Emergentes: boia furada #ibovespa

 


O Brasil está voltando ao passado a passos largos — só não enxerga quem não quer. Ontem a nova equipe da Petrobras revelou uma nova política de preços para a companhia — afinal, o Lula sabe calcular melhor que o mercado internacional, quem sabe o Putin o leva daqui como seu assessor.

A nova formula é uma piada, e me fez lembrar uma fórmula que eu usava para “esconder” uma estratégia de juros que eu praticava com um grande cliente do BFB — ela valeu até o dia em que esse cliente veio com uma simplificação para A/B que eu queria deixar obscuro. O mercado ficou animado porque esperava algo muito pior — razão da alta nas ações dessa empresa ontem. Mas não perdem por esperar, pois não existe fórmula nenhuma, como o próprio mercado explicita. Daqui em diante, muito cuidado com as estatais: será que o Banco do Brasil vai exercer uma política subsidiada de juros? Nem pense em me chamar para criar algo mais criativo! Hahaha ....

Existe uma dúvida: se os USA entrarem em recessão ou desaceleração, será que os mercados emergentes podem performar bem? John Authers comenta na Bloomberg que isso é sonho de uma noite de verão.

Esta semana, a pesquisa semanal MLIV Pulse da Bloomberg se concentra nos mercados emergentes. A questão central é se as economias emergentes podem se sair bem, mesmo que os EUA entrem em recessão. Também pergunta se o resultado das eleições na Turquia, com o presidente Recep Tayyip Erdogan tendo um desempenho muito mais forte do que as pesquisas previam e aparentemente a caminho de mais um mandato, terá algum impacto sobre o grupo de ativos mais amplo e busca opiniões sobre qual região proporcionará os melhores retornos. 

Sobre a questão-chave do "desacoplamento", temo que não haja nada de novo sob o sol. O breve, mas potente mercado altista de ativos de risco, marcado pela invasão do Iraque em 2003 e pela crise financeira global cinco anos depois, viu a maior corrida para os mercados emergentes em sua breve história. Saindo de uma onda de crises que os deixou baratos, e alimentados pelo apetite voraz por commodities de uma China assertiva que havia aderido à Organização Mundial do Comércio, eles foram uma compra fantástica. Uma nova sigla, BRIC, para Brasil, Rússia, Índia e China, ajudou a canalizar a empolgação. Muito dependia da palavra "desacoplamento". A ideia então era que os mercados emergentes estavam amadurecendo e tentando passar para uma nova fase de desenvolvimento na qual se expandiriam para economias lideradas pelo consumidor por meio do crescimento de suas próprias classes médias. Essa foi mais ou menos a maneira como os EUA se tornou a maior economia do mundo no final do século 19, e era o que a maioria dos líderes emergentes queria imitar. Se eles pudessem começar a crescer por meio de seus próprios esforços, em vez de dependerem das exportações para países mais ricos, então eles poderiam se dissociar. Mesmo que o Ocidente caísse em recessão, o mundo emergente permaneceria em sua trajetória de crescimento secular de longo prazo.

Essa história não era ridícula. À medida que as ações e as commodities disparavam no meio da pandemia, firmou-se o sentimento de que a dissociação estava em andamento. Isso sugou ainda mais fundos, impulsionados pela crença de que eles diversificavam os riscos de investir no Ocidente.

Mas, mesmo que a história não fosse absurda, ela falhou totalmente em explicar o que realmente estava acontecendo. Como mostra o gráfico a seguir, nesse período as ações EM atuaram como uma jogada engrenada no mundo desenvolvido. Se o índice MSCI World subisse em termos absolutos, o benchmark MSCI EM se sairia ainda melhor, e vice-versa. Isso ficou evidente quando as ações da EM despencaram ainda mais do que as do MSCI World quando a crise chegou. Os investidores que pensavam ter diversificado sua aposta no mundo desenvolvido de fato dobraram a aposta:




Há mais de uma década, a história é de incessante desempenho abaixo do esperado no mundo emergente, pontuado por bolhas especulativas ocasionais na China, independentemente do que estivesse acontecendo no Ocidente. O MSCI EM já não está tão fortemente acoplado como estava, mas este não era o tipo de dissociação que os investidores esperavam:




Por um período extremamente breve de algumas semanas, quando a pandemia atingiu os EUA e a Europa Ocidental, as economias emergentes e desenvolvidas se dissociaram, com as ações de EM superando o desempenho à medida que o mundo desenvolvido afundava. A lógica era que os lockdowns custariam caro ao Ocidente, enquanto em muitos países emergentes simplesmente não era possível paralisar a atividade econômica da mesma forma. Pelo menos em termos monetários e econômicos, as economias desenvolvidas tiveram que cair ainda mais.

