O cala boca
Como o Mosca havia mencionado, ontem em seu depoimento na Câmera Americana, Jerome Powell, praticamente garantiu que o Fed irá reduzir os juros na próxima reunião, no final deste mês. Seus argumentos apontam para um risco de crescimento global mais baixo além das incertezas geradas pela disputa comercial. Ele minimizou os desenvolvimentos que poderiam ter impulsionado as expectativas, como o forte relatório de empregos de junho e a recente trégua comercial entre os EUA e a China.
O gráfico a seguir, que compila o nível de atividade em
diversas regiões do mundo, aponta para uma desaceleração no corrente ano.
Powell também alertou para os riscos de que a inflação baixa
poderia se mostrar mais persistente do que o previsto anteriormente, um
desenvolvimento que "reforçou o argumento para uma política um pouco mais
acomodatícia", o que significa taxas mais baixas. Esse argumento é diametralmente
oposto ao que dizia há alguns meses. De toda forma, alguns membros do Comitê
não estão tão convencidos desse argumento, pois apontam preocupação sobre a
inflação, usando o índice calculado pelo banco central de Dallas, que está
subindo nos últimos meses.
Nesse quesito, a publicação desta manhã do CPI, pode
complicar um pouco a vida do Fed. Embora a inflação total de 1,6% em 12 meses
tenha permanecido abaixo do objetivo. Excluindo os itens mais voláteis como
alimentos e energia, subiu para 2,1% a.a. Não acredito que isso será suficiente
para o dirigente do Fed alterar sua ideia de redução neste mês, mas certamente frustrará
o movimento esperado por alguns participantes do mercado, de uma redução de
0,50%.
Acredito que Powell não tinha outra coisa a fazer a não ser
“garantir” essa queda de juros. Agora, o que irá acontecer daqui em diante é
mais incerto. É notório que o embate de Trump contra a China e outros países, teve
um impacto nada desprezível no comercio mundial. A dúvida agora é saber se, em
se cessando esses ataques a economia, a economia voltará a crescer num ritmo
melhor. Sendo assim, considero essa queda nos juros, como se diz em linguagem
coloquial, um cala boca!
Quem não lembra a pressão que a Grécia sofreu em 2012 para
acertar suas contas públicas? Naquele momento, a eleição de um governo de
esquerda, ameaçava a ruptura deste país com a Comunidade Europeia. Naquela
época, a chance desse país abandonar a moeda única era muito grande. Os juros
de títulos do governo chegaram a ser negociados no mercado a 30% a.a.
Passados 7 anos, o governo resolveu adotar medidas de
austeridade como queriam os alemães e outros. Suas contas públicas voltaram a
um controle melhor, embora seu endividamento ainda é enorme. Porém, esse é um
problema para o futuro, afinal, dívida governamental não se paga, se rola. Mas
hoje, qual o juro de um bond grego? Igual ao americano!
No post o-fed-esta-com-o-dedo-no-gatilho, fiz os
seguintes comentários sobre o ouro: ... “ à formação ainda estaria incompleta e faltaria uma alta até
o nível de U$ 1.450. Em seguida começaria uma correção mais prolongada. Nesta
situação, minha recomendação de compra estaria em U$ 1.380 com um stoploss a U$
1.360” .... Essa era uma das opções que eu havia levantado e que
parece estar se materializando.
Embora um pouco diferente do imaginado, conforme se pode
verificar no gráfico de curtíssimo prazo a seguir, se nota uma possível
formação de um triângulo.
Com essa perspectiva em vista, vou sugerir um trade de
compra de ouro a U$ 1.402, com um stoploss a U$ 1.380. O objetivo seria de U$
1.460 ou quem sabe algo superior.
O Mosca tinha e
tem um viés altista para o ouro. Quando as cotações estavam por volta de U$
1.270, fiquei na dúvida se poderia ainda ocorrer uma nova queda onde eliminaria
meu trade. Naquela situação, havia uma possibilidade também de quedas mais
expressiva. Fui cauteloso. A partir de junho as cotações começaram a subir de
forma mais consistente. O mais importante foi o rompimento do nível de U$
1.375, esse fato eliminou a possibilidade de quedas, pelo menos no curto prazo.
No post mencionado acima, publiquei um prognostico de mais
longo prazo que servira de base em nosso trades no futuro. Esses níveis deverão
ser acompanhados daqui em diante, mantenha esse gráfico para consulta
posterior.
O SP500 fechou a 2.999 (on sale! Hahaha ...), com alta de 0,23%; o USDBRL a R$ 3,7524, sem
variação; o EURUSD a € 1,1251, sem variação; e o ouro a U$ 1.403, com queda de
1,10%.
Fique ligado!
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