Campo minado
Enquanto nós brasileiros estávamos curtindo o feriado!
Hahahaha ... as bolsas no exterior estavam abertas. Nesta semana, com a
publicação de diversos alertas sobre as elevadas posições no mercado de opções das
pessoas físicas, aliado a um aumento de novos casos de Covid-19 em alguns
estados americanos, foi suficiente para jogar um banho de água fria no mercado
acionário. Uma onda de vendas generalizadas fez as bolsas caíram mais de 5%
ontem, a maior queda desde março deste ano.
O S&P 500 subiu hoje pela manhã 2,7%, enquanto o Nasdaq
subiu 2,8%. Todos os três índices estão prontos para fechar a semana em baixa,
quebrando uma sequência de vitórias de três semanas.
Antes da parada chocante de quinta-feira, as ações dos EUA
haviam se recuperado nas últimas semanas para zerar a maior parte das perdas
deste ano. O otimismo refletido nas ações está em desacordo com o grupo de
dados que sinalizam um ritmo da recuperação econômica global, após a pandemia
de coronavírus, como lento e desigual, com a ameaça de uma segunda onda de
infecções que podem prejudicar ainda mais as perspectivas.
O medo de perder a recuperação das ações – FOMO Fear of
missing out, o otimismo sobre as perspectivas do setor de tecnologia, a
enxurrada de dinheiro barato desencadeado pelos formuladores de políticas até
agora, bem como, a confiança que os bancos centrais tomarão mais medidas para
proteger as principais economias, provocou a alta acentuada nas ações desde o
final de março.
Alguns desses fatores podem estar de volta na sexta-feira,
ou os mercados podem ter uma recuperação temporária, disseram os investidores.
O secretário do Tesouro Steven Mnuchin disse na quinta-feira
que o governo está avaliando uma segunda rodada de estímulo para os americanos.
Isso ajudaria a aumentar os gastos e reduzir os orçamentos das famílias,
aumentando os US $ 267 bilhões distribuídos pela Receita Federal até agora este
ano.
Após a liquidação da quinta-feira, o presidente Trump
criticou o Federal Reserve por suas previsões econômicas sombrias e previu uma
forte segunda metade do ano. Esses comentários foram uma resposta às projeções
do presidente do Fed, Jerome Powell, na quarta-feira de que a economia enfrenta
um caminho potencialmente longo para a recuperação total e que o mercado de
trabalho pode enfrentar mais obstáculos.
A postura do Fed - que também sinalizou sua disposição de
oferecer mais apoio aos mercados de economia e crédito - e suas contrapartes
representaram um grande apoio aos mercados, apesar da liquidação de
quinta-feira, de acordo com Ken Peng, chefe de estratégia de investimentos
asiáticos do Citi Private Bank.
"Há dinheiro demais para que isso seja uma correção
profunda", disse Peng. "O Fed e outros grandes bancos centrais já
deixaram muito claro que estão lá para comprar o fundo basicamente", disse
ele.
A oscilação diária das bolsas sofreu uma mudança significativa
depois que o Fed e o governo americano anunciaram seus vários pacotes de ajuda
a economia, no gráfico se pode notar dois períodos distintos marcados em
laranja, o primeiro, e depois em amarelo, com exceção de ontem.
Com essa distância entre os dados econômicos e perspectivas
traçadas pelos economistas e como contra ponto o volume enorme de recursos
injetados na economia, não devemos nos surpreender dias como os de ontem. Eu
imagino que, sempre que houver dúvidas sobre o desenrolar da economia ou a
volta do vírus, é provável que a bolsa sofra tombos assim. De forma figurativa,
o mercado está caminhando sobre um campo minado, sem o caça minas.
No post __ tuode de
novo __ o Mosca alertou que existia uma linha Maginot no nível do SP500
em 3.250, do qual, não conseguiu ultrapassar. É provável que a correção que eu
estava esperando está se desenrolado agora. Mas esse é um assunto para a
próxima semana.
O que está surpreendendo é o mercado imobiliário que após
uma queda nos primeiros dias do lockdown, passou por uma forte recuperação, e
se encontra nos maiores níveis dos últimos anos, considerando a época do ano,
conforme gráfico a seguir. É verdade que os juros extremamente baixos motivam
as pessoas adquirirem imóveis, porém a incerteza sobre empregos e salários
futuros sugeriria uma certa cautela.
No post estarrecido fiz os seguintes comentários sobre
os juros de 10 anos: ... “ Vou fazer algo que não
costumo fazer, uma projeção antes que ocorra o rompimento. Mas meu objetivo
neste caso é instrutivo e provocativo. Supondo que o nível de 1,3% seja rompido,
se pode esperar atingir os níveis entre 1,4% e 2,10%, assumindo uma correção do
movimento de queda” ...
Provavelmente, o Fed leu o Mosca e não gostou das
colocações prematuras acima. Para mostrar quem manda no barraco, na sua última
reunião, enfatizou que os juros não vão subir por muito tempo, até 2022.
Depois que os juros de 10 anos atingiram 0,96%, iniciou uma queda, levando-os
ao enfadonho 0,70%, derramando um balde de água fria no pessoal que estava mais
animado com a alta.
A previsão volta para estaca zero, com a possibilidade de
novas quedas ao nível de 0,30% ou abaixo, ou podemos esperar novas altas
conforme previsões acima, o que precisa acontecer e que o juro se desvencilhe
da região apontada acima em amarelo entre 0,60% e 0,80%. Mas também não se pode
descartar que fique mofando nesse intervalo por um tempo.
O SP500 fechou a 3041, com alta de 1,31%; o USDBRL a R$
5,0380, com alta de 1,26%; o EURUSD a € 1,1254, com queda de 0,38%; e o ouro
a U$ 1.729, com alta de 0,18%.
Fique ligado!
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