Amadurecimento precoce
Os desafios do mundo moderno não estão limitados aos novos
negócios que surgem, mas também suas consequências. Tenho presenciado algumas
apresentações de startups propiciadas pelos bancos. Fico impressionado com a
competência desses jovens ao se aventurar no mundo dos negócios, sem muito
conhecimento de vida, vão em frente.
A experiência é algo que não se aprende nem existe maneira
de encurta-la. São principalmente através dos insucessos que crescemos e
adquirimos maturidade para enfrentar novos desafios. Essa evolução tem uma
sequência e isso está sendo desafiado nos tempos atuais.
Certa vez minha filha estava estagiando na Unilever, desejo
de qualquer estudante prestes a se formar. Eu estava feliz da vida com sua
conquista. Passados 4 meses, recebo um daqueles WhatsApp dos filhos, que
começam com “pai”. Não sei vocês, mas quando recebo uma mensagem que começa
desta maneira, vem algum problema em seguida. Nesta ocasião ela me disse que
estava querendo sair da Unilever, e sabia que iria me opor.
Fiquei frustrado. Como assim, não teve tempo de conhecer
nada. Marcamos um almoço para eu tentar argumentar que não era uma boa ideia.
Num determinado momento da conversa disse a ela que, se não estava gostando do
que fazia, as oportunidades em outras áreas são enormes numa empresa desse
tamanho. Foi quando ela me respondeu “ Já conheço tudo da empresa”. Conhece
tudo em 4 meses? Deixei que ela tomasse seu rumo, o que acabou acontecendo,
pois foi contratada uma semana depois em outra empresa.
Um artigo do Wall Street Journal relata sobre as consequências
do sucesso prematuro dos jovens que se aventuram em novos negócios e culmina
com a abertura de capital – IPO.
Este ano está se definindo como um recorde para os IPOs de
startups. Tornar-se público é um momento cinematográfico para seus fundadores,
CEOs e funcionários iniciais, que podem transformar anos de trabalho duro em
imensa riqueza. Mas fora da câmera, o mundo dos startups tem um lado negro. Sob
o verniz de festas extravagantes e avaliações multibilionárias, muitos fundadores
e executivos estão se esforçando para construir negócios pioneiros enquanto
lutam com questões como ansiedade, dependência de drogas, insônia, depressão e
compulsão alimentar.
O estresse, é claro, faz parte de qualquer papel de
liderança, e os líderes de startup geralmente têm mais recursos do que a
maioria para lidar com os problemas de saúde mental. Mas também está ficando
claro que a criatividade leva muitos fundadores de startups a dar saltos
ousados geralmente com consequências danosas.
Os empreendedores são 50% mais propensos a relatar ter uma condição mental de saúde, e descreveram taxas significativamente mais elevadas de depressão, transtorno de déficit de atenção, abuso de substâncias e transtorno bipolar, do que um grupo de controle, de acordo com um estudo de 2016 da Universidade da Califórnia.
"Todo o caminho para levantar fundos, até encontrar o
seu principal investidor, você se sente um merda porque todos os outros
investidores com quem você fala estão dizendo o quanto o seu negócio é uma
merda", disse Kimbal Musk.
Enquanto muitos empresários encontram maneiras de lidar com
a pressão, alguns se tornam cada vez mais destrutivos.
As tendências hiperenergéticas de Brandon Truaxe o ajudaram
a construir uma marca de beleza cult com centenas de funcionários. Truaxe
dirigiu grande parte do próprio Deciem Inc., com sede em Toronto, dormindo
pouco e usando efedrina e cafeína, disse Riyadh Swedaan, seu namorado de 11
anos.
Conforme a empresa crescia, a pressão aumentava. Swedaan
disse que Truaxe começou a usar metafetamina cristal no começo de 2018, levando
a um comportamento cada vez mais errático. Em outubro, a investidora da Deciem,
Estée Lauder, entrou com uma ação legal, alegando que o Sr. Truaxe havia feito
centenas de “mensagens perturbadoras” nas contas da mídia social de Deciem,
incluindo ameaças. Alugou um avião particular e uma nova sede sem consultar o
conselho da Deciem.
O processo levou o Sr. Truaxe a ser removido da empresa. Ele
foi hospitalizado três vezes no ano passado como resultado de alucinações
causadas pelo uso pesado de drogas. Swedaan, culpou as drogas pela espiral
descendente de Truaxe.
Em janeiro, o Sr. Truaxe morreu tragicamente depois de cair
de seu condomínio no 32º andar.
Uma questão frequentemente citada nos círculos de tecnologia
é que muitos startups falham por causa de problemas com pessoas, não com
questões de negócios. Em um estudo de 2016, 92% dos mais de 13.000 investidores
de capital de risco, pesquisados pelo National Bureau of Economic Research,
identificaram a equipe de gestão como o fator mais importante nos fracassos de
startups.
Uma razão comum para a angústia, é que os fundadores e os
executivos de startup tendem a deduzir grande parte de seu senso de autoestima
do sucesso de sua empresa.
Os fundadores geralmente têm mais influência sobre as
trajetórias criativas e estratégicas de suas empresas, do que os líderes de
empresas estabelecidas. Como resultado, suas lutas podem ter consequências
empresariais desmedidas. Em 2017, grandes patrocinadores da Uber Technologies,
exigiram a expulsão do fundador Travis Kalanick, após uma série de escândalos.
Esses casos comentados nesse artigo fornecem a dimensão dos
problemas vividos por esses jovens expostos ao mundo dos negócios praticamente
sem experiência. Além do dirigente, seu corpo executivo também é composto por
funcionários com características semelhantes.
É muito difícil criar um juízo de valor, nem tão pouco calcular
a sua perenidade. Uma estatística apontada pela empresa de consultoria McKinsey
estima que somente de 3% a 5% irão sobreviver, deixando 95% com os custos do
insucesso. O que posso sim dizer é que, não existe uma maneira de encurtar a
experiência humana, sendo assim, daqui a 20 ou 30 anos saberemos qual foi o
resultado desse amadurecimento precoce.
No post america-first, fiz os seguintes comentário
sobre os juros de 10 anos: ... “Ainda é muito cedo para poder dizer que, os juros
atingiram uma mínima, é necessário que o intervalo destacado acima entre 2,15%
- 2,2% seja ultrapassado” ...
Aqui do Mosca eu
não teria como saber os dados de emprego publicados na semana passada, nem
tampouco o que o Presidente do Fed, Jerome Powell, falaria em sua aparição no
Congresso. Mas a análise técnica me indicou que o nível ao redor de 2% era
bastante importante e que não valeria apena manter uma posição.
Hoje pela manhã a taxa atingiu 2,15% entrando na região
apontada como importante para saber se essa alta vai dar frutos, ou é uma
pequena recuperação para cair em seguida. Acredito ser mais o segundo caso.
Em função deste prognostico vou propor um trade para queda
de juros, entrando a 2,18% e com stoploss a 2,28%. O objetivo situa-se 1,9%
podendo estender até 1,6%.
Eu mesmo fico surpreso em orientar os leitores a entrar num
trade de juros, em níveis tão baixos, quando no início deste ano, tinha uma
posição contrária a essa. Isso só é possível ao não se apegar as opiniões de
maneira dogmática, sem receio de ser considerado superficial, ou mesmo o
desconforto de encontrar alguém na rua e te xingar porque seguiu seus conselhos.
Como costumo dizer, minha opinião vale por 24 horas, se quiser saber daí em
diante, siga o Mosca.
Tudo isso só poderia acontecer com uso da análise técnica,
através dela e por princípio, são os preços que formam a sua opinião e não ao
contrário. Sendo assim, estou aberto para qualquer lado, pois o stoploss é a salvaguarda
que dá confiança para não comprometer seu patrimônio.
O SP500 fechou a 3.013, com alta de 0,46%; o USDBRL a R$
3,7368, com queda de 0,47%; o EURUSD a € 1,1270, com alta de 0,15%; e o ouro a
U$ 1.414, com alta de 0,77%.
Fique ligado!
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