Vetores inversos #Ibovespa
O mundo desenvolvido espera ansiosamente uma melhora da economia chinesa — afinal, ocupando hoje a 2ª colocação, pode representar uma ajuda importante neste momento. Os dados publicados nesta noite surpreenderam positivamente, como relata a Bloomberg.
A economia da China está mostrando sinais de uma recuperação
mais forte depois que as restrições da Covid foram abandonadas, com a
manufatura registrando sua maior melhora em mais de uma década, a atividade de
serviços subindo e o mercado imobiliário se estabilizando.
O índice de gerentes de compras da indústria subiu para 52,6 no mês passado, informou o Escritório Nacional de Estatísticas na quarta-feira, a leitura mais alta desde abril de 2012. Um indicador não manufatureiro que mede a atividade nos sectores dos serviços e da construção melhorou para 56,3. Ambos os índices superaram as expectativas dos economia.
Embora tenha havido "fatores sazonais e de eventos
significativos" influenciando os números do PMI, a "tendência geral
ainda aponta para uma recuperação sólida no início de 2023", disse Zhou
Hao, economista-chefe da Guotai Junan International. "As leituras decentes
do PMI fornecem uma nota positiva para o próximo Congresso Nacional do
Povo", com o governo devendo lançar mais políticas de apoio para cimentar
a recuperação, disse ele.
Enquanto os investidores se concentraram na quarta-feira nos
sinais de recuperação, o NPC na próxima semana está provando ser uma fonte de
incerteza. O presidente Xi Jinping está se movendo para consolidar o
domínio do Partido Comunista sobre a segunda maior economia do mundo, com
planos para mudanças radicais na burocracia da China e mais influência dentro
das empresas privadas, incluindo reformas para o setor financeiro.
Os economistas também alertaram que, mesmo que a melhora dos
dados das fábricas sugira que a recuperação está se tornando mais equilibrada,
ainda há ventos contrários, já que a demanda global permanece fraca e as
exportações provavelmente se contrairão este ano.
Outros dados sinalizaram uma recuperação na demanda
doméstica. As vendas de
casas na China aumentaram em
fevereiro em relação ao ano anterior, o primeiro aumento desde junho de 2021, à
medida que os formuladores de políticas expandiram o apoio ao setor. O
congestionamento rodoviário nas principais cidades tem aumentado,
o número de passageiros do metrô voltou aos níveis pré-pandemia e os gastos com
restaurantes e shoppings aumentaram.
A onda inicial de Covid após o fim das restrições da
pandemia agora diminuiu, aumentando os números do PMI de fevereiro, de acordo
com Zhao Qinghe, estatístico sênior do NBS. As medidas para estabilizar o
crescimento no país também começaram a entrar em vigor, acrescentou Zhao.
Uma pesquisa separada e privada do PMI focada em empresas
menores também mostrou melhora em fevereiro, subindo para 51,6 em relação aos
49,2 de janeiro. Esse aumento no Índice de Gerentes de Compras da Caixin
Manufacturing foi impulsionado pela recuperação da oferta e da demanda, à medida
que a produção gradualmente voltou ao normal, disseram a Caixin e a S&P
Global em comunicado na quarta-feira.
Esse movimento pode dar alento ao resto do mundo? Existem
alguns pontos a se considerar: primeiro, que a economia chinesa é voltada na
sua grande parte às exportações, e com uma população que poupa de forma
compulsiva não se pode esperar muito desse setor; segundo, que uma repercussão
mais a longo prazo tem a ver com a deterioração da relação entre a China e os
EUA, que vem levando as empresas americanas e as empresas que lhes fornecem
produtos a mudarem suas fábricas.
A Apple, que tem um base grande de seus produtos fabricados
na China, já decidiu que não pretende continuar lá, como comenta Nguyen Xuan e
outro para Bloomberg
É provável que os fornecedores chineses da China movam a
capacidade para fora do país muito mais rápido do que muitos observadores
preveem, para evitar as consequências da escalada das tensões entre Pequim e
Washington, de acordo com um dos parceiros mais importantes da empresa
americana.
A fabricante de AirPods GoerTek Inc. é uma das muitas
fabricantes que exploram locais além de sua China natal, que hoje produz a
maior parte dos gadgets do mundo, de iPhones a PlayStations. Está investindo
US$ 280 milhões iniciais em uma nova fábrica no Vietnã enquanto considera uma
expansão na Índia, disse o vice-presidente Kazuyoshi Yoshinaga em entrevista. As
empresas de tecnologia dos EUA, em particular, têm pressionado muito para que
fabricantes como a GoerTek explorem locais alternativos, disse o executivo, que
supervisiona as operações vietnamitas da GoerTek na província de Bac Ninh, no
Norte.
“Desde o mês passado, muitas pessoas do lado do cliente
estão nos visitando quase todos os dias”, disse Yoshinaga de seu escritório no
amplo complexo industrial da GoerTek ao norte de Hanói. O tema que domina as
discussões: “Quando você pode sair?”
O crescente conflito entre os EUA e a China, que começou com
uma guerra comercial, mas desde então se expandiu para abranger proibições
abrangentes à troca de chips e capital, está estimulando um repensar da cadeia
de suprimentos de décadas da indústria de eletrônicos. A dependência mundial da
nação asiática ficou totalmente clara durante os anos do Covid Zero, quando as
restrições de Pequim sufocaram o fornecimento de tudo, de telefones a carros.
