Será um milagre? #ouro #gold

 


Sabemos pelo noticiário que a China abriu sua economia e resolveu abandonar a ilógica maneira de tratar a Covid. Desta forma, criou uma esperança para o mundo de eventualmente evitar uma recessão, ou amenizar, mas também pode colocar mais fogo na lenha caso as economias desenvolvidas não desacelerem.

A inflação tem sido um tema mundial que se alastrou por todos os países, porém, existem algumas exceções onde a inflação se manteve em níveis baixos, onde a China se encontra. Mesmo sem ter liberado sua economia até mais recentemente já era estranho que os níveis de inflação estivessem “estáveis” no padrão de sempre. Porém, depois de aberta, parecia impossível que não fosse contaminada pela alta dos preços de alimentos e combustíveis. Mas por enquanto nada, até caiu no mês passado, como comenta Stella Yifan Xie no Wall Street Journal.

As pressões inflacionárias na segunda maior economia do mundo diminuíram mais do que o esperado em fevereiro, após um pico pós-reabertura, um sinal do impulso limitado do levantamento de restrições rígidas de "zero Covid" para a demanda doméstica.

Os preços ao consumidor subiram 1% em fevereiro em comparação com o ano anterior, mais lento do que o aumento de 2,1% registrado em janeiro, liderado por uma desaceleração nos aumentos dos preços dos alimentos, informou o Escritório Nacional de Estatísticas da China nesta quinta-feira. O resultado também superou por uma ampla margem o aumento de 1,7% previsto por economistas consultados pelo The Wall Street Journal e foi a leitura mais baixa desde o ganho de 0,9% registrado em fevereiro de 2022.




A queda no crescimento dos preços ao consumidor foi impulsionada por "um recuo na demanda após o feriado, bem como pela ampla oferta do mercado", disse Dong Lijuan, estatístico sênior do departamento de estatísticas.

O modesto número da inflação chegou dias depois de números comerciais sem brilho para os dois primeiros meses deste ano, lançando novas dúvidas sobre a força da recuperação econômica da China e levantando novas questões sobre se o desmantelamento dos controles Covid por si só seria suficiente para colocar o crescimento de volta na trajetória desejada por Pequim.

Segundo relatou John Authers na Bloomberg, já se passaram cerca de três meses desde que a China anunciou que estava abandonando sua política Covid-Zero restritiva e de longa data. Essa flexibilização dos controles, desde os requisitos de teste até as restrições de mobilidade, aconteceu lentamente e de uma só vez a partir de dezembro. Muitos estavam extremamente otimistas sobre a reabertura - de acordo com algumas medidas - da maior economia do mundo. Mas depois de uma forte aceleração em novembro, o rali da bolsa perdeu força. O gráfico abaixo mostra a relação entre o Índice MSCI China em relação aos Mercados Emergentes MSCI ex China e a imagem é clara: a China, com base na direção descendente da linha, está tendo um desempenho inferior novamente:


Pode não ser o que os otimistas esperavam, mas Skylar Montgomery Koning e Andrea Cicione, da TS Lombard, dizem que a vantagem permanece, já que o cenário econômico da China contrasta fortemente com grande parte do resto do mundo. Sua “inflação relativamente moderada” permite que os formuladores de políticas estimulem mais do que seus rivais, o que deve torná-lo uma das economias de melhor desempenho, pelo menos no primeiro semestre deste ano. Os “choques” do crescimento chinês provavelmente serão mais limitados do que no passado, já que essa expansão se concentrará mais em serviços do que em investimentos que sugaram as importações.

Será que irão colocar helicópteros para incentivar o consumo? Não seria nada bom para os países ocidentais (observação minha).

No domingo, os líderes chineses estabeleceram uma meta de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano em cerca de 5%, uma meta relativamente conservadora após lockdowns sem Covid e uma queda imobiliária induzida pelo governo restringindo o crescimento a 3% em 2022, uma das taxas mais lentas em décadas. Além disso, Pequim disse que pretende limitar a inflação ao consumidor em 3% este ano, uma meta inalterada em relação ao ano passado, quando os preços ao consumidor subiram 2%.

De fato, o fim abrupto de Pequim de sua abordagem de tolerância zero para conter a Covid no final do ano passado alimentou uma forte recuperação que pôde ser vista em alguns indicadores econômicos este ano, incluindo a produção industrial e os gastos com serviços, que superaram as expectativas de muitos economistas.

Mas muitos economistas questionam a sustentabilidade da recuperação. Espera-se que a demanda no exterior por produtos fabricados na China recue ainda mais este ano, depois de tropeçar durante os dois primeiros meses de 2023, estendendo uma série de declínios ano a ano que remontam a outubro.

As autoridades demonstraram pouco interesse em aumentar a taxa de crescimento lançando estímulos de grande porte para financiar projetos de infraestrutura.

Isso significa que os gastos das famílias chinesas – que economizaram uma quantidade considerável de dinheiro durante a pandemia – determinarão em grande parte a rapidez com que a economia se expandirá este ano. Ainda assim, sem melhorias visíveis no mercado de trabalho, os economistas esperam que os consumidores permaneçam cautelosos.

Se a recuperação econômica pós-Covid da China permanecer sem brilho, um lado positivo seria que a inflação ao consumidor continua sendo muito menos preocupante na China do que no Ocidente.

