Quando o futuro não é brilhante #ouro #gold

 


Ontem o Manchester City deu um show de futebol, vencendo o Real Madrid com facilidade por 4 X 0 e se classificando para ra a final com a Internazionale de Milão. Parece que este último tem uma missão impossível, dada a nítida superioridade do Manchester United que é comandada por meu técnico preferido, Pep Guardiola.

Esta introdução é uma metáfora sobre a situação do Brasil em relação à da Argentina. Se continuarmos no caminho traçado por este governo, acredito que daqui a 10 anos podemos estar em situação semelhante (nunca é igual). O país vizinho terá eleições em outubro próximo; os argentinos esclarecidos e o mundo esperam que essa turma que agora está comandando o país vá para casa. Um dos candidatos prega o uso do dólar como moeda corrente. Juan Pablo Spinetto comenta na Bloomberg que o problema não é a moeda.

Javier Milei, o candidato libertário à presidência que se tornou uma sensação política na Argentina,  tem uma proposta caracteristicamente radical para enfrentar a inflação galopante do país, que chegou a quase 110% no mês passado: a Argentina deveria abandonar seu peso cada vez mais desvalorizado e substituí-lo pelo dólar americano.

A proposta pode ser tentadora — e há o exemplo do Equador, que tornou o dólar moeda legal em 2000 e alcançou a estabilidade de preços —, mas a opção não é viável nem desejável para a segunda maior economia da América do Sul.  Há maneiras muito mais eficazes (e, francamente, mais diretas) de trazer estabilidade econômica para a Argentina.

A economia argentina de US$ 641 bilhões já está parcialmente dolarizada, mas substituir o peso pela moeda americana exigiria reservas internacionais significativas que o país atualmente não tem e dificilmente conseguirá. Portanto, seria necessária uma enorme desvalorização para compensar a escassez de dólares. A dolarização também deixaria o país vulnerável a oscilações no valor do dólar em um momento em que sua predominância está sendo questionada.

Depois, há os constrangimentos políticos. A eleição presidencial da Argentina é em outubro e, mesmo que Milei vença, é improvável que seu grupo tenha o controle do Congresso e o apoio político necessários para aprovar tal reforma. Uma pesquisa recente  também mostrou que a maioria dos argentinos se opõe a ter o dólar como moeda nacional, mesmo que o usem para muitas transações grandes do dia a dia.

Por fim, há uma razão estratégica. A dolarização falhará, como a conversibilidade da moeda durante a década de 1990, se as autoridades não resolverem o problema subjacente da Argentina: a imperícia política.




Ao contrário de seus pares de mercados emergentes, a Argentina vem implementando principalmente um conjunto de ferramentas políticas heterodoxas nas últimas décadas, que não apenas não combateram a inflação como a agravaram. Financiou saldos orçamentários persistentes imprimindo dinheiro, falsificou estatísticas de inflação, concedeu subsídios crescentes à energia, ordenou  complexos controles de preços e forçou as autoridades monetárias a implementar taxas de juros reais negativas. E lembre-se, a Argentina é uma das mais fechadas das grandes economias da América Latina, com problemas recorrentes de dívida e controles rígidos de capital.

Nesse cenário, seria uma surpresa se a Argentina não tivesse uma das maiores taxas de inflação do mundo.

Sob o governo do presidente Alberto Fernández, essa preferência pela heterodoxia se traduziu na falta de qualquer âncora política para controlar a inflação, algo que ele resumiu em uma entrevista de 2020: "Francamente, não acredito em planos econômicos". A vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner foi além, dizendo recentemente: "Está claro que o déficit fiscal não é a causa da inflação".

Isso pode ser correto ocasionalmente para nações com boas classificações de crédito. Mas certamente não é verdade para um país que deu calote em sua dívida internacional três vezes já neste século.

Sim, a Argentina teve um azar terrível, sofrendo duas enormes secas  em apenas cinco anos que custaram à economia muitos bilhões em exportações perdidas. Mas, com as mudanças climáticas, tais eventos não podem mais ser considerados tão incomuns. Quando muito, tornam ainda mais urgente a necessidade de estabilidade macroeconómica.

E, para isso, a Argentina só precisa olhar para seus vizinhos em busca de orientação.

Nas últimas três décadas, a América Latina avançou muito para controlar a inflação, uma de suas principais preocupações econômicas no século 20. Do Brasil ao Paraguai e ao México, a maioria dos países da região implementou políticas semelhantes, focadas em metas de inflação, prudência fiscal, gestão inteligente da dívida e um grau de autonomia (se não total independência) para as autoridades do banco central. Essas políticas foram adotadas com sucesso e sustentadas por governos de direita e de esquerda.

