Espanha x Brasil
Se o assunto fosse futebol não teria bons prognósticos para nós brasileiros, acompanhei os jogos da Eurocopa recentemente e o time espanhol é diferenciado, não só pela qualidade individual dos jogadores, mas pelo conjunto. Infelizmente, como brasileiro, tenho que aceitar que nosso futebol necessita de uma grande mudança, não adianta só ter jogadores como Neymar e Cia., é necessário ter harmonia e isto nós estamos longe de ter. Tenho muito receio das expectativas para a Copa de 2.014, se continuar do jeito que está, só torcendo muito!
Eu estive recentemente na Espanha, fiquei com uma impressão muito positiva do país, a infraestrutura de aeroportos, estradas, hotéis é impressionante. Com relação ao tratamento dado aos turistas, uma das melhores que conheço, dos atendentes dos hotéis, motoristas de táxi e restaurantes, nota 10! Os parques e Monumentos históricos estão impecáveis, papel no chão? praticamente não tem, as arvores e plantas são melhores cuidadas que na minha casa, e por ultimo o estádio do Real Madrid e Barcelona nem consigo relatar, nunca vi algo parecido. Então o que deu errado, para estarem neste sufoco atual?
Desde que inicie o blog, há quase um ano, venho escrevendo bastante sobre a Europa, afinal eles são a bola da vez. Tudo começou com a introdução da moeda única que tinha uma boa intenção aparente, mas falhas profundas no conceito. O intuito deste post é qualitativo, pois imagino que meus leitores acompanham os dados que publiquei, em todo caso se alguém precisar de mais informações, por favor, anotem nos comentários abaixo.
Antes de 1999, ano da implementação do euro, a Espanha era um país em desenvolvimento e como tanto tinha taxas de juros compatíveis com esta situação, além do mais a peseta, moeda nacional, tinha uma cotação que incentivava os seus produtos e serviços internacionalmente. À partir daí os juros em euros para títulos espanhóis tiveram uma queda expressiva, pois o mercado erroneamente classificou os países: One size fits all, onde o risco deste país ficou comparável aos dos alemães. Com a estabilidade da moeda, um boom, principalmente imobiliário, começou a se desenrolar. Do ponto de vista externo, e pela agressividade dos empresários espanhóis, estes fizeram investimentos maciços em outros países, principalmente na America Latina, seu raciocínio era simples, os ativos nesta região estavam