É sempre ele! #nasdaq100

 


Podem pesquisar na internet e chegarão à conclusão de que o petróleo é sempre apontado como o maior responsável das crises. Poderia enumerar diversas, mas esse não é o foco e sim entender o que pode acontecer nesse mercado.

A volatilidade das bolsas ontem teve essa commodities como sendo uma das responsáveis. Será que a alta ocorrida no último ano pode acarretar uma desaceleração das economias? Um artigo publicado no Wall Street Journal, por David Harrison e outros, acredita que não.

É improvável que a recente onda de preços mais altos do petróleo faça muito estrago na recuperação global, de acordo com economistas que dizem que o forte crescimento e os consumidores endinheirados em economias avançadas ajudarão o mundo a absorver grande parte do golpe do petróleo mais caro.

O aumento da demanda global e uma disputa sobre os níveis de oferta entre membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados elevaram os preços futuros do petróleo bruto dos EUA acima de US$ 75 o barril no início deste mês, o nível mais alto em seis anos. Os preços dos EUA recuaram desde então, mas permaneceram acima de US$ 70 o barril na quinta-feira, sobre onde estavam no outono de 2018.

"No cenário geral isso é muito pequeno", disse Gus Faucher, economista-chefe do PNC Financial Services Group.

Um indicador a ser observado é o peso do petróleo, ou o custo do petróleo como proporção do produto interno bruto, que é um sinalizador para o impacto do petróleo no crescimento. Esse indicador deve subir para 2,8% do PIB global em 2021, supondo um preço médio esperado de US$ 75 o barril este ano, segundo o Morgan Stanley. Isso, porém, permanece abaixo da média de longo prazo de 3,2%.

 


O banco estima que os preços do petróleo teriam que ter uma média de US$ 85 por barril para que a carga global subisse para perto da média de longo prazo. A última vez que a carga global do petróleo subiu acima de sua média de longo prazo foi em 2005, mas um forte crescimento global permitiu que as economias resistissem ao impacto dos preços mais altos, disse o Morgan Stanley em relatório a clientes no início deste ano.

O Fundo Monetário Internacional projeta que a economia global crescerá 6% este ano, o ritmo mais rápido em pelo menos quatro décadas.

O recente aumento dos preços tem sido impulsionado principalmente pelo aumento da demanda em vez de problemas de oferta, de acordo com o Federal Reserve Bank of New York. Preços mais altos causados pela forte demanda em vez de problemas de oferta normalmente indicam crescimento resiliente, dizem economistas.

Além disso, as economias avançadas são muito menos vulneráveis aos aumentos dos preços do petróleo do que décadas atrás, porque os serviços, que consomem menos petróleo do que a indústria pesada, são responsáveis por uma maior parcela da produção. Nos EUA, agora é preciso cerca de metade do petróleo para produzir um dólar do produto interno bruto como há 35 anos, ajustado pela inflação, de acordo com dados da Energy Information Administration.

"Dado o fato de que os consumidores estão em uma forma financeira muito boa, não acho que os preços mais altos serão um impacto significativo em seus resultados", disse Faucher.

Ao mesmo tempo, o aumento da perfuração de xisto nas últimas duas décadas fez dos EUA um produtor de petróleo muito maior do que no passado. Isso significa que os produtores dos EUA, que sofreram com a depressão dos preços do petróleo no auge da pandemia, estão agora se beneficiando.

A economia europeia, que também é dominada por serviços, também se tornou menos dependente de combustíveis fósseis para seus suprimentos de energia nas últimas décadas, atendendo a quase 20% de suas necessidades de fontes renováveis, como energia eólica e solar em 2019, contra 9,6% em 2004.

A UE disse que os preços mais altos do petróleo e de outras commodities empurrarão a inflação ligeiramente acima do esperado anteriormente, e suas previsões supõem que os preços do petróleo terão uma média de US$ 68,7 por barril ao longo de 2021, um aumento de 54% em relação ao ano passado.

A economia da China ainda deve crescer rapidamente este ano, em torno de 8%, disseram analistas. Os preços mais altos do petróleo, juntamente com os de muitas outras commodities, pesaram sobre algumas importações, mas os índices de manufatura do país indicam que a demanda doméstica permanece robusta, disse o banco de investimento Natixis.

As refinarias chinesas estão se voltando para os estoques domésticos e aumentando a produção doméstica para aliviar a pressão dos preços globais mais altos, disseram os consultores globais de recursos S&P Global Platts.

Outros mercados emergentes, por outro lado, poderiam estar mais expostos. Os consumidores de mercados emergentes são geralmente mais sensíveis ao aumento dos preços à medida que alimentos e energia compõem uma proporção maior de gastos. Vários bancos centrais, incluindo Brasil e Rússia, foram forçados a aumentar as taxas de juros nas últimas semanas para se defender do aumento da inflação.