O valor dessa abordagem fica claro pela fluidez com que esses países passaram pelo duplo choque do pico de inflação pós-pandemia e pelo rápido aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Os bancos centrais latino-americanos reagiram rapidamente, aumentando os custos dos empréstimos mais cedo do que a maioria. Apesar de algum ruído político, eles já estão vendo as taxas de inflação voltando lentamente à meta sem a turbulência financeira comum em outros períodos da história.

Não há razão para que a Argentina não possa fazer o mesmo. O Brasil, que sofreu hiperinflação ao mesmo tempo que a Argentina há três décadas, agora tem uma moeda sólida e as menores taxas de inflação entre as maiores economias da região.

É claro que o principal obstáculo na Argentina sempre foi político. Quem quer que seja o próximo líder do país precisará não apenas definir a política certa, mas também acumular capital político suficiente para sustentá-la. Talvez o próximo presidente possa apelar para o espírito competitivo dos argentinos: se o nosso frágil Brasil pode alcançar uma estabilidade econômica duradoura, o presidente pode dizer, então nós também podemos.

Ao ler esse artigo onde o Brasil é citado como referência no combate a inflação pelas medidas tomadas no passado, é de se perguntar: mas o que o que nosso governo quer fazer não é exatamente o que deu errado na Argentina? Com uma miopia e ignorância econômica fora do comum, em um ambiente cada vez mais competitivo, estamos andando para trás de forma clara e inequívoca. Este governo usa de medidas populistas para enganar os mais pobres e buscar se perpetuar no poder. O Judiciário também não ajuda, tomando medidas totalmente absurdas em concordância com as vontades deste governo. Carro Popular? Nada pode ser mais retrógrado e custoso, pois a indústria automobilística irá demandar subsídios. Um estudo da FGV aponta que o país desperdiça R$ 1,7 trilhão com despesas adicionais que as companhias têm para produzir aqui; o número só tende a aumentar com este governo.

Se nada for feito, caminhamos para uma Argentina ao invés de uma Índia, e é bem capaz que o Internazionale se saia melhor que nós! Nosso futuro está longe de ser brilhante!

No post mercado-com-ideia-fixa fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ...”  No representação semanal a seguir o objetivo final seria ao redor de U$ 2.883/ U$ 2.976. Essa alta complementaria um movimento que se iniciou em janeiro de 2016. A onda costuma ser estendida no caso de commodities, se isso ocorrer, a alta seria ainda maior” ...



Com as quedas que ocorreram nos últimos dias, o cenário de alta mais iminente, da forma como eu apontei no último post acima, deveria conter o ouro proximamente ao redor de U$ 1.960; muito abaixo disso terei que considerar a opção que tinha anteriormente e que exponho na sequência. (o destaque na elipse será comentado a seguir).



A opção antiga à onda V se desenvolveu de forma estendida, o que não é comum em mercados de ações, mas se apresenta em commodities. Se o leitor fizer o jogo de 7 erros nos dois gráficos, irá perceber que a onda 1 termina em momentos diferentes. Qual dos dois está correto, me antecipando a pergunta do meu amigo? Só saberemos com o desenrolar dos preços.



Estou mais propenso a usar esta última hipótese, a parábola destacada no primeiro é “pequena” para um movimento naquele estágio – notem que neste último gráfico faz parte de uma sequência de menor nível. Outro fator que me leva mais para essa opção é o fato de a configuração ter um best look.

 Mas aprendi que em análise gráfica é fundamental estar aberto a várias opções, não ficando preso a uma ideia inicial que pode estar errada. O stop loss é sua salvaguarda.

- David, gostei da explicação, mas não resolve meu caso... lembra, bolso!!!!

Muito bem, você pode agir de acordo com suas crenças e neste caso como a visão é de alta no médio prazo, sugiro para você: Se acredita no primeiro caso, pode comprar ouro nestes níveis e colocar um stop loss a U$ 1.900, ou fazer como eu e esperar o desenrolar para decidir o que fazer e quando atuar.

Se os leitores seguirem o Mosca (e não o meu amigo), fiquem atentos à eventual entrada.

O SP500 fechou a 4.198, com alta de 0,94%; o USDBRL a R$ 4,9679, com alta de 0,55%; o EURUSD a 1,0773, com queda de 0,61%; e o ouro a U$ 1.957, com queda de 1,24%.

Fique ligado!

Comentários