America First
OAmerica First.
A frase já diz tudo, sua gestão seria voltada para os americanos e o resto que
se dane! No quesito retorno da bolsa de valores isso já acontecia muito antes
de sua posse, e é sobre esse assunto que iremos abordar.
No post de ontem busquei sensibilizar os leitores sobre o
impacto da queda de rendimentos dos títulos de renda fixa no Brasil, bem como,
alertar para novas alternativas com o objetivo de melhor rentabilizar seu
portfólio. Umas das possibilidades já existentes para nós, são os investimentos
feitos no exterior a partir de veículos locais. Não é objetivo do Mosca descrever como poderia ser feito,
consulte seu assessor financeiro nesse assunto.
Os americanos têm uma razão para celebrar, a maneira
inspiradora como a América Corporativa continua a superar o resto do mundo.
As ações nos EUA podem estar no topo, mas o resto do mundo
não está. Na verdade, os EUA superaram o resto do mundo desde, pelo menos 1988,
quando a MSCI lançou um índice do mundo que mede o retorno das ações ex-EUA. As
únicas vezes em que isso não aconteceu foram durante o boom japonês no final
dos anos 80, e a fúria dos mercados emergentes nos anos anteriores à crise
financeira. Fora isso, a dominância foi total.
Essa alta foi liderada por ações de grande crescimento. O
efeito do “tamanho” tem sido reconhecido há muito tempo que, as empresas
menores, são esperados que superem empresas maiores no longo prazo. Isso
significa que os índices de ponderação em que cada ação, independentemente de
seu valor de mercado, tende a se sair melhor do que os índices ponderados pelo
valor de mercado, no longo prazo. No último quarto de século, as duas únicas
exceções ocorreram no período que antecedeu a crise “ponto com”, em 2000, e à
crise financeira de 2008. Nos últimos 5 anos, os índices ponderados iguais estão
ficando para trás novamente.
Isso é complicado para os gestores, pois fica mais difícil
superar o mercado se a ação média tem um retorno inferior ao índice, que usa o
outro critério em sua ponderação. Também cria incentivos alarmantes para todos,
já que eleva à pressão sobre os gestores para acumular as ações que já são
maiores. Isso ajudou a criar o fenômeno “FAANG” nos últimos anos. E esta
tendência não se limita aos EUA.
O gráfico a seguir, produzido pelo Societe Generale, as
ações de empresas pequenas ficaram para trás durante todo o período pós-crise,
refletindo uma relutância em assumir riscos. O domínio das maiores “mega caps” é muito mais recente, criando
um diferencial marcante entre o tamanho de empresa.
Das 17.000 empresas cobertas neste universo, apenas 77 -
menos de 0,5% do total - tinham um valor de mercado de US $ 100 bilhões ou
mais. E, no entanto, eles representavam 27% de todo o valor de mercado de ações
do mundo. Isso soa como um grau insalubre de concentração.
A queda nos rendimentos dos títulos mostra um temor no
mercado de que a atividade econômica irá diminuir. Isso torna difícil
justificar qualquer grande otimismo de que mais lucros virão de vendas maiores.
Portanto, se os investidores esperam lucros maiores, isso implica que eles
devem esperar margens mais amplas. E isso parece bastante otimista. Como mostra
este gráfico da Goldman Sachs, as margens de lucro estão em território recorde.
Nitidamente, a Bloomberg neste artigo aponta para os riscos
que se apresentam no futuro. Esse tipo de atitude é esperado sempre que, o
mercado atinge novas máximas. Meu intuito neste post não é o de sugerir ou não,
investimento na bolsa americana, para esse fim, o Mosca usa a análise técnica. Minha intenção é informar as várias
opções de investimento existentes, e o que está ocorrendo no campo de bolsa no
mundo, de uma forma bastante genérica.
Um fator importante para se considerar é a grande
concentração em empresas de grande porte, e neste sentido o mercado americano é
o que proporciona as melhores condições. O gráfico a seguir mostra como evoluiu
nesses últimos 100 anos o tamanho dos vários mercados. Hoje os EUA representam
mais de 50% do resto do mundo, razão de ser o mercado mais “caro” em termos de
P/L. Merece!
Como acontece na primeira sexta-feira do mês, foi publicado os dados de desemprego nos EUA. Superando as estimativas mais otimistas, o resultado foi a criação de 224 mil novos empregos, além de revisar para cima os dados anteriores em 72 mil. Paradoxalmente, o mercado não recebeu bem esse número, afinal até o bar men da esquina esperava pelo menos um corte de juros em julho. Com esse dado, dificilmente o Fed irá agir agora, ou na melhor das hipóteses, um corte de 0,25%.
Em relação ao crescimento dos salários, os mais otimistas
quiseram enxergar a publicação como sendo positiva – o Fed cortaria os juros. A
razão é que, essa desaceleração não causaria pressão nos salários. Na opinião
do Mosca é pura torcida, pois a queda
para 3,1% em 12 meses, ainda é um resultado elevado, indicando a possibilidade
de elevação.
No post efeito-de-segunda-ordem fiz os seguintes
comentários sobre os juros de 10 anos: ... “A conjectura nesse ativo está extremamente delicada.
Como notei, abaixo se 2,05%, o negócio fica feio” ... ... “Não tenho nada a
recomendar no momento nesse mercado. Só posso dizer que, depois da reunião do
Fed, o mercado está totalmente convencido que a autoridade monetária vai baixar
os juros, e não é pouca coisa, seriam de 3 a 4 cortes de 0,25% somente para
esse ano. Os dados ainda não corroboram esse movimento” ...
Com a publicação de hoje, os dados corroboram menos ainda!
No gráfico a seguir se pode notar a violência com que reagiu
os juros de 10 anos hoje, recuperando a queda dos últimos 10 dias.
Ainda é muito cedo para poder dizer que, os juros atingiram
uma mínima, é necessário que o intervalo destacado acima entre 2,15% - 2,2%
seja ultrapassado. Porém, como a alta hoje foi expressiva, isso encoraja nesse
sentido. Caso o juro ultrapasse o nível destacado acima, é possível projetar
que os juros atinjam 2,6%/ 2,75%, isso não se constituindo ainda um objetivo.
Mas uma vez, a prudência versus a ganância nos orientou a
não se posicionar nesse mercado, mesmo tudo indicando que a queda de juros era
mais provável. Vale sempre o conceito de risco x retorno, e logico, stoploss
compatível. Também, se estivéssemos posicionados, posso garantir que o limite
seria baixo, limitando o prejuízo.
O SP500 fechou a 2.990, com queda de 0,18%; o USDBRL a R$
3,8170, com alta de 0,44%; o EURUSD a € 1,1225, com queda de 0,52%; e o ouro
a U$ 1.399, com queda de 1,07%.
Fique ligado!
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