Tem solução?
A disputa entre os EUA e a China de maneira nenhuma
terminou. Permanecem alguns assuntos muito importantes que se encontram
parados. Se existe alguma coisa que o mercado de ações odeia é indecisão, é
melhor enfrentar uma situação ruim que ficar ambíguo. Não tenho dívida que
seria melhor definir as alíquotas e pronto, os preços se ajustariam a essa
situação.
Essa circunstância, guarda as devidas proporções, se
assemelha a publicação de resultados que as companhias fazem trimestralmente.
Por exemplo, ontem a Netflix publicou seu resultado com uma queda no número de
assinantes nos EUA, porém, o resultado foi superior em função do reajuste de
preços. Imediatamente, no after market,
as ações caíram 11%. O novo preço foi calculado através de um modelo financeiro
que assumiu essas novas premissas. Esse resultado impactou os preços ao redor
da queda acima, e pronto, a vida continua.
Ontem, poucas horas depois do WSJ ter noticiado que as
negociações comerciais entre os EUA e a China, haviam prejudicado a forma de
reverter as restrições à Huawei - algo que o presidente Trump reforçou ao
presidente Xi como pré-requisito para reiniciar as negociações -.
No que soa como uma repetição da confusão, que se seguiu à
trégua comercial original em dezembro, os dois lados ainda não estão na mesma
página sobre o que exatamente foi acordado em Osaka. Pequim está aparentemente
se recusando a comprar quaisquer produtos agrícolas americanos até que as
restrições à Huawei sejam suspensas, e os EUA não retiraram a Huawei da lista
de entidades com restrições.
E mesmo que essas duas questões sejam resolvidas, ainda há a
tarefa de forjar um acordo mutuamente aceitável. Os dois lados continuam em
desacordo com as demandas de Washington por reformas estruturais, a economia da
China. Por outro lado, o pedido de Pequim para que os EUA removam todas as
tarifas punitivas existentes sobre as importações da China.
As empresas em vista disso já estão se mexendo. Algumas medidas
de mais longo prazo, estão transferindo suas fábricas da China para outros
países, outras de curto prazo, desviando parte de sua linha de montagem. Muito
se tem noticiado sobre o Vietnam, mas não se restringe a esse pais, como se
pode verificar na ilustração a seguir.
Além disso, agora que a campanha é um fator, Pequim tem
todos os motivos para ficar cautelosa (afinal, existe a possibilidade de que
qualquer progresso possa ser eliminado se Trump perder), e Trump logo se
tornará mais preocupado com essa ótica – abandonado qualquer coisa “pequena” do
"grande" acordo que prometeu - que criasse problemas nessa frente.
Fazer um acordo quando uma das partes não quer é
praticamente impossível, pois mesmo que a outra queria, na hora de fechar
sempre colocara empecilhos que inviabiliza o acordo. A dúvida nesse caso, é se os
EUA realmente querem um acordo, ou seu objetivo é estancar o crescimento da
China por considera-lo ameaçador para a hegemonia americana.
As projeções da economia chinesa são inequívocas da sua
importância. É uma questão matemática, pois com um crescimento de 6% a.a.,
comparado a um crescimento de 2% a.a., o diferencial vai aumentando paulatinamente.
Nesse ritmo, ao redor de 2030, a economia chinesa ultrapassaria a americana.
Esse talvez seja o objetivo de toda essa confusão que o
Presidente Trump vem cometendo. O embate comercial seria uma das táticas para
buscar desacelerar o crescimento, enquanto o caso Huawei é mais estratégico.
Nesse quesito confusão, não poderia existir pessoa melhor que o Trump, disso
ele entende! Hahaha ...
No post o-cala-boca, fiz os seguintes comentários sobre
o ouro: ... “conforme
se pode verificar no gráfico de curtíssimo prazo a seguir, se nota uma possível
formação de um triângulo” ... ... “vou sugerir um trade de compra de ouro a U$
1.402, com um stoploss a U$ 1.380. O objetivo seria de U$ 1.460 ou quem sabe
algo superior” ...
No post de ontem havia comentado que hoje apresentaria a
formação de um triângulo “normal”. O movimento que o metal proporcionou, pode
ser considerado de livro texto, veja a seguir.
Agora que houve o rompimento da linha superior do triângulo,
o primeiro objetivo se encontra em U$ 1.475, e caso seja rompido o próximo nível
seria U$ 1.520. Uma análise utilizando outros parâmetros apontam o primeiro
objetivo como mais provável.
Vou relembrar algo muito importante em relação ao futuro do
ouro, que foi mencionado no post de-que-lado-estão-os-investidores: .... “ No gráfico acima busquei anotar o que poderia
acontecer com o ouro nos próximos meses. Se eu tivesse certeza que o metal está
pronto para voar, compraria um monte de ouro e iria viajar. Mas é necessário
que alguns níveis sejam suplantados, o primeiro seria acima de U$ 1,590, o que colocaria
uma chance maior de que a alta é mais provável que continue. Acima de U$ 1.730,
depositaria uma probabilidade de 70% de isso acontecer, e acima de U$ 1.920,
ficaria confirmado” ...
A conclusão é que estamos nos aproximando de um nível muito
importante, onde saberemos se essa alta observada recentemente é o final de uma
correção mais longa, que se iniciou em 2016, ou estaríamos entrando num novo
ciclo de alta. Como frisei acima, se eu soubesse estaria rico. Como só o
mercado pode nos dizer isso, é melhor não se preocupar agora e aguardar sem viés.
No curto prazo, vou alterar o stoploss para U$ 1.410 e Let’s the market speak!
O SP500 fechou a 2.995, com alta de 0,36% - aproveito para
subir o stoploss para 2.950, pelas razões apontadas ontem; o USDBRL a R$ 3,2727,
com queda de 1,08%; o EURUSD a € 1.275, com alta de 0,46%; e o ouro a
U$ 1.444, com alta de 1,28%.
Fique ligado!
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