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O petróleo não é mais o mesmo #oil #IBOVESPA

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  O amplamente noticiado ataque do Irã a Israel, com o uso de bombas, repercutiu fortemente no mercado de petróleo, como era de se esperar. Em seu ápice, os preços subiram até 5%. Para se ter uma ideia, durante a Guerra de Yom Kipur, em 1973, o preço do petróleo quadruplicou, saltando de U$ 3 para mais de U$ 12. Ao ver esses números, a impressão é que era quase "de graça" (mesmo os U$ 12). No entanto, ao corrigir pelo CPI, índice da inflação, o preço pré-guerra seria de U$ 21,06 e, pós-guerra, U$ 75,87 — valores mais próximos da realidade atual. Embora o impacto no mercado de petróleo não seja tão relevante hoje, devido à entrada de novos produtores que não existiam naquela época, como EUA, Venezuela e Brasil, as oscilações tendem a ser menos drásticas. Mas até onde os preços podem ir? Aqui, surgem duas visões distintas. A Gavekal, desde 2021, vem defendendo que a inflação continuará a subir e mantém essa tese com firmeza. Vou resumir algumas de suas ideias. O conflito en...

O Brasil ficou fora da festa #S&P500

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  O maior burburinho do momento é a China, e tudo se deve aos estímulos oferecidos pelo governo Chines, que à primeira vista agradaram os investidores. A bolsa subiu vertiginosos 25% em seis dias, após um longo período de quedas. Agora, os investidores domésticos podem tirar a semana de folga – durante o período conhecido como Golden Week – sabendo que seus portfólios subiram substancialmente.   No entanto, diferentemente do que seria esperado, as commodities – com exceção do cobre – não estão participando da festa. Segundo Kieran Tompkins, da Capital Economics, que compartilhou suas projeções em um artigo de John Authers na Bloomberg, o estímulo pode não ter o impacto esperado no mercado de metais. Kieran Tompkins argumenta que, até agora, a escala do recente estímulo está no mesmo nível do que foi anunciado no ano passado, após o fim das restrições da Covid. Na época, houve um "crescimento por poucos meses", mas as medidas atuais não são uma "solução mágica par...

A realidade irreal #USDBRL

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  O mês de setembro está terminando e, até a última sexta-feira, o SP500 subiu 1,5%. A não ser que no pregão de hoje ocorra uma queda forte, deve fechar no azul. No post 100%-de-acerto , fiz muitas provocações sobre a possibilidade de setembro ser ruim para a bolsa americana, já que, estatisticamente, esse mês costuma apresentar retorno negativo. Como isso não aconteceu, agora todas as publicações nesse sentido irão silenciar. Reitero minha opinião de que essa informação é sem valor. O Fed deixou claro que, daqui em diante, e até segunda ordem, os dados de emprego passam a ser os mais relevantes. Na próxima sexta-feira serão divulgados os dados de setembro, e acredito que o mercado ficará muito atento a esses números. De modo geral, estimo que uma criação de 120 mil a 150 mil empregos, juntamente com uma taxa de desemprego estável — atualmente em 4,2% — será tranquilizadora, mantendo as apostas de juros nos níveis atuais. Uma queda de 75 pontos nos juros dos Fed funds, levando a ...

Keynes está batendo palmas #nasdaq100 #NVDA

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  Essa semana, a China foi a bola da vez. Diferentemente das semanas anteriores, onde o desânimo se abateu entre os investidores, essa foi uma semana de alegria. As bolsas desse país subiram de forma robusta, eliminando as perdas de vários meses. No post adrenalina-no-touro , o Mosca expressou seu pessimismo, questionando se as medidas serão suficientes para incentivar os chineses a consumir, eliminando o pessimismo que reina. Essa dúvida ainda permanece, entretanto, é algo a ser constatado daqui a algum tempo, e como o mercado busca antecipar o futuro, resolveu apostar que sim de maneira expressiva, como veremos a seguir. Foi tão expressiva que, durante a negociação desta noite, falhas e atrasos aconteceram com as ordens de compra na bolsa de valores. O mercado repentinamente confia na China novamente? Até certo ponto. Desta maneira, John Authers define o que está acontecendo nesse país.   Keynes chega a Pequim De repente, muitas pessoas estão depositando grande confi...

Trader entende de tudo (ele acha!) #OURO #IBOVESPA

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  Quando eu era mais trader do que investidor, numa época em que não havia tantas fontes de informação, o dia era mais tranquilo. Isso poderia ser uma vantagem, pois liberava tempo para explorar outros mercados que não eram do meu conhecimento. Afinal, um trader acha que entende de tudo — minha esposa acha que ainda não perdi essa mania! Certa vez, quando estava na Planibanc, instalaram um monitor da Reuters que permitia acompanhar os mercados internacionais. Ao observar a tela, notei o símbolo "TEA" — que raio era aquilo? Comecei a acompanhar diariamente e percebi que subia constantemente durante o dia e caía no seguinte. Desconfiei que era um marcador de tempo. Resolvi pregar uma peça em um colega trader. Mostrei o símbolo e disse que era um contrato futuro de chá, e, como era negociado em Londres, tinha muita liquidez. Ele começou a acompanhar durante a manhã e ficou perplexo, pois o preço só subia. Perguntei o que ele faria. “Vou vender”, respondeu. Fomos almoçar e, na ...

Mundos distintos #IBOVESPA

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  Quando o PIB de um país sobe, é mais do que natural imaginar que seus habitantes estejam felizes, no quesito economia. Mais empregos, salários em alta – por que seria diferente? No entanto, pode ser bem diferente se a concentração dessa renda estiver em uma parcela pequena da população. O inverso, porém, não ocorre: se o PIB cai, é ruim para todos, talvez os mais ricos percam mais, mas isso pouco importa. Desde a recessão de 2008, quando os bancos centrais inundaram os mercados com liquidez — lembram dos helicópteros? —, baixando as taxas de juros a níveis impensáveis, foi gerada muita riqueza para os detentores de ações, normalmente a parte superior do espectro de renda. Vocês devem lembrar do movimento “99%”, que mencionei no post a-desigualdade-está-explodindo , em fevereiro de 2013. Esse processo se desenvolve desde então, com apenas alguns períodos de alteração, como ocorreu durante a pandemia, quando os salários dos mais pobres subiram mais que os dos ricos. Contudo, fo...