Cara ou coroa?
O coronavírus parece estar seguindo um padrão ao redor do
mundo, onde seu ciclo parece durar de 20 a 40 dias, naturalmente dependendo das
medidas que cada país toma para combater. O gráfico a seguir compara o surto
desde seu aparecimento até quando foi controlado (ainda só na China), e a
Coreia do Sul praticamente em fase terminal.
Uma projeção feita pelo Deutsche Bank sobre o número de
casos, apontam na mesma direção. Segundo seu modelo, dentro de uma semana a
“segunda derivada” – termo usado em matemática para indicar que na margem um
evento começa a diminuir, está fazendo com que a curva do total de casos
confirmados, se estabilize.
Mas ainda existem alguns países que o processo nem entraram
nessa fase, ou os governos estão ocultando os dados. Uma ideia seria tratar a
evolução do vírus nos diversos países por ondas:
Onda 0 – Wuhan/Hubei (11/58.5 milhões de pessoas)
Onda 1 – Resto da China (1.375 milhões de pessoas)
Onda 2 – Itália, Coreia do Sul, Iran – (59, 51 e 81 milhões
de pessoas)
Onda 3 – EUA, Alemanha, França e Espanha (330, 83, 67, 47
milhões de pessoas)
Por enquanto é onde o vírus está em desenvolvimento, mas
faltam muitos países grandes em população, onde o Brasil está incluído. Gostaria
de ressaltar dois pontos: muito pouco afetado os países do Hemisfério Sul
(calor?), e a Índia, nada aconteceu?
Bem vamos imaginar que daqui a algumas semanas esse ciclo
tenha terminado e as atividades voltem a normalidade. Sendo assim, qual seria
os possíveis impactos na economia americana e como consequência nos outros
países. Um artigo da Bloomberg analisa 2 possibilidades.
O quão ruim o Covid-19 será para a economia dos EUA é quase
impossível dizer, já que existem poucos precedentes a serem observados. Ao
considerar dois cenários extremos, no entanto, é possível ter uma noção de
quais são os problemas.
Primeiro, considere a visão relativamente otimista: o
Covid-19 terá efeitos semelhantes aos que os economistas chamam de ciclo de
negócios sazonal - ou seja, terminará rapidamente e sem grandes danos.
Por contexto, observe que a economia dos EUA geralmente diminui no primeiro trimestre. As vendas de Natal terminaram, as lojas não estão mais contratando trabalhadores extras e o ritmo da atividade diminui, sejam editoras lançando livros ou famílias saindo de férias. Esses ciclos sazonais geralmente não chegam às manchetes, porque a maioria dos dados econômicos é ajustada sazonalmente.
Por contexto, observe que a economia dos EUA geralmente diminui no primeiro trimestre. As vendas de Natal terminaram, as lojas não estão mais contratando trabalhadores extras e o ritmo da atividade diminui, sejam editoras lançando livros ou famílias saindo de férias. Esses ciclos sazonais geralmente não chegam às manchetes, porque a maioria dos dados econômicos é ajustada sazonalmente.
Portanto, se o Covid-19 atingisse a economia como um ciclo sazonal, poderia ter a seguinte aparência: Eventos públicos, entretenimento e serviços cara a cara se contrairiam dramaticamente, a partir deste mês. Os empregadores nesses setores reduziriam as horas de funcionários e demitiriam alguns trabalhadores marginais. Os passeios de Uber e Lyft despencariam. Haveria um declínio mais geral do poder de compra, que, por sua vez, espalharia o declínio para muitos outros setores.
Ainda assim, nesse cenário, também há um caminho rápido para a recuperação. Em algum momento, o terror do Covid-19 vai diminuir, assim como os casos em muitas partes da China agora parecem estar em declínio. Uma vez que as condições de saúde pública melhoram, o varejo, o entretenimento e os serviços podem voltar. Tanto o poder de produção quanto o poder de compra se recuperam, semelhante ao que normalmente ocorre após as crises do primeiro trimestre.
De fato, depois de ficarem presos por alguns meses, os
trabalhadores dos EUA podem estar especialmente ansiosos para voltar ao
trabalho e os consumidores dos EUA podem estar muito interessados em sair e
gastar.
