Mantendo as regras #SP500

 


Antes de iniciar o tema de hoje, queria fazer um breve comentário sobre as Olimpíadas. O horário dos jogos não é muito favorável em função do fuso, mas por outro lado, podemos assistir os jogos da manhã no Japão durante a noite. É realmente uma época única, não tem como não se envolver ao assistir as manobras da Rayssa no skate, ou mesmo o time de handebol feminino, ou o vôlei de praia. Nesse momentos esquecemos todos os problemas que vivemos e torcemos muito, ficando felizes a cada conquista.

Essa sensação me fez pensar que existe enraizado um forte sentimento de cidadania, mas que se encontra adormecido. Como podemos ter orgulho dos nossos políticos ou ainda do Judiciário? Impossível, só dá para sentir raiva, e essa raiva destrói o sentimento de brasilidade. A Olimpíada age como um sonho — enquanto estamos envolvidos com os jogos nada interessa, mas ao acordar no dia seguinte tudo volta ao normal. Aproveite esses momentos. Vamos Brasil!

Os investidores embarcaram na ideia de existindo uma economia que foi resiliente durante a pandemia e tem projeções de crescimento muito superiores a qualquer país no planeta, por que não comprar ações? Durante o segundo semestre do ano passado e início deste ano, muitos bilhões foram canalizados para lá, tanto na renda fixa como em ações.

Estava tudo indo muito bem até que o governo chinês resolveu intervir. Começou com a Alibaba, depois foi a Ant, que pretendia ser o maior portal financeiro, depois a Didi, a quem impuseram uma série de restrições na noite seguinte ao seu IPO, e mais recentemente neste final de semana as empresas de educação.

Os mercados ficaram preocupados com tal atitude e as ações caíram substancialmente. Um artigo publicado de Matt Turner na Bloomberg comenta sobre esse assunto.

A repressão abrangente de Pequim aos seus setores de tecnologia e educação desencadeou ondas de choque nos mercados globais, destruindo US$ 769 bilhões em valor das ações chinesas listadas nos EUA ao longo de apenas cinco meses.

O Índice Nasdaq Golden Dragon China — que acompanha 98 das maiores empresas da China listadas nos EUA — caiu 7% na segunda-feira depois que os reguladores da China revelaram um revisão de seu setor educacional, proibindo empresas que ensinam disciplinas escolares de lucrar, levantar capital ou emitir ações ao público. Isso se soma à queda de 8,5% de sexta-feira, elevando o declínio de dois dias do indicador para 15%, o maior desde 2008.

"Os últimos eventos, sem dúvida, destacam que as autoridades estão agora mais dispostas do que há alguns anos a contrariar os investidores em busca de seus objetivos políticos mais amplos ", escreveu Oliver Jones, economista sênior de mercados da Capital Economics, em nota aos clientes. "É difícil dizer precisamente o que acontecerá a seguir nesta frente, mas no balanço parece que os riscos negativos para as ações aumentaram", disse ele.



Alguns grandes investidores já começaram a vender suas ações. O principal ETF de Inovação ARK da Cathie Wood cortou suas participações em ações da China para menos de 0,5% este mês de uma alta de 8% em fevereiro. O fundo saiu completamente de sua posição na gigante tecnológica Baidu Inc. e tem apenas 134 ações da Tencent Holdings Ltd. Sua única outra posição, o site de propriedade chinês KE Holdings Inc., caiu 60% até agora este ano.

TAL Education Group, New Oriental Education & Technology Group Inc. e Gaotu Techedu Inc., algumas das maiores empresas de educação da China, caíram na segunda-feira pelo menos 26%, aumentando seus declínios recordes a partir de sexta-feira.

O trio viu suas ações presas em uma queda prolongada desde meados de fevereiro, aumentando sua queda média este ano para 93%.

Eles também não estão sozinhos. No total, mais de US$ 126 bilhões em capitalização de mercado foram eliminados nas ações de educação chinesas negociadas nos EUA, China e Hong Kong este ano.




 A nova política da China "torna praticamente impossível investir nessas ações ", de acordo com o analista do JPMorgan Chase & Co. DS Kim. O "pior caso se tornou realidade", acrescentou.

Embora a dor tenha sido sentida mais pela educação e pelas ações de tecnologia, outros setores também ficaram sob pressão.

"Ainda que não possamos verificar se é verdade ou não, o mercado teme que o capital estrangeiro flua do mercado de ações e títulos chineses em grande escala, então o sentimento está gravemente abalado", disse Li Kunkun, trader da Guoyuan Securities Co. sobre os rumores que circularam entre os traders.

Nos EUA também existem alguns temores que o Congresso coloque restrições às 5 maiores empresas de tecnologia. O motivo seria que elas estão num quase monopólio, cada uma em seu setor, não permitindo a livre concorrência. Mas diferentemente da China, tudo tem que ser discutido e acordado por muitas instâncias, o que não acontece na China que com uma canetada (e-mail?) diz o que não quer e pronto.

Os investidores acreditavam que agora seria diferente, mas parece que não, é um país comunista e as regras continuam mantidas — querem manter o controle.

No post bipolar, fiz os seguintes comentários sobre o SP500: ...” Para o movimento de alta ganhar tração, é necessário que o SP500 ultrapasse os níveis apontados no retângulo verde 4.330 – 4.358. Nessa situação, aumenta a chance de que o mercado tenha mais gás. Agora, eu ficaria muito aliviado caso ultrapasse a máxima de 4.400” ...

 


O SP500 ultrapassou a marca de 4.400 eliminando uma possibilidade de queda prematura. Como apontado no gráfico a seguir, e segundo esse cenário, o movimento final está se aproximando cujo objetivo seria em 4.731, uma alta de 7%, isso deveria ocorrer no meio de agosto.

 


Eu mantenho relação com um grupo que acompanha os mercados segundo essa teoria e se utiliza das mesmas ferramentas. Em particular, eu vejo uma alternativa para o SP500 que difere substancialmente dos parâmetros aqui indicados. Segundo minha visão, os objetivos são maiores. Não que a contagem usada aqui não o seja – de alta, mas a correção esperada para ocorrer em breve é superior em relação ao critério agora adotado.

Com uma postura mais conservadora, prefiro trabalhar com a hipótese atual e se por acaso minha ideia prevalecer, vamos saber no caminho.

O SP500 fechou a 4.401, com queda de 0,47%; o USDBRL a R$ 5,1745, sem variação; o EURUSD a 1,1820, com alta de 0,19%; e o ouro a U$ 1.800, com alta de 0,16%.

Fique ligado!

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