Hoje é o dia dela #SP500
Eu sei que está muito chato falar sobre inflação, mas não podemos fechar os olhos pois um descuido aí pode representar prejuízo. A publicação do CPI de junho ficou acima das expectativas, a taxa anual subiu 5,4% a.a. — padrão brasileiro, a mais elevada desde 2008.! Já a medida excluindo alimentos e combustíveis, denominada de core, subiu 4,5%.
O índice mede o que os consumidores pagam por bens e serviços, incluindo roupas, mantimentos, refeições em restaurantes, atividades recreativas e veículos. Aumentou 0,9% em junho em relação a maio, a maior variação de um mês desde junho de 2008. Os preços dos carros e caminhões usados saltaram 10,5% em relação ao mês anterior, impulsionando um terço da alta do índice geral, disse o departamento. Os índices de tarifas aéreas e vestuário também subiram acentuadamente em junho.
Os consumidores estão vendo os preços subirem por
inúmeras razões, à medida que a recuperação econômica dos EUA aumenta. Richard
F. Moody, economista-chefe da Regions Financial Corp., disse que o principal
motor da inflação de junho foi a crescente demanda que superou a capacidade das
empresas. Outro fator, segundo ele, foi a recuperação dos preços de viagens
aéreas, hotéis, aluguel de carros, entretenimento e recreação — todos os serviços
atingidos duramente pela pandemia.
A inflação está subindo é inegável, mas será que é temporária ou vai se perpetuar? Um artigo publicado no Wall Street Journal, por Kara Dapena e outro, faz uma análise que parece ser menos severa.
O Fed ajustou sua perspectiva e agora espera elevar
as taxas de juros até o final de 2023— mais cedo do que o
previsto anteriormente — observando o progresso na atividade econômica e no
emprego.
E embora a alta de 13 anos da inflação, medida pela
variação anual do índice de preços ao consumidor, tenha causado preocupação, o
banco central reafirmou sua crença de que o aumento dos preços está
"refletindo em grande parte fatores transitórios".
O Fed corta sua taxa de juros de referência em
crises econômicas para reduzir os custos de empréstimos e impulsionar a
atividade. Quando a economia está prosperando, os preços sobem e o Fed tende a
aumentar as taxas para evitar que a inflação suba muito acima da meta de 2%.
Seu indicador preferido, o índice de preços das despesas de consumo pessoal -
PCE, normalmente segue um pouco abaixo do
índice de preços ao consumidor.
Um súbito estouro da demanda dos consumidores, com a
reabertura da economia, e um desequilíbrio nas interrupções na oferta estão entre
os principais fatores que impulsionam a alta dos preços em comparação com o
mesmo período do ano passado.
Ajuste para o efeito base
Outra consideração muito discutida é a importância
do chamado
efeito base,que é o impacto maior ao comparar a mudança de um
ano incomum para o próximo. Isso pode ser causado por uma anomalia econômica —
como o isolamento pela pandemia do ano passado, quando os preços caíram.
O efeito base pode ser ilustrado calculando as
variações de preços de dois anos antes, em vez de um ano antes, e anualizando
esses números. Esse ajuste coloca a inflação dos níveis pré-pandemias em 2,5%,
em vez de 5,0%, o que é mais próximo da taxa-alvo de 2% do Fed.
Alguns setores que ilustraram o efeito base tiveram alta inflação anual em maio, mas os preços estavam realmente abaixo de seus níveis pré-pandemia.
Por exemplo, a hospedagem longe de casa, que inclui
os preços de hotéis e motéis, despencou no início de 2020, quando foram
estabelecidas restrições de viagem. À medida que as restrições diminuíram este
ano, os preços subiram. Eles foram 9% maiores em maio em comparação com um ano
antes, durante o início da pandemia. Esses preços, no entanto, ainda estão
abaixo dos níveis pré-pandemia.
As tarifas aéreas sofreram da mesma forma com o efeito base. As tarifas subiram 24,1% em maio em relação ao ano anterior, mas caíram 6% em relação ao nível pré-pandemia.
Como os EUA se compara
À medida que mais pessoas voltam ao trabalho e a
economia reabre totalmente, o Fed continuará monitorando os preços ao
consumidor. A inflação nos EUA tem sido maior do que em outros países do Grupo
dos Sete Países — as maiores economias avançadas do mundo — um reflexo em parte
do impacto de um forte estímulo fiscal na economia dos EUA.
Acredito que está acontecendo o que o Mosca escreveu
no post repita-inflação-e-transitória: ...”
ninguém sabe (inclusive o Fed) se a inflação que vivenciamos agora é temporária
ou não. Essa dúvida vai prevalecer no mínimo até o final deste ano” ...
A repercussão no mercado de juros foi até mais decepcionante para quem acredita
que não é temporária. Os juros tiveram ligeira alta, nada significativo, mas sugere
que os traders estão dando um voto de confiança para o Fed.
No post a-fragilidade-do-mercado-de-acoes, fiz os seguintes comentário sobre o SP500: ...” Do
ponto de vista técnico parece estarmos numa pequena retração que poderia levar
a bolsa ao nível de 4.309/4.281 – conforme destacado no retângulo em azul, para
em seguida voltar a subir atingindo o nível esperado de 4.477” ...
O mercado seguiu exatamente o que se poderia esperar, a retração apontada acima atingiu 4.289 e sem seguida voltou a subir. O Objetivo desse movimento de alta continua mantido apenas uma pequeno ajuste para 4.496. Quero enfatizar novamente que estamos no final de um movimento que até o momento requer atenção.
É muito difícil se prever um topo num mercado onde o fluxo de recursos é muito forte. As informações nesse sentido não apontam para nenhuma retração. Desta forma, o mercado pode atingir níveis acima do que se espera como mais provável.
Ainda não decidi como irei atuar, caso minhas
premissas ocorram, a única coisa que vou fazer é elevar o stop loss para 4.330.
O SP500 fechou a 4.369, com queda de 0,35%/ o USDBRL
a R$ 5,1769, sem alteração; o EURUSD a € 1,1776, com
queda de 0,69%; e o ouro a U$ 1.807, sem alteração.
Fique ligado!
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