Nvidia uma "crypto stock" #eurusd #bitcoin
Não sei se os leitores do Mosca acompanham o
resultado das empresas americanas, acredito que bem poucos, porém vale analisar
a da Nvidia e o que está ocorrendo com essa empresa. Para tanto, hoje vou comentar
informações relativas a seus resultados do último trimestre, publicados ontem a
noite depois do fechamento de mercado.
Em maio deste ano, publiquei dois posts sobre esse assunto
--- Nvidia no clube do bilhão --- e --- pegando carona ---, onde o leitor pode
encontrar informações sobre a empresa. Dentre os vários artigos a respeito, o
de Dan Gallagher publicados no Wall Street Journal talvez espelhe melhor o
futuro dessa companhia. Seu título: O crescimento da IA para a Nvidia está
apenas começando.
Grande parte do mundo pode pensar que o boom da inteligência
artificial é uma coisa nova para a Nvidia. Na verdade, já faz muito tempo e
provavelmente vai durar um tempo também.
A Nvidia está no jogo de IA há mais de uma década. A empresa começou a divulgar sua linguagem de programação Cuda usada por desenvolvedores de IA para investidores já em 2006, de acordo com relatórios compilados pela S&P Global Market Intelligence. Essa tecnologia formou a base de uma empresa para vender os processadores gráficos antes usados principalmente em videogames para operadores de data centers que buscam recursos de computação mais avançados. O negócio de data centers da Nvidia ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em receita anual há cinco anos e recentemente ultrapassou o tamanho de seu negócio de videogames.
Mesmo assim, seus números mais recentes são surpreendentes. A Nvidia reportou na quarta-feira US$ 13,5 bilhões em receita para seu segundo trimestre fiscal, fazendo com que sua previsão de US$ 11 bilhões há três meses pareça imensamente subestimada. Os negócios da Nvidia basicamente dobraram de tamanho em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, e isso é quase inteiramente resultado da crescente demanda pelos chips de inteligência artificial mais recentes da empresa, que estão sendo comprados por gigantes da tecnologia que criam serviços generativos de IA.
Essa demanda levou a receita de data centers da Nvidia para
US$ 10,3 bilhões no último trimestre – um grande salto para um negócio que
estava operando em menos de US$ 4 bilhões por trimestre apenas seis meses
atrás. O relatório desta quarta-feira superou as expectativas já em alta de
Wall Street. Analistas projetavam pouco menos de US$ 8 bilhões em receita de
data center para o segundo trimestre fiscal. A surpresa deu mais fôlego a uma
ação que já havia feito da Nvidia a primeira fabricante de chips avaliada
em mais de US$ 1 trilhão. As ações saltaram mais de 6% nas negociações após
o expediente, depois de terem mais do que triplicado desde o início do
ano.
Asa Fitch, do WSJ, detalha como a Nvidia atingiu uma
avaliação de US$ 1 trilhão – e por que a IA está alimentando o rápido
crescimento da empresa.
Uma alta dessas obviamente não pode durar para sempre, mas a
Nvidia deu fortes indícios na noite de quarta-feira de que sua evolução está
longe de terminar. A empresa projetou cerca de US$ 16 bilhões em receita para o
atual trimestre fiscal – quase o dobro da maior receita trimestral já relatada
antes de quarta-feira. A diretora financeira Colette Kress disse na
teleconferência de resultados da empresa que sua "visibilidade de
demanda" se estende para o próximo ano e que espera ser capaz de aumentar
a disponibilidade de seus chips nos próximos trimestres.
"Não estamos atendendo nem perto da demanda",
disse o CEO Jensen Huang ao The Wall Street Journal em uma entrevista
posterior.
Os maiores clientes da Nvidia parecem concordar. Em seus
recentes relatórios financeiros do trimestre encerrado em junho, Microsoft, Amazon.com e as empresas-mãe do Google e do Facebook
sinalizaram uma forte intenção de continuar gastando em recursos de IA
generativa, mesmo enquanto moderam
outras áreas de seus investimentos de capital. A Microsoft,
que iniciou a corrida para serviços de IA generativa, teve um recorde de
US$ 8,9 bilhões em despesas de capital no trimestre de junho, e a empresa
espera que esse valor aumente sequencialmente a cada trimestre em seu novo ano
fiscal, à medida que aumenta os investimentos em "infraestrutura de
IA".
O maior risco da Nvidia a longo prazo pode ser, na verdade,
seu incrível sucesso de agora. O ecossistema de chips e software para IA da
empresa está muito à frente da concorrência e, portanto, confere forte poder de
precificação. As margens operacionais ajustadas da Nvidia no trimestre mais
recente atingiram 58% – as maioesr em pelo menos uma década e um salto
acentuado em relação aos 39% que a empresa teve nos oito trimestres anteriores.
Resultados impressionantes como esse estimularão ainda mais
a concorrência. A Advanced
Micro Devices está lançando novos
chips de IA ainda este ano para
competir com os da Nvidia, e empresas como Google, Microsoft e Amazon têm seus
próprios esforços internos de chips que visam diminuir sua dependência de
fornecedores externos. Falando dos mais recentes sistemas de IA generativa, o
CEO da Amazon, Andy Jassy, observou em sua própria teleconferência de
resultados no início deste mês que "só houve uma opção viável no mercado
para todos, e a oferta tem sido escassa". Ele aproveitou a ocasião para
divulgar dois chips internos da Amazon, que agora estão em sua segunda geração.
Mas Jassy também destacou o mais recente sistema de IA da
Nvidia – conhecido como H100 – como impulsionador da forte demanda por seus
próprios clientes de nuvem. Nenhum outro fornecedor de componentes recebeu tal
distinção. Para a Nvidia, as leis da oferta e da demanda estão firmemente do
seu lado por enquanto.
O quadro a seguir dá uma ideia da estupenda margem de lucro.
A primeira coisa que salta os olhos é a participação do item Data Center nas
receitas ~75% - conclusão: se a IA continuar a crescer na velocidade atual (ou
maior), vai direto na veia da empresa — lógico que se desandar vale o
raciocínio inverso. O lucro bruto com margem de 70% cresceu pouco em relação a
todos os outros parâmetros (5%), o que nós faz concluir que é estável, não deve
crescer com o faturamento; em compensação, o lucro líquido tem uma margem de
46% e cresceu 17% em relação ao trimestre anterior apresentado economia de
escala; no frigir dos ovos, para cada dólar de faturamento, metade é lucro. Não
está bom?
Com pequena concorrência nessa área no momento e a adoção do
IA predominantemente pelas empresas grandes, a Nvidia deve ter um crescimento
das vendas garantido no futuro próximo. Suas ações já subiram muito e tem um
P/L elevado. No site da Nasdaq o P/L atual é de 192 e o projetado para 2024 é
de 68. É alto? A princípio sim, mas quem sabe qual será sua receita e lucro
daqui a um ano?
Agora, para quem gosta de emoções e se envolveu no mercado
de criptomoedas, será que a Nvidia é cara comparada ao Bitcoin? Como
investimento, qual pode gerar mais resultado?
Fui buscar nos post publicados sobre bitcoin aquele em que se pode
considerar como um ativo perpétuo sem coupon e para tanto se pode calcular seu
valor presente, porém foram tantos que acabei não achando. Em todo caso, o
raciocínio é simples: se o bitcoin vale U$ 25 mil e a taxa de juros de longo
prazo é de 5%, deveria valer no futuro U$ 500 mil para justificar esse preço –
PL de 20. Agora uma ação da Nvidia com PL de 68 é bem mais cara, porém
considerando o resultado projetado de agora para um ano, qual seria seu PL na
perpetuidade? Ninguém sabe. Por último, a empresa é geradora de lucros e
dividendos, que podem subir ou diminuir, mas geram algum valor adicional — enquanto
para o bitcoin é zero!
Por tudo isso, acredito que faz muito mais sentido ter essas
ações que o bitcoin que, repito, só terá valor numa eventual catástrofe no
dólar ou outra moeda de peso — fora isso, é uma torcida para que sempre entre
algum novo comprador. Para o Mosca, a Nvidia é a nova “crypto stock”,
e se o IA pegar existirão outras.
Quero enfatizar que essa não é uma recomendação de compra,
mas sim uma simples comparação entre dois ativos.
No post falando-grego fiz os seguintes comentários
sobre o euro: ...” Existem 2 possibilidades: o
euro acaba completando as 5 ondas sem violar o stop loss — aí iremos
buscar um momento de compra — ou, em violando o stop loss, terei que
refazer minhas hipóteses. É preciso ter paciência e não se precipitar entrando
só porque “parece” que vai completar as 5 ondas” ...
Se ultrapassar o limite acima, define como sendo uma área de perigo o retângulo em roxo, pois aumentam as chances do primeiro stop loss a € 1,0633, que como comentado acima elimina a hipótese trabalhada. Sobra então uma segunda hipótese que não elimina a alta, mas abre a possibilidade para outros caminhos inclusive de novas quedas. Porém se o segundo stop loss for rompido a € 1,0514 vou precisar rever o que ocorreu no movimento para formatar um novo cenário. As cartas estão na mesa, Let the Market speak!
Ontem propus um trade na nasdaq100 em caráter especulativo. Como
mencionei a premissa da compra se baseava na contagem da janela de 1 hora: ... “ num
intervalo de 1 hora, e o rompimento do nível destacado abaixo, me induziu a
sugerir um trade de compra” ... Acrescentei
: ...” Pretendo subir esse stop
loss assim que o mercado permitir” ... Antes da abertura, na
Ásia, tudo indicava que hoje teríamos uma nova secção de alta, porém, na
abertura em NY iniciou uma queda durante a manhã. Essa ação levantou dúvida
sobre sua continuidade. Por esta razão decidi liquidar a posição no nível de
entrada. Não modifiquei minha ideia de prazo mais longo, mas não gostei do que
aconteceu. Sendo assim, melhor ficar fora, mesmo que essa decisão se mostre
errada mais adiante. Mais detalhes amanhã.
O SP500 fechou a 4.376, com queda de 1,35%; o USDBRL a R$ 4,8808,
com alta de 0,48%; o EURUSD a € 1,0806, com queda de 0,49%; e o ouro a U$
1.916, com alta de 0,12%.
Fique ligado!
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