Os impactos de IA #SP500

 


A IA passou a ser assunto de base nos últimos meses. Podem notar: quando não tem nada ocorrendo na economia ou política no curto prazo, ela entra em cena. Não tenho muita dúvida de que essa ferramenta é agora assunto dentro de todas as empresas. A grande questão passa a ser qual o impacto que essa nova tecnologia terá em seus negócios.

Acredito que ainda é muito cedo para avaliar, pois nem sei se as empresas entenderam exatamente como essa ferramenta funciona, e a tecnologia ainda está em processo de evolução; mas é melhor que fiquem bem atentas, pois seu negócio pode sumir do dia para noite. Charley Grant fala no Wall Street Journal de duas empresas que sofreram o impacto dessa nova tendência em suas cotações, uma de forma positiva e outra negativa,

A ascensão da inteligência artificial está tomando de assalto o mundo da tecnologia. A tecnologia também está fazendo sucesso em Wall Street.

É cedo para a chamada IA generativa, uma forma de inteligência artificial que pode invocar ideias originais na forma de texto, vídeo ou outras mídias. Mas a ferramenta causou comoção em empresas, escolas, governos e no público por sua capacidade de processar abundância de informações e gerar conteúdo sofisticado em resposta a solicitações dos usuários.

Grandes empresas de tecnologia estão investindo bilhões de dólares na tecnologia. As startups estão levantando dinheiro e tentando desenvolver modelos de negócios usando IA em um ritmo rápido.

Os investidores estão avaliando até que ponto a chegada da IA vai abalar empresas, indústrias e práticas de negócios contemporâneas – e fazendo apostas de acordo. Isso fez com que as ações oscilassem descontroladamente em ambas as direções: as ações da fabricante de chips Nvidia estão subindo, enquanto as ações da empresa de materiais de estudo Chegg CHGG  despencaram. O entusiasmo pelo potencial da IA é uma das razões pelas quais as grandes empresas de tecnologia estão entre os melhores desempenhos deste ano.

Não há dúvida de que os chatbots de IA generativa são populares. O ChatGPT atingiu 100 milhões de usuários em dois meses, o aplicativo mais rápido já registrado, disseram analistas do Goldman Sachs em uma nota de pesquisa. Em comparação, o TikTok levou nove meses para atingir essa marca, enquanto o Instagram levou 30.

"Consideramos a IA enorme, e continuaremos a inseri-la em nossos produtos de forma muito cuidadosa", disse o presidente-executivo da Apple, Tim Cook, na semana passada, em teleconferência com analistas.

A Apple não está sozinha. Houve mais de 300 menções de "IA generativa" em teleconferências do S&P 500 até agora este ano, de acordo com dados da AlphaSense. A expressão mal recebia uma menção antes de 2023.

A Microsoft está combinando a tecnologia por trás do ChatGPT da OpenAI com seu mecanismo de pesquisa Bing.

Os principais sistemas de saúde estão experimentando a IA para ver se a tecnologia pode ajudar a aumentar a produtividade de suas equipes médicas. Empreendedores e investidores de capital de risco esperam que a IA generativa revolucione os negócios, desde a produção de mídia até o atendimento ao cliente e a entrega de supermercados. Até a Coca-Cola disse aos investidores que está experimentando a tecnologia.

Alguns investidores se perguntam se a IA generativa é a tecnologia mais recente com potencial para perturbar indústrias inteiras. O início do streaming online significou o fim de empresas de aluguel de vídeos domésticos, como a Blockbuster, enquanto câmeras em telefones ajudaram a tornar o processamento de fotos obsoleto e a desencadear a ascensão da Apple e o declínio da Kodak.

A inteligência artificial está "quase certamente sendo exagerada em sua implementação inicial", disse Michael Green, estrategista-chefe da Simplify Asset Management. "Mas as ramificações de longo prazo são provavelmente maiores do que podemos imaginar."

A Microsoft adicionou quase US$ 500 bilhões em valor de mercado desde que a gigante da tecnologia anunciou um investimento de US$ 10 bilhões na startup OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, em janeiro. As ações da Nvidia, que fabrica chips necessários para alimentar os chatbots, dobraram até agora este ano. A Alphabet, controladora do Google, perdeu US$ 100 bilhões em valor de mercado em um único dia no início deste ano, depois que seu chatbot Bard surpreendeu os investidores, embora essas perdas se revertessem rapidamente.

As ações da Alphabet subiram 22% este ano.

Esses movimentos podem ser efêmeros à medida que o poder da tecnologia se torna mais claro, disse Daniel Morgan, gerente sênior de portfólio da Synovus Trust. "O mais difícil de apurar é: qual vai ser o impacto de todo esse gasto para essas empresas nas receitas e nos lucros?" Seu fundo possui ações da Microsoft, Alphabet e Nvidia.

A enxurrada de interesse dos investidores elevou as avaliações. A Nvidia é negociada a 167 vezes seus últimos 12 meses de ganhos, conforme a FactSet. Microsoft e Alphabet negociam 33 vezes e 24 vezes, respectivamente.