Alguns economistas acreditam que os preços ao consumidor provavelmente se recuperarão nos próximos meses, à medida que mais pessoas aproveitarem suas novas liberdades pós-pandemia, embora seja improvável que a inflação atinja os níveis observados em outras economias depois que elas reabrirem, de acordo com a Capital Economics.

Os dados de inflação de fevereiro mostraram que a demanda por serviços esfriou rapidamente após o feriado de uma semana do Ano Novo Lunar de janeiro.

Os preços dos alimentos subiram 2,6% em relação ao ano anterior em fevereiro, desacelerando em relação ao crescimento de 6,2% de janeiro. Os preços da carne suína, um produto básico chinês que tem um grande peso no índice de preços ao consumidor do país, desaceleraram para um crescimento de 3,9%, uma queda acentuada em relação ao aumento de 11,8% em janeiro.

Retirando os preços dos alimentos e da energia, os preços ao consumidor subiram 0,6% em relação ao ano anterior, em fevereiro, em comparação com o aumento de 1,0% de janeiro.

Enquanto isso, as pressões deflacionárias sobre os bens industriais produzidos na China aceleraram à medida que a demanda das economias ocidentais diminuiu ainda mais.

O índice de preços ao produtor caiu mais profundamente no território deflacionário em fevereiro, caindo 1,4% em relação ao ano anterior, em comparação com o declínio de 0,8% de janeiro, disse o departamento de estatísticas. Isso foi menor do que o declínio de 1,2% esperado pelos economistas pesquisados.

A maior incerteza em torno das perspectivas de inflação da China é o seu impacto no exterior, e não em casa.

A China provavelmente consumirá mais energia à medida que sua economia se recuperar, pressionando para cima os preços do petróleo e de outras commodities. Se esse cenário se concretizar, pode aumentar a pressão sobre os bancos centrais globais, incluindo o Federal Reserve dos EUA, para manter as taxas de juros mais altas por mais tempo para combater a inflação.

Na terça-feira, a Administração de Informação de Energia dos EUA atualizou sua previsão para o consumo global de combustível líquido em 1,5 milhão de barris por dia este ano em comparação com 2022, com a China respondendo por cerca de metade desse aumento.

As informações dão a entender que a recuperação que era esperada não está ocorrendo sendo esse o motivo para que a inflação fique contida. Mas tenho dificuldades de aceitar esse argumento, pois os preços internacionais subiram e a moeda chinesa se desvalorizou nos últimos 12 meses aproximadamente 12%. Mesmo sem um aumento de demanda esses custos deveriam ter impactado os preços internos. Por outro lado, nada impede que exista um certo “controle” por parte do governo que implica não ter uma paridade entre os preços internacionais e locais.



É difícil de imaginar uma explicação lógica mais parece um milagre. Sabemos de longa data que os dados vindos desse país sempre sucinta dúvida aos analistas, mas em economia não existe milagres, alguém está pagando a conta.

No post efeitos-de-segunda-ordem fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ...” Segundo meu novo entendimento, a onda 4 terminou ou está prestes a terminar conforme mostrado no gráfico abaixo” ... ...” Eu prefiro esperar completar 5 ondas para depois sugerir o trade” ... ...” Quero enfatizar que não se pode afirmar que a queda terminou, existe apenas indícios que isso tenha ocorrido” .




O ouro no final do mês atingiu a mínima de U$ 1.804, e tudo indicava que a recuperação estava em curso, porém, depois da aparição de Powell no Congresso onde deixou aberta a porta para maiores altas de juros, o metal deu meia volta e se encontra num ponto crítico colocando o Mosca na posição neutra – o mesmo ocorreu com o euro valendo a neutralidade de posicionamento.

No gráfico abaixo explico os motivos dessa minha atitude. A onda indicada por Y) está muito próxima de me obrigar a uma nova contagem – U$ 1.804, mas o pior viria se o patamar de U$ 1.786 for violado onde abre a possibilidade de maiores quedas conforme vou explicar mais adiante.



Qual seria o caso B para o ouro? A de que a correção da onda 4) em amarelo ainda estaria em curso com uma nova rodada de queda. No gráfico semanal abaixo destaco os possíveis níveis que poderia atingir U$ 1.584/U$ 1.550, ainda de forma prematura. Dentro dessa correção denominada de complexa, e é mesmo, seria um caminho com idas e vindas como ilustro com os pontos W,X,Y em verde.




- Bem que você diz, que não fica envergonhado quando muda de opinião!

Esta é uma das vantagens da análise técnica, se os movimentos não se enquadram com sua hipótese você é forçado a mudar, algo deu errado. O erro pode ser dar por uma má interpretação do gráfico, o que aí sim é preocupante, ou por que o cenário menos provável fica mais provável.

Quando o ativo está num movimento direcional as mudanças tendem a ser menores, porém, não é o caso em correções, e somente com o desenrolar ficam mais claras. Sendo assim, mais fichas no primeiro, menos no segundo.

Por enquanto são essas minhas premissas para o ouro e pode ser que ao invés de comprar vamos sugerir vendas! Tanto faz o sentido desde que o compromisso é com o bolso!

O SP500 fechou a 3.918, com queda de 1,85%; o USDBRL a R$ 5,1670, com alta de 0,42%; o EURUSD a € 1,0577, com alta de 0,31%; e o ouro a U$ 1.831, com alta de 1,01%.

Fique ligado!

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