Mas há um cenário muito mais preocupante. Em vez de traçar uma analogia com ciclos sazonais temporários, um modelo alternativo traça um paralelo com interrupções em cascata.
Essa opção menos otimista pode ser assim: A desaceleração econômica chinesa leva a uma perda permanente de impulso e a uma recessão global. Ao mesmo tempo, com o encerramento da Lombardia, o governo italiano adota o padrão, mas a União Europeia não consegue resolver o problema de maneira oportuna e resoluta. Os governos oscilam entre políticas que facilitam as pessoas ficarem em casa para limitar a propagação da doença e políticas projetadas para trazê-las de volta ao local de trabalho.
Os EUA seriam apanhados pela perda geral de confiança e pelo
contágio dos bancos europeus. Mas isso é só o início. Como as escolas próximas
ao limite da propagação do Covid-19, as famílias monoparentais teriam que ficar
em casa, e os gargalos resultantes da produção afetariam a economia dos EUA.
Talvez a cidade de Nova York tenha que reduzir o número de trens do metrô, e
grande parte da economia da cidade pare. Os problemas da cadeia de suprimentos
da China persistiriam, atingindo tudo, desde remédios até produtos comuns
encontrados em um Walmart.
Os problemas de falta de mercadorias na cadeia de suprimentos, absenteísmo no local de trabalho, emergências de saúde da família e incerteza dos investidores se agravariam. Qualquer ato individual de gasto ou produção, em vez de dar início a outras atividades econômicas, enfrentaria outro gargalo e se tornaria insignificante. O aumento da confiança falharia em se materializar. Desembaraçar essa bagunça de problemas é muito mais difícil do que levar as pessoas a voltarem para jantar e ao cinema novamente, e pode levar anos. A estimulação tradicional do lado da demanda do Fed ou do lado fiscal não reverteria a estagnação.
Acho que ninguém sabe qual desses cenários - ou as
possibilidades intermediárias - é mais provável. Isso dificulta a elaboração de
uma política anticíclica macroeconômica apropriada. Do ponto de vista
econômico, essas são águas desconhecidas. Probabilidade definida em cara ou
coroa não é adequada para investimentos.
No post comprar-ou-vender, fiz os seguintes comentários
sobre o SP500: ... O que podemos esperar no curto
prazo? Acredito que a mínima atingida na última sexta-feira, possa ter sido a
primeira parte da queda, hoje estaríamos entrando no movimento intermediário
Como a mínima atingida anteriormente, não foi a primeira
parte da queda pois o mercado caiu depois disso. Sendo assim, os parâmetros
colocados anteriormente perdem validade. Para o leitor parece que essas
situações – a não concretização de um movimento, significa erro na análise
técnica. Na verdade, não é, pois como sempre enfatizo, trabalha-se com
probabilidades que podem ou não acontecer.
Quando a volatilidade se eleva como nesses últimos dias é
quase imperativo observar os mercados em janelas menores, a fim de estabelecer
alguma estratégia de curto prazo. Tudo se passa como se a oscilação de um dia
passou a ser de horas, pois nos gráficos com janela superiores apresentam retas
sem nenhuma informação de movimento somente de magnitude.
Porém, para analisar a figura num aspecto mais amplo, se
deve usar o gráfico mais longo, a fim de avaliar se o movimento de longo prazo
se alterou.
- David, o triangulo que você mencionou fica mantido?
Para responder sua pergunta vou usar o gráfico com janela
mensal a seguir, onde aponto os níveis mais prováveis de contenção no caso da
hipótese de prevalecer o triangulo.
Entre 2.550 a 2.750, essa queda deveria ser contida, abaixo
disso complica, e no limite, abaixo de 2.350 teria que praticamente abandonar a
opção do triangulo (existe um formato de triangulo denominado de expanded que
é muito raro, onde o triangulo não poderia ser descartado).
Por enquanto vamos aguardar sem posição uma melhor
visualização do que está ocorrendo no SP500. Não procure ser herói nessas
situações!
O SP500 fechou a 2.882, com alta de 4,94%; o USDBRL a R$
4,6430, com queda de 1,71%; o EURUSD a € 1,1283, com queda de 1,42%; e o ouro
a U$ 1.648, com queda de 1,85%.
Fique ligado!
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