Minha-mãe-mandou-escolher-essa-daqui #Ibovespa
Quando vocês estiverem lendo este post, já saberemos o que o
Fed decidiu. Fiquei pensando se esses comentários sobre a decisão não ficariam
obsoletos, mas acredito que não, pois irão notar que cada decisão tem sua
argumentação e sua eliminação pode ter impacto no futuro.
Segundo Robert Amstrong do Financial Times o Fed tem (tinha)
as seguintes alternativas:
Um aumento de taxa de 50bp. Duas semanas atrás, este era o
favorito disparado. A maioria agora acha que isso é muito agressivo.
Um aumento de 25bp. Essa é a visão de consenso atual e
representaria uma divisão entre estabilizar o sistema financeiro e deter a
inflação.
Pausa. As taxas já são restritivas e há outra reunião do
Fed em cinco semanas. Uma abordagem de esperar para ver impediria o banco
central de aumentar as tensões bancárias existentes.
Um corte de 25bp. O argumento para isso, feito por Aichi
Amemiya do Nomura, depende de a estabilidade financeira ser a preocupação
dominante da política monetária. Como um aumento de 50bp, isso parece bastante
improvável.
Para analisar essas hipóteses, escolhi o raciocínio usado
por Bill Dudley na Bloomberg, que além de ter sido um membro do Fed tem um
currículo acadêmico invejável. Virei fã de seus comentários. Também achei
interessante a chamada: O Fed pode mascar chiclete e caminhar ao mesmo tempo,
ou como sugere meu partner: “assobiar e
chupar cana”.
O Federal Reserve dos EUA está enfrentando uma pressão
crescente para sacrificar seus objetivos de política monetária em prol da
estabilidade financeira, com o argumento de que seus aumentos das taxas de
juros são os culpados pela turbulência no setor bancário.
Esta é uma falsa escolha: o Fed pode e deve combater a
inflação e o contágio ao mesmo tempo.
As lembranças da crise financeira de 2008 se agigantam à
medida que um banco após o outro se depara com dificuldades. Investidores e
depositantes fogem mais rápido e com menos provocação do que nunca, ampliando o
efeito de choques como o fim do Silicon Valley Bank. Bancos maiores e mais
saudáveis estão menos dispostos a prestar socorro, assustados com os passivos
legais imprevistos que vieram com as aquisições de emergência de 2008 – e pelos
requisitos de capital mais altos que as instituições maiores e combinadas
teriam que atender.
No entanto, de maneiras cruciais, hoje não é 2008. Os
maiores bancos são mais resilientes, com maiores reservas de capital – uma das
razões pelas quais os depósitos têm corrido em direção a eles. As famílias e as
empresas estão em melhor forma financeira, graças em parte às enormes
transferências fiscais durante a pandemia de Covid. Não há bolha imobiliária,
inflada em parte por instrumentos financeiros opacos, complexos e extremamente
frágeis.
Essas diferenças são importantes, porque significam que, se
as autoridades dos EUA puderem restaurar a confiança no sistema bancário, a
recente turbulência não causará muito dano à economia. Os bancos como um todo
respondem por uma pequena parcela da intermediação financeira nos EUA, e o
punhado de instituições regionais problemáticas representa apenas alguns por
cento do total de ativos bancários. Não há razão para o crédito apertar tanto
quanto em 2008. O principal problema são as perdas em títulos de longo prazo,
que podem ser resolvidas assumindo menos risco de taxa de juros.
Então, o que isso significa para o Fed? Primeiro, ele deve
fornecer a liquidez necessária para apoiar o sistema bancário – como fez na
semana passada, por exemplo, aceitando títulos de alta qualidade pelo valor
nominal como garantia para a liquidez do Fed. Ao reduzir o risco e a incerteza,
isso permitirá que ela prossiga a política monetária mais apropriada para a
economia. Ele precisa demonstrar que pode fazer as duas coisas: garantir a estabilidade
financeira enquanto emprestador de último recurso, e reduzir a inflação
ajustando o nível das taxas de juro de curto prazo.
É verdade que um aumento de 50 pontos-base da taxa de juros
na reunião de formulação de políticas desta semana seria imprudente, dada a
situação instável. Como as autoridades do Fed sugeriram, o destino importa mais
do que a velocidade, e ir mais devagar lhes dá mais tempo para avaliar os
efeitos das ações anteriores. Por outro lado, cortar as taxas quando a inflação
ainda está alta seria mais alarmante do que calmante.
Isso deixa o Fed escolher entre uma pausa e um aumento de 25
pontos-base. Uma pausa poderia realmente perturbar os mercados, indicando
preocupação com a saúde do sistema bancário, embora as autoridades possam
mitigar isso sinalizando que novos aumentos são prováveis nas declarações do
FOMC e nas projeções de taxas de juros do Comitê. Um aumento imediato
comprimiria ainda mais as margens líquidas de juros dos bancos e poderia
parecer problemático em retrospectiva se o mal-estar bancário piorar.