Mas, como mostra o gráfico, esse momento logo terminou. A história dos últimos três anos tem sido algo como desacoplamento, mas do tipo errado. O EM está atrasado, embora os ativos de risco do mundo desenvolvido estejam subindo. Do jeito que está, há o perigo de uma "dissociação" completamente menos saudável do que seus proponentes originalmente tinham em mente, na qual a China se torna o polo do que é efetivamente um sistema financeiro diferente. O reshoring e a desglobalização são indiscutivelmente destinados diretamente a dissociar as economias mundiais, mas não de uma forma que seria muito boa para ninguém, pelo menos no início. A separação dos caminhos que nos confrontam neste momento pode, de facto, criar oportunidades no mundo emergente, mas também tornará muito mais difícil aproveitá-las. Nada disso significa que não haverá um desacoplamento; mas não será a panaceia que muitos há muito querem que seja.

Eu acredito que no caso brasileiro o PT está acelerando o efeito da derrocada da economia brasileira ao tomar caminhos retrógrados —  é verdade que, no que depende do Congresso, seu trabalho está sendo mais difícil, mas como dono da caneta pode causar muito estrago. O caminho trilhado pelos Hermanos parecem ser um copy-paste local; daqui a dez anos estaremos mais próximos deles do que de uma Índia que caminha no rumo certo se aproveitando do movimento de reshoring. O gráfico a seguir aponta para um dos motivos, que não é tão evidente, para a diminuição do interesse da China como parque industrial do ocidente. Nos últimos 20 anos passou de um local “barato” para se produzir para um local “sem vantagens”.




Esse gráfico comprova a visão errônea de nossa política externa, na verdade um postura mais de botequim levado por achismo e fora do mundo moderno.

Tenho participado também de diversos calls sobre IA e em cada um deles saio convencido que entramos numa nova onda de mudanças que irão levar a mais deflação estrutural – queda de preços. Também abrem riscos para o mal — por exemplo, a quebra de password que antes poderia levar décadas poderá levar 3 segundos para ser descoberta. Em termos de emprego, existe uma boa notícia e um má notícia: a boa é que se espera que nos próximos 10 anos a destruição de empregos nos mercados desenvolvidos seja maior que nos emergentes; a má notícia é que no Brasil a queda seria de aproximadamente 25%. Melhor não mandar esse gráfico ao Lula, pois sua reação será de proibir a IA no Brasil – se é que consegue ler um gráfico!




No post http://acertarnbanco-central-não-é-para-amadores fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” Nessa opção a bolsa deveria atingir na sequência o patamar de 109,8 mil para em seguida iniciar uma correção, nessa correção devo sugerir um trade de compra entre 102,6 mil/ 101,2 mil, a ser mais bem calculado caso isso ocorra” ...




A bolsa brasileira completou as 5 ondas no modo Leading Diagonal. O leitor pode se perguntar o que diferencia de uma onda “normal” desta, de forma simplificada é que a onda 4 entra na área da onda 1 o que não acontece na outra, como se fosse uma exceção a regra. O que não se sabe até agora é se essa mini alta terminou. Em todo caso passamos a sugerir compra para a bolsa na retração da onda 2.




Como apontado no gráfico acima, essa correção poderá durar algumas semanas atingindo algum nível ao redor de 103,3 mil/ 101,8 mil.

O SP500 fechou a 4.158, com alta de 1,19%; o USDBRL a R$ 4,9340, com queda de 0,15%; o EURUSD a 1,0838, com queda de 0,20%; e o ouro a U$ 1.982, com queda de 0,32%.

Fique ligado!

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