O ECB libera 1,3 paus
Na minha juventude se costumava usar a palavra “paus” para
dar a dimensão de valor. Um sorvete custava 10 paus, um ticket de cinema 15
paus etc. O valor dependia do que se referia, um carro custava 80 paus (R$ 80
mil); uma TV 1.500 paus (R$ 1.500), e todo mundo entendia a qual valor se
estava falando.
Fiquei pensando se esse jeito fosse usado para comunicar o
valor que os bancos centrais estão injetando nas economias, os leitores
saberiam a que montante eu estaria me referindo? Por exemplo, seu disser que o
ECB liberou 1,3 paus, como você interpretaria? A unidade milhão seria pouco,
mas bilhão poderia ser, mas achar de cara que se trata de €
1,3 trilhão, o deixaria em dúvida. Mas o valor é esse mesmo!
O Banco Central Europeu atingiu outro marco de trilhão de
euros em sua luta para reforçar as economias que estão vendo anos de
crescimento varridos em meses pela pandemia de coronavírus.
Uma oferta por seus empréstimos de três anos ultra baratos
foi aceita por 742 bancos, num total de 1,31 trilhão de euros (US $ 1,5
trilhão) na quinta-feira. Isso está de acordo com as previsões de 1,2 trilhão a
1,5 trilhão de euros.
Os empréstimos destinam-se a garantir que os bancos
continuem concedendo crédito a empresas e famílias para reforçar a recuperação
econômica da pandemia. Eles têm uma taxa de juros abaixo de zero, o que
significa que o BCE está pagando aos emprestadores para emprestar.
A nova onda de estímulo ocorre quando o medo de uma segunda
onda potencial de infecções pelo Covid-19 está perseguindo os sentimentos dos
investidores.
O dinheiro também fornece financiamento que pode ser usado
para comprar ativos de maior rendimento, como dívida italiana, complementando
outros programas do BCE que visam conter a volatilidade injustificada do
mercado.
Os títulos italianos reduziram os ganhos após o retorno do
título de dois anos para o nível mais baixo desde março. Os contratos futuros
de três meses da Euribor, atrelados à taxa de captação, retornaram aos níveis
anteriores.
O BCE está lutando para ajudar as economias europeias a
lidar com a maior contração da memória viva. O programa de pandemia de 1,35
trilhão de euros da instituição serviu de ponto de apoio para os mercados de
dívida da zona do euro, ajudando a impulsionar o apelo até dos mais arriscados
títulos do governo. A Itália viu o rendimento de seus títulos de referência
cair mais de 150 pontos base do seu ponto mais alto em março.
O BCE é mais um banco central que se juntou aos seus pares
fazendo o que for possível (e o impossível) para não deixar as economias da
Europa sucumbirem. É uma missão árdua tendo em vista que, a região sofre de
problemas estruturais desde a criação da União Europeia.
Mas quanto já monta essa farra, se for somando todos os
principais bancos centrais? 20 paus!” Agora não preciso explicar de quanto
estou falando. Nesse mercado a unidade padrão é trilhão de dólares.
Inacreditável!
No post de ontem dividi a ideia de uma articulista, Barry
Ritholtz, o-mundo-mudou, onde ele acredita que não haverá grandes
mudanças depois que essa pandemia for controlada. Achei seus argumentos
interessantes, embora tenha que confessar que, posso ter uma certa dose de
torcida. Supondo que ele esteja correto, o que os bancos centrais estão fazendo
vai impulsionar as economias de forma muito perigosa, pois ao invés de aumentar
os déficits público através de programas de auxílio as pessoas, o correto teria
sido empréstimos.
Fico cada vez mais com a impressão de que esses “paus” todos
são fáceis de injetar e muito difíceis de retirar. A conferir no futuro.
No post vão-colocar-drurys-no-old-eight, fiz os seguintes comentários
sobre o ouro: ... “O movimento do metal sob a ótica
de análise técnica deixa margem a algumas interpretações. Essa falha me coloca
numa posição mais defensiva, aonde prefiro aguardar algum tempo para alguma
sugestão de trade” ...
Nada de muito interessante ocorreu com o ouro desde a última
publicação. Como destacado em amarelo no gráfico a seguir, os preços parecem
contidos esperando alguma definição. A posição do Mosca, se mantem.
Do ponto de vista técnico, um alta superior a U$ 1. 770
poderia indicar a continuação do movimento de alta, por outro lado, uma queda
abaixo de U$ 1.650 poderia abrir a oportunidade de uma posição comprada, só não
saberia dizer ainda em qual nível. E por último, abaixo de U$ 1.450 colocaria
em dúvida a continuidade da alta.
O SP500 fechou a 3.115, sem variação; o USDBRL a R$ 5,3755,
com alta de 2,80%; o EURUSD a € 1,1207, com queda de 0,32%; e o ouro
a U$ 1.722, com queda de 0,21%.
Fique ligado!
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