O que quer que o Fed decida esta semana, o que importa é que
ele faça o que é necessário do lado da estabilidade financeira o mais rápido
possível, para que possa prosseguir com segurança a política monetária correta
em reuniões futuras. Problemas de financiamento em um pequeno número de bancos
não devem atrapalhar o combate à inflação.
Ao ler essas várias opiniões, o Mosca não tem uma
opinião formada de qual seria a melhor estratégia a ser adotada pelo Fed; me
parece que seguir o consenso nesse momento é a menos arriscada a causar um
tumulto no curto prazo, e isso seria o melhor motivo independente de analisar
se a taxa de juros é ideal ou não para a perspectiva da inflação.
Os dados econômicos não são muito favoráveis a baixar a guarda. O PIB ainda não deu mostras de arrefecimento; sabemos que o efeito é retardado, mas não bate com as pesquisas de sentimento que são mais sombrias. O último levantamento pelo Fed de Atlanta aponta para um PIB neste trimestre acima de 3% — isso mesmo, acima de 3%!
Em relação à inflação, não a publicada como um todo, mas aberta nos itens que são mais abrangentes, não mostra a retração dos níveis elevados publicados alguns meses atrás do índice. Como mostra o gráfico a seguir que compila esses dados de diversas fontes, está mais para estabilização que queda.
Em relação as projeções de inflação espelhadas nos mercados futuros, mais parecem o samba do crioulo doido, oscilando dentro deste mês de forma absurda para um mercado do qual se esperam movimentos mais comedidos. Não é para menos que o índice de volatilidade dos juros é hoje muito superior ao da bolsa.
Quando éramos menores (e talvez mesmo hoje em dia), e nos deparávamos com opções de difícil decisão, apelávamos para a famosa: minha-mãe-mandou-escolher-esta-daqui ... A versão inglesa (Eenie, Meenie, Minie, Moe) talvez esteja no pensamento de cada membro do Fed — essa será (foi) a forma de decidir!
No post fed-na-corda-bamba fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ... “ No post comentei sobre 2 hipóteses e tudo indica que a opção 2) Continuidade da queda está em andamento: ... “Nesse cenário a queda continua conforme os pontos anotados nas ondas 3), 4) e 5) em verde atingindo a mínima em 87 mil ou caso continue 81 mil. Nesse caso, esse cenário continua valido desde que 107.168 não seja violado” ...
No curto prazo minha ideia é que a bolsa siga o que está anotado a seguir com a linha amarela onde ficaria complementa em ~ 93 mil, passaria por uma correção levando a 100 mil e uma queda final ao redor de 87,5 mil/ 85 mil que se concretaria em julho deste ano. Esse cenário não aponta para uma aceitação por parte do mercado da tão esperada Reforma Fiscal.
Hoje no final do dia o BCB irá publicar sua decisão de política monetária. Existe muita especulação (esperança) de que não daria o braço a torcer nos juros da SELIC agora mais indicaria uma queda mais adiante. Não me parece prudente esse movimento pois nem a inflação está cedendo nem existe nenhuma garantia que a área fiscal vai ser controlada. Aliás, o inverso, quando o Lula arrogantemente diz que deveria rasgar os livros de economia. Afinal, como pode fazer uma afirmação destas se nem curso superior tem!
Não compro a ideia de que ele é assim sempre foi e fala mais
não faz, veja o passado. Acredito que agora está extrapolando, com declarações
sobre o senador Moro que são do mesmo quilate que as do Bolsonaro.
Hoje dei uma razão para um leitor que está mais em contato
com o governo, e acredita que o Lula entende bem que se não cresce a economia a
classe C, D não irá o eleger, sendo assim, agora as coisas vão andar no caminho
correto. Minha reposta foi que semelhante a uma empresa, quando o management
não ruim, enquanto não corre nada mais importante vai bem, mas quando surgem os
problemas aí a coisa pega, e o cenário internacional não permite essa tranquilidade.
Sobre a taxa de juros reais esse gráfico a seguir publicado
no Twitter, desde 01/01/2003 com janelas moveis diárias do IPCA e CDI (12
meses), em 2004 o Brasil sofreu taxas de juros estratosféricas, muito maiores
que os atuais. E o mundo era bem mais tranquilo lá.
O Fed decidiu subir a taxa de juros em 25 pontos como o esperado e baixou um pouco o tom sobre novas altas, mais comentários amanhã. No começo os mercados de bolsa ficaram mais otimistas, eu não entendi, pois Powell na secção de perguntas e respostas deu a entender que as altas de juros foram postergadas e que nem pensar sobre quedas, eu resolvi liquidar a posição que detinha na nasdaq100. No final do pregão azedou. Lembrem que estou frisando que não tenho convicção em nada e que as posições podem ser liquidas assim como forma hoje. Não me entendam mal, não estou assumindo que a bolsa vai cair por ter liquidado, apenas aproveitei algo que achei o mercado estar errado e ficar sem posição para observar.
O SP500 fechou a 3.936, com queda de 1,65%; o USDBRL a R$
5,2339 com queda de 0,20%; o EURUSD a € 1,859 com alta de 0,85% - estou na
espreita para ver um momento de venda; e o ouro a U$ 1.971, com alta de 1,62%.
Fique ligado!
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