300.000!
Com toda essa confusão que está acontecendo nos mercados
mundiais, não verifiquei o número de leituras do Mosca, além do mais,
acabei atrasando a confecção hoje. Eu acreditava que o nível de 300.000 iria
acontecer em breve, mas já ultrapassou. O último resultado é de 300.253, uma
marca histórica. Gostaria de agradecer a confiança dos leitores e vamos em
frente em busca dos 500.000.
Essa manhã, e acredito que boa parte dos leitores soube
ontem a noite, as cotações do petróleo chegaram a cair 30%, aumentado o risco de
uma recessão. Em relação as bolsas, já não bastava a incerteza sobre o
coronavírus embarcou também nesse argumento – recessão, e aprofundou seu
movimento de queda. Não escapou nenhuma!
As negociações da OPEP terminaram em um fracasso dramático,
aumentando o fim de uma aliança diplomática entre a Arábia Saudita e a Rússia,
que sustentou os preços do petróleo e mudou o equilíbrio de poder no Oriente
Médio.
O petróleo Brent, referência mundial, teve a maior queda de uma década depois que a Rússia se recusou a ceder à vontade da Arábia Saudita, cuja aposta de alto risco empurrou o grupo para além do ponto de ruptura. Riyadh queria reduzir a produção para compensar o impacto à demanda do coronavírus. Mas Moscou teve uma ideia diferente.
O petróleo Brent, referência mundial, teve a maior queda de uma década depois que a Rússia se recusou a ceder à vontade da Arábia Saudita, cuja aposta de alto risco empurrou o grupo para além do ponto de ruptura. Riyadh queria reduzir a produção para compensar o impacto à demanda do coronavírus. Mas Moscou teve uma ideia diferente.
O orçamento do Kremlin é mais resistente a preços baixos do
que seus aliados do Oriente Médio. A Rússia também argumentou que o petróleo
barato ajudará a acabar com a concorrência do xisto dos EUA e a direcionar
investidores contra empresas que já estão com dificuldades.
Os traders de petróleo agora estão procurando sinais de que
a Arábia Saudita, a Rússia ou qualquer um dos outros países da OPEP - livres
das restrições do cartel e com buracos no orçamento a preencher - possam
realmente aumentar a produção.
O responsável pela queda nas cotações do óleo foi a Arábia
Saudita que comunicou a seus principais parceiros que está disposta a fornecer
generosos descontos. Mesmo enquanto enfrentam um colapso na demanda de
combustível por causa do coronavírus, pelo menos seis refinarias da China a
Cingapura disseram que, no entanto, tentam maximizar suas compras no reino,
permitindo a capacidade de armazenamento. A Saudi Aramco, estatal, começou a
receber manifestações de interesse por petróleo extra.
Se os compradores asiáticos aceitarem a oferta saudita, isso
significaria significativamente menos compras no mercado à vista, o que poderia
devastar os mercados de petróleo nos quais os vendedores tradicionalmente
vendem seu petróleo por meio de licitações e transações à vista, incluindo a
África Ocidental e alguns fluxos de petróleo da Rússia.
É sabido que os produtores de petróleo do Oriente Médio têm
elevados déficits em conta corrente, e a exportação de petróleo consiste na
maior parcela do fluxo de entrada. O gráfico a seguir dá uma ideia de qual deve
ser o nível de óleo para que tenha um budget equilibrado.
A Arábia Saudita é o produtor com o menor custo de extração,
algo em torno de U$ 10. Já os americanos que produzem o shale gas, cujo custo é
da ordem de U$ 50. Por tanto, se a Arábia Saudita derruba o preço, tira do
mercado todos os produtores com custo mais elevado – O Brasil é da ordem de U$
30. Parece que a estratégia dos árabes foi tirar do mercado esses produtores de
custo mais elevado.
Porém, o momento atual é muito delicado, e qualquer mercado
que sofre uma queda dessa magnitude levanta poeira nos outros.
Mas além do efeito econômico tem a repercussão política.
Imagino que qualquer governante hoje em dia, passa boa parte de seu dia buscando
decidir o que fazer para estancar a propagação do vírus, que agora está
afetando os países da Europa e EUA. Se as economias entrarem em recessão e com
eleições nos EUA este ano, fico com a impressão de que, a Arábia Saudita será
apontada como a responsável, sempre tem que ter algum.
Não sou estrategista político, mas me parece que o movimento
escolhido pela Arábia Saudita não foi feliz. Se tivesse engolido o sapo do
Putin, e esperado um outro momento, não teria esse efeito colateral. Já vejo o
Trump tuitando que a recessão é culpa dos sauditas, o mais interessante é que,
nesse momento é porque o preço caiu e não subiu!
No post o-virus-do-medo, fiz os seguintes comentários
sobre o dólar: ...” As cotações ficaram contidas dentro das linhas
cinzas traçadas acima e tem um objetivo de curto prazo de R$ 4,50 (atingido
hoje durante o dia), que se respeitado deveria iniciar um movimento de correção”
... ... “ Não vou entrar agora, embora acredite em novas altas mais adiante”
...
Mas não houve trégua, o dólar continuou subindo de forma
consistente chegando à máxima hoje de R$ 4,79.
No final de semana fiz uma análise detalhada nos mercados
que eu cubro, e não foi diferente com o real. Nele cheguei a duas contagens
distintas que podem ter consequências dispares no longo prazo. Mas como no
curto prazo a direção é a mesma, não vou me preocupar agora.
Na teoria de Elliot Wave quando ocorre congruência de
níveis, esses têm boa chance de ser um ponto de reversão, ou no mínimo,
difíceis de ser ultrapassado. O interessante nesse caso, e que essas
congruências acontecem nas duas contagens mencionadas acima, o que é mais
intrigante, pois são estabelecidas de forma distinta.
O dólar chegou no objetivo traçado pelo Mosca a algumas
semanas atrás. Naquela data parecia longínquo e sem aparente razão. Mas os
indicadores técnicos indicavam esse movimento que acabou ocorrendo. Posso
considerar satisfeito esse nível com a alta de hoje, mas não posso garantir que
irá ocorrer a reversão.
Como comentei acima, a confluência deveria ser no mínimo
difícil de ultrapassar, mas se acontecer, de forma rápida poderá atingir R$
5,70.
Vale uma observação do que ocorre com os mercados
internacionais em relação ao dólar:
yen e franco suíço – dólar em queda
euro e libra esterlina – dólar se enfraqueceu nos últimos
dias
australiano, neozelandês e canadense – dólar ainda em alta,
porem hoje, com exceção do canadense, reverteram a maior parte da alta que
ocorreu na Ásia.
O que eu quero frisar com isso? Que o dólar está mudando de
direção, passando a se enfraquecer em relação as moedas do G7 – exceção ao
canadense que é fortemente influenciado pelo petróleo.
Mas é bastante especulativo minha observação, pois esse cenário
de alta das moedas do G7, com exceção das emergentes pode continuar. Porém, se
o dólar começar a se enfraquecer não por conta da queda dos juros, mas pelo seu
elevado déficit, esse quadro poderá se modificar também em relação aos
emergentes.
O SP500 fechou em queda de 7,60%; o USDBRL a R$ 4,7197, com
alta de 1,93%; o EURUSD a € 1,1449, com alta de 1,46%; e o ouro a U$ 1.676, com alta
de 0,14%.
Fique ligado!
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