Os gestores de portfólio disseram que a corrida para entender as implicações do surgimento da IA é essencial, tanto para investir nos vencedores da tecnologia quanto para evitar seus eventuais perdedores. As ações da Chegg caíram 48% na semana passada depois que a empresa de materiais de estudo disse que o aumento do ChatGPT estava prejudicando sua capacidade de atrair novos clientes.

"Você simplesmente não sabe todos os efeitos colaterais", disse Will Graves, diretor de investimentos da Boardman Bay Capital Management. "Se este é realmente um momento iPhone, ninguém viu que o Uber estava saindo do iPhone para bater na indústria de táxis."

Vivemos numa era desafiadora. Por um lado, o mundo está ficando mais radical — percebo que as pessoas estão cada vez menos tolerantes às ideias das outras quando contrastam com a sua.  Se você é de direita qualquer ato de esquerda te irrita e tende a não concordar por princípio, sem uma análise mais detalhada —e vice-versa. Na economia, a era de dinheiro barato com inflação beirando a zero está acabando e sendo substituída por um ambiente inflacionário e de juros em alta. Mas de forma estrutural, a tecnologia avança como a água que se espalha de um compartimento mais elevado para todos os lados; a principal consequência é deflacionária, principalmente pela diminuição de empregos.

Não sei se existe relação entre elas, mesmo sendo a segunda ideia antagônica à primeira, mas isso pode ser por razões de curto prazo (ex. alta do preço das commodities oriunda da elevação de demanda dos veículos elétricos).

Amanhã é dia de publicação da inflação nos EUA pelo CPI. É esperada uma alta de 5% a.a. para o índice cheio e 5,4% para o índice que exclui combustíveis e alimentos. Não é um nível baixo sob qualquer tônica e, embora deva mostrar estabilidade, a real situação não é tão positiva, pois ao se analisar usando um critério de mais curto prazo mediante taxas trimestrais anualizadas, os níveis são bem mais elevados. A razão principal é que na base anual ainda existem alguns meses com taxas negativas, que quando saírem devem apontar para algo semelhante ao indicado no gráfico a seguir.




 A taxa de juros não está muito compatível com o que o Fed projeta, como venho enfatizando ultimamente. Este mercado espera que a autoridade monetária dê meia volta nos juros, iniciando um período de queda já a partir do segundo semestre deste ano, o que não parece razoável.

Existe uma expectativa de que uma carteira formada por bonds e ações – o famoso 60 x 40, forneça uma proteção, ou seja, a carteira de renda fixa reage opostamente à carteira de ações, da seguinte forma: quando a primeira valoriza (juros caem) a segunda perde e vice-versa quando a primeira cai (juros sobem) a segunda sobe. Isso vale quando os juros sobem pelo bom motivo (economia crescendo) e caem pelo mau motivo (economia desacelerando). Essa é a situação que ocorre atualmente, pelo mau motivo, como se pode observar no gráfico abaixo. Como podem notar, nem sempre essa relação oferece proteção, como ocorreu no ano passado.




 No post last-republic fiz os seguintes comentários sobre o SP500: ... “ Os mercados subiram pela manhã, mas não foi o suficiente para ultrapassar a marca de 4.195. O Objetivo inicial está marcado na onda em 4.278” ... Na última sexta-feira, sugeri uma nova entrada nas bolsas americanas.




Existe uma diferença de interpretação no SP500, que pode fazer muita diferença no curto prazo. Vou tentar explicar qual seria a distinção:

Conservador: Nesse caso a onda 1 ainda não teria terminado, porém, deveria ocorrer proximamente quando ultrapassar a marca 4.195 (bastante importante para descartar uma possibilidade de queda). Nesse caso o objetivo de curto prazo seria 4.266. Note que nesse caso após completada essa sequência uma correção deveria levar a bolsa para os níveis apontados no retângulo 3.848/3.781.




Agressivo: Nessa situação a onda 1 (equivalente à onda 1 mencionada acima) já terminou e estaríamos entrando no mais pujante dos movimentos na Teoria de Elliot Wave a onda 3 cujo objetivo seria de 4.686, uma alta de 13% e com muitas subdivisões depois. O mais importante diferencial entre essas duas hipóteses é que nesse caso não haveria a queda conforme explicitada acima.




- David, como vamos identificar em qual das duas estamos?

Nem pensar em pegar o champanhe e abrir, na melhor das melhores hipóteses coloque na geladeira, pois ainda nem posso eliminar a possibilidade de queda, é necessário ultrapassar 4.195. Mas supondo que tudo saia conforme esperado, a opção Agressivo se confirmaria com altas expressivas dos níveis atuais, pois caso contrário vou ter que classificar no caso Conservador.

Fica até difícil imaginar a opção mais arrojada haja vista o pessimismo dos investidores atualmente, mas pode ser por esse motivo que poderá ocorrer a alta, caso algo muito positivo ocorra de forma inesperada. Como não estamos aqui para adivinhar, Let the Market speak!

O SP500 fechou a 4.119, com queda de 0,45%; o USDBRL a R$ 4,9870, com queda de 0,47%; o EURUSD a 1,0961, com queda de 0,39%; e o ouro a U$ 2.034, com alta de 0,64%.

Fique ligado!

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