Alerta! #SP500



Como venho enfatizando há algum tempo, a situação na China não anda nada bem. A cada publicação de dados econômicos, os sinais de alerta se amplificam. Ontem o PBOC acabou anunciando uma redução na taxa de juros, quando no mundo inteiro é visto o movimento contrário. Mesmo assim, a taxa de juro real se encontra positiva, e até alta em 2% a.a. A deflação está batendo a sua porta!



Em relação às vendas no varejo, ao contrário do que a maioria dos analistas esperava com a abertura da economia por conta do relaxamento nas regras contra a Covid, tiveram apenas um respiro, voltando aos níveis mais baixos de quando perdurava o lockdown. Foi o que se chama de um voo de galinha.



Sua moeda, o yuan, mesmo com intervenções maciças por parte do governo, caminham para os menores níveis dos últimos anos, ocasionados pela retirada de investimentos por parte dos estrangeiros, jogando água fria no grupo de países emergentes que dependem da China para suas exportações – o Brasil incluído.



Mas se tem uma área de que o governo chinês tem muito receio, é a insatisfação de sua população — também, não é para menos, qualquer manifestação junta milhões de pessoas facilmente. E parece que o desemprego está aumentando principalmente entre os mais jovens, 20% dos quais se encontrava sem trabalho em junho. Em consequência, o governo tomou uma medida característica e não publicou os dados de julho, como relatado na Bloomberg

A China suspendeu a publicação de dados sobre sua crescente taxa de desemprego jovem para fazer um acerto nas complexidades dos números, alimentando temores de investidores sobre a transparência de dados na segunda maior economia do mundo.

O Escritório Nacional de Estatísticas não divulgou um número para a taxa de desemprego para pessoas entre 16 e 24 anos em seu relatório de atividade econômica de julho na terça-feira. O desemprego juvenil atingiu um recorde de 21,3% em junho, com o escritório no mês passado indicando que o número provavelmente aumentaria.

Fu Linghui, porta-voz do NBS, disse que as estatísticas trabalhistas precisam de "mais otimização", e mais pesquisas precisam ser feitas sobre "se os estudantes que procuram emprego antes da graduação devem ser contados nas estatísticas trabalhistas".




A medida é o exemplo mais recente de como o governo do presidente Xi Jinping está limitando o acesso à informação para proteger mais de perto os dados que considera sensíveis e gerenciar a narrativa sobre o enfraquecimento da economia.

No ano passado, a China limitou o acesso  a dados  corporativos, documentos judiciais, revistas acadêmicas e redes de especialistas que atendem empresas, prejudicando a capacidade dos investidores de avaliar a economia. As autoridades também têm minimizado riscos econômicos, como a deflação, com alguns analistas chineses dizendo que foram instruídos por reguladores e suas empresas a não discutir o assunto publicamente.

"A decisão de parar de publicar dados de desemprego jovem não ajudará no sentimento dos investidores internacionais, pois implica uma deterioração na visibilidade", disse Carlos Casanova, economista sênior para Ásia da Union Bancaire Privee. Ele previa que a taxa de desemprego jovem chegasse a 22% em julho, embora a omissão dos dados sugira que o número real era provavelmente maior do que isso, disse ele.

Os dados do desemprego juvenil são politicamente sensíveis para um Partido Comunista obcecado em manter a estabilidade social. Protestos em todo o país no ano passado contra as regras rígidas da pandemia foram liderados por estudantes, com alguns pedindo a renúncia de Xi.

Economistas disseram que a omissão dos dados de desemprego jovem sugere que as autoridades estão preocupadas com o sentimento negativo que se espalha pelo país.

"As autoridades reconhecem claramente que esta é uma crise de confiança e estão tentando também garantir que a mensagem não seja excessivamente pessimista", disse Louise Loo, economista da Oxford Economics. "Mas se eles tivessem publicado, é quase certo que o índice teria subido novamente, possivelmente atingindo o pico apenas em outubro."

