco.‎

‎No geral, economistas consultados pela Bloomberg projetam que a taxa em que os mercados emergentes crescem mais rápido do que os mercados desenvolvidos, mais do que dobrará, para 2,5 pontos percentuais em 2023. Se e quando os EUA entrarem em recessão, os investidores que buscam o crescimento podem ter pouca dúvida de onde devem ir.‎

‎"Uma recessão ampla dos mercados emergentes não é nossa linha de base, mesmo que nossos colegas esperem uma nos EUA", disse Harvey.‎

O quadro a seguir mostra a evolução do PIB entre as 15 maiores economias do mundo. Notem como a China saiu do 4º lugar, e em 2031 deverá ocupar a liderança. Mas não menos importante e até mais impressionante, a Índia deve ocupar a terceira posição em menos de 15 anos. Fico com raiva ao ver o Brasil que ocupava a 10ª posição em 2006 enquanto a Índia estava em 14º, e ficamos, e ficaremos, estagnados por aí mesmo!


Jeff Weniger, Head de equities na WisdomTree, publicou em seu Tweeter um gráfico comparando a evolução da bolsa chinesa com o SP500. Nela levanta a hipótese da China ter entrado em recessão em fevereiro de 2021 e agora estaria saindo dela enquanto os EUA ainda estariam entrando. É uma hipótese que merece acompanhamento nas próximas semanas.


Quando existe a menção de mercados emergentes apontando para perspectivas melhores no futuro a primeira ideia que vem a cabeça é que nos no Brasil estaríamos incluídos. Mas ao observar o que nos espera a frente em termos de política, sistema judiciário e engessamento das despesas públicas, podem estar certos de que não estão falando de nós. Ao se tornar um pais que só consegue se destacar pelas commodities, mas com dimensões e população enormes, não fecha a conta. O que nos resta é ficar em 10º lugar enquanto os outros passam a nossa frente. Muito triste!

No post o-imediatismo, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “ Meu objetivo para liquidar a outra metade da posição é R$ 5,33. Depois eu visiono uma nova rodada de quedas do dólar. Para que eu possa apostar nesse sentido é necessário que haja as 5 ondas para baixo a partir dessa região ou pouco mais acima. Porém, como venho sempre citando, existe um outro cenário onde o objetivo de alta do dólar passaria a vigorar” ...


Na última sexta-feira liquidei a outra metade da posição existente. Como venho anotando nas últimas semanas, o dólar está num momento crítico, onde ou vai iniciar um movimento de queda, ou contrariamente está se desenhando uma alta como citei no post acima: ... “Se não houver uma mudança de direção no nível acima (R$ 5,33), vou tolerar 2 níveis: o primeiro a R$ 5,48 já seria um sinal de alerta; mas o definitivo ocorre a R$ 5,80. A partir daí vou trabalhar com alta” ...

Numa janela de prazo menor parece que ainda existe um potencial de alta que estaria encaixado dentro do retângulo a seguir entre R$ 5,40/R$ 5,44/R$ 5,48.



- David, bom trade! Mas não acha que deveria esperar mais um pouco para liquidar?

Eu poderia traçar uma estratégia em que iria subindo o stop loss, até que em algum momento seria estopado, ou no caso de o cenário de alta ficar mais tempo. Porém, preferi agir desta forma para ficar livre em observar o mercado sem nenhum viés. Outro fator que considerei é que por enquanto minha predileção é para queda. Para cada situação a gestão da posição deve levar em conta os passos seguintes, e foi o que fiz.

O USDBRL fechou a 5,3224, com queda de 0,12%; o EURUSD a € 1,0421, sem variação; e o ouro a U$ 1.809, sem variação.

Fique ligado!

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