A fabricante do iPhone manteve silêncio sobre se planeja
diversificar fora da China, o que implicaria renovar um modelo que o CEO Tim
Cook foi pioneiro sob Steve Jobs. A gigante norte-americana teve o cuidado de
evitar sugestões de que poderia reduzir seus investimentos na China, onde
construiu um ecossistema centrado em empresas como GoerTek e Foxconn Technology
Group, que coletivamente empregam milhões.
Nos bastidores, 9 entre 10 dos fornecedores mais importantes
da Apple podem estar preparando mudanças em larga escala para países como a
Índia, que está oferecendo incentivos para impulsionar a iniciativa Make in
India de Narendra Modi. A Bloomberg Intelligence estima que pode levar oito
anos para mover apenas 10% da capacidade da Apple para fora da China.
O executivo da GoerTek argumenta que será muito mais rápido.
Liderado pelo chefe do partido comunista, Nguyen Phu Trong, o esforço agitou os mercados e investidores. Em 2021, o presidente chinês Xi Jinping lançou uma investigação anticorrupção voltada para o setor financeiro de US$ 60 trilhões do país.
“Eles aprendem muito com a China”, disse Yoshinaga sobre a
liderança do Vietnã. “Fazer algo sobre a corrupção é bom. Mas não vá longe
demais e não crie um ambiente político instável.”
Por enquanto, o Vietnã continua sendo um local atraente. A
Apple pode estar procurando tornar o país um centro de fabricação de AirPods,
iPads e MacBooks. Os pedidos de AirPods são dominados pela GoerTek e pela
empresa chinesa Luxshare Precision Industry Co., que também possui um complexo
no norte do Vietnã.
Muitas empresas americanas planejam transferir a produção
para lá, independentemente do custo, disse Yoshinaga. Outros, como a Jabil
Inc., estão considerando a Índia. Mas, no geral, o fluxo será consistentemente para
fora da China, disse ele.
Os movimentos estruturais tendem a alterar os preços, é isso
que eu aprendi na minha carreira. No mercado financeiro, enquanto o fluxo de
qualquer ativo não tende a fazer grandes mudanças no estoque, os preços não
oscilam de forma significativa; porém, se um fator exógeno impactar o estoque
de forma importante, os preços encontrarão o equilíbrio em outro patamar.
No caso das fábricas na China, houve no passado uma
enxurrada de fabricas para lá porque era o local mais barato para produzir com
mão de obra abundante. Agora que a vantagem de custo não é mais tão grande,
atrelada aos receios políticos existentes, o movimento inverso parece
irreversível, e como comenta esse artigo pode ser mais rápido que o imaginado.
Como essas duas forças opostas: eliminação das restrições da
Covid, e a revoada das fabricas para outros países, elas tendem a uma conclusão
não tão óbvia dos resultados. É bom que a China esteja se recuperando? Sim. É
preocupante essa debandada das fábricas? Sim
No post http://acertarnamoscmontanha-acima-é-mais-dificil fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ... “ O que parece se consolidar é que o movimento de queda ainda não terminou. Continuando sobre a premissa que adotei, uma queda abaixo de 107,2 mil abre as portas para níveis de 100 mil ou abaixo” ...
Tudo indica que se meu cenário estiver correto que a onda 3) em azul está em curso, sendo assim, o primeiro objetivo para o término desse movimento se situa ao redor de 97 mil que caso seja suplantando o próximo seria em 93,6 mil, conforme destacado a seguir na elipse. Notem que o stop loss se deslocou para 110.320.
Vale observar que eu tenho um cenário onde a queda seria mais extensa, cujo gatilho pode ser o nível de 97,2 mil, a reta em azul claro no gráfico abaixo. Notem que existe uma convergência para esse nível na opção descrita acima. O objetivo final seria na casa dos 87 mil ou pouco mais abaixo em 84 mil que deveria se desenvolver durante o ano em curso.
- David, fiquei na dúvida, no seu primeiro cenário a bolsa poderia cair até 93,6 mil que é abaixo do gatilho do segundo. Como vamos saber qual dos dois está em curso?
Saberemos pelas divisões das ondas em janelas menores. No
curto prazo para o segundo cenário prevalecer seria esperado quedas mais fortes
do que vem ocorrendo.
Com todas as trapalhadas do governo, que mais parece uma
barata tonta tentando reagir, parece que uma recessão está sendo contratada
para este ano. Os indicadores que estão surgindo indicam neste sentido, por
exemplo, o nível de inadimplência das pessoas físicas está subindo próximo ao
nível de 2016.
Tudo indica que este ano já está perdido em tremo de crescimento, e com uma equipe de quinta categoria será difícil estabelecer mudanças necessárias para restabelecer o rumo. Eu tinha aventado a hipótese de Lula mudar sua equipe se as coisas não andassem bem — e não estão, nem estarão bem no curto prazo. Vamos torcer para que ele adote essa direção e não fique teimando em manter os seus membros obsoletos, quase todos!
O SP500 fechou a 3.951, com queda de 0,47%; o USDBRL a R$ 5,1814,
com queda de 1,05%; o EURUSD a € 1,0664, com alta de 0,83%; e o ouro a
U$ 1.837, com alta de 0,54%.
Fique ligado!
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