O desemprego juvenil disparou desde o ano passado, um sinal de enfraquecimento da economia à medida  que os empregadores recuam nas contratações, mas também com os efeitos persistentes da repressão ao setor de tecnologia, que já foi uma indústria lucrativa para muitos jovens.

O verão geralmente vê um salto na taxa de jovens à medida que dezenas de milhões de graduados chegam ao mercado de trabalho. O governo havia  dito anteriormente que quase 12 milhões de estudantes de universidades e faculdades se formariam em 2023.

Os números do NBS na terça-feira mostraram um enfraquecimento no mercado de trabalho, com a taxa de desemprego urbano subindo para 5,3% em julho, de 5,2% em junho, e uma desaceleração na atividade econômica. Pouco antes dos dados, o banco central da China reduziu inesperadamente a taxa básica de juros no maior corte desde 2020.

Gary Ng, economista sênior da Natixis, disse que omitir alguns dos dados de empregos tornaria mais difícil entender o cenário de emprego jovem da China, um indicador "importante" dadas as atuais pressões econômicas do país.

"Ainda assim, se a descontinuação for para melhorar a metodologia estatística", então o dano à confiança dos investidores dependerá "se a nova série de dados puder fornecer uma imagem melhor", acrescentou.

Tudo indica que as medidas tomadas pelas empresas e governo americano e chines estão causando essas divergências. Grosso modo, diminuíram as fábricas e compras da China, deslocando-as para outros países. Como no fluxo de líquidos, esvaziou um reservatório e encheu outro. Acontece que o fluxo ocasionado cria conturbações no curto prazo até que o nível de cada reservatório se estabilize. No caso da China é mais complicado, pois o consumo interno não permite a substituição 1 x 1, terão que fechar fábricas. Não sei dizer se o Alerta agora está com luz amarela ou vermelha!

No post risco-de-pneumonia fiz os seguintes comentários sobre o SP500: ... “ a onda 4 em verde deveria terminar entre 4.400/4.278 esses níveis de maneira ainda bastante tentativa, pois nem é certo que a onda a) em laranja esteja completa e muito menos se esse é o cenário a se considerar”. Por outro lado, a opção 1) acima fica eliminada com a violação do nível de 4.456 que esteve bastante próximo hoje durante o dia – razão pela qual optei pelo outro caminho” ...



A bolsa continuou caindo na semana passada violando e eliminando a opção 1) mencionada acima. A onda a) laranja pode não ter terminado o que deixa os níveis esperados para a possível queda da onda 4 verde em questão. Pelo momento, me parece que a decisão de liquidar as posições se mostrou acertada. Fico aguardando melhores indicações para alguma sugestão de trade.



Eu não sou especialista no cálculo de prêmio de opções, entendo os conceitos aplicados. Esse mercado é enorme nos EUA e nos últimos tempos vem mudando sua preferência do seu vencimento onde mais de 50% é overnight. Sendo assim, uma das suas variáveis denominada de time decay sai fora do cálculo ficando apenas a volatilidade. Nesse ponto começa a se assemelhar às apostas nos esportes, cuja duração é o tempo de jogo.



Fico imaginado que as opções mais longas, agora com menos liquidez, acabam perdendo a razão de existir, pois sua precificação fica na mão dos market makers. Isso implica custos mais elevados e menos visibilidade. Por outro lado, o balanceamento entre as calls (quem aposta na alta) e as puts (quem aposta na baixa) pode variar radicalmente de um dia para outro.

Neste momento, como aponta o gráfico a seguir, a maioria das apostas está na baixa. Meu alerta é sobre as informações que acabam aparecendo sobre a tendência do mercado —altista ou baixista. Com base nessas informações, tudo é muito fluido, sendo necessário ter cautela com as possíveis conclusões.



O SP500 fechou a 4.437, com queda de 1,16%; o USDBRL a R$ 4,9874, com alta de 0,54%; o EURUSD a € 1,0904, sem variação; e o ouro a U$ 1.902, com queda de 0,28%.

Fique ligado!

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