Na Turquia, cada aumento de US$ 10 nos preços do petróleo adiciona mais de US$ 4 bilhões ao seu déficit em conta corrente, tornando-o mais dependente de fundos estrangeiros para cobrir o déficit e serviço da dívida externa. Também adiciona cerca de 0,5% à inflação, segundo o Morgan Stanley. Na África do Sul e na Índia, um aumento de US$ 10 nos preços do petróleo adiciona 0,5% do PIB ao seu déficit em conta corrente.

O aumento dos preços dos combustíveis também contribuiu para a agitação social em lugares como Brasil e Paquistão, onde o governo respondeu aumentando os salários dos funcionários públicos em 25% no início deste ano.

Por outro lado, para exportadores de petróleo como a Rússia e a Arábia Saudita, o aumento dos preços reforça os cofres estatais, ajudando os governos a reparar os orçamentos e melhorar os saldos das contas correntes e permitindo-lhes aumentar os gastos para estimular a recuperação econômica.

"Os primeiros indicadores ainda não estão piscando vermelho", Kevin Daly, diretor de investimentos da Aberdeen Standard Investments. "Mas uma vez que você chegar a US $ 90, maior ênfase será colocado em vencedores e perdedores."

Em abril do ano passado, o mundo presenciou algo inusitado, o preço do petróleo ficou negativo, ou seja, alguém pagaria para você ficar com o óleo na sua garagem. Para quem não se recorda o que ocorreu, sugiro visitar o post petróleo-de-graça-é-caro. Passado pouco mais de um ano, o problema se inverteu e a preocupação é que está muito caro. Esse é mais um exemplo como mudanças diametralmente opostas, traz o impacto do momento nas pessoas, que tendem a extrapolar a situação atual para o futuro.

Os indicadores técnicos indicam que o petróleo ainda teria uma nova rodada de alta levando as cotações para o nível de U$ 90 – citado acima no artigo. Daí em diante, surge duas possibilidades bem distintas conforme está representado no gráfico a seguir.



No post de ontem pelo-mau-motivo, comentei os 3 cenários propostos pela Gavekal, sem dúvida, o primeiro é o mais benigno ...” Opção nº 1: Os EUA devem crescer estruturalmente mais rápido do que a China. Assim, o "excesso" de dinheiro injetado na economia dos EUA não é realmente excesso, mas o dinheiro que é necessário para sustentar uma produção muito forte dos EUA” ... Este caso combina com a opção apontada no gráfico como Cenário de queda: essa queda não deveria eliminar toda a alta recente, o que não parece ser o caso.

O Cenário de alta, poderia ocorrer caso a China resolva afrouxar sua política monetária — hoje o banco central da China relaxou o nível de reservas que os bancos mantêm — afetando a demanda global também pelo aumento de consumo nessa economia, colocando mais pressão sobre o preço do petróleo. Não seria muito agradável.

No post acabando-boa-vida, fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ...” na área destacada em amarelo, existe uma confluência de níveis entre 15.600 e 15.850. Acontece que essas projeções foram obtidas em 3 níveis diferentes de ondas (V amarela, 5 verde e 5 azul), todas sob o mesmo critério que é considerado mais provável” ...

 


 
Eu acredito que movimentos como o que ocorreu ontem, de idas e vindas, devem se tornar mais frequentes neste final de ciclo. Diferente de um tipo de correção, onde os preços ficam dentro de um intervalo, o movimento esperado a frente é ascendente, embora se tenha a impressão de que estão patinando.



Eu refiz os cálculos conforme estão espelhados no gráfico acima. O nasda100 tem objetivo inicial de 15.170, seguido de uma queda, para em seguida rumar ao movimento final ao redor de 15.590/15.950.

- David, não sei por que você publica os níveis, se cada vez que atualiza os modifica!

Entendo seu ponto de vista e eu também fico confuso as vezes. Mas a cada novo minuto — um pouco (muito) exagerado! Hahaha ... — eu tenho que verificar se o que eu imaginei está ocorrendo, e as mudanças ocorrem com muita frequência. Sugiro que você se atente ao shape e observe os objetivos como sendo ordem de grandeza, não se atenha a eles a ferro e fogo.

É fundamental que acompanhe o Mosca para se atualizar e principalmente verificar se as premissas continuam válidas. Essa recomendação é mais válida agora que estamos chegando ao nível de 400.000 views em breve — marketing barato! Hahaha ...



O SP500 fechou a 4.369, com alta de 1,13%; o EURUSD a 1,1873, com alta de 0,26%; e o ouro a U$ 1.807, com alta de 0,30%.

Fique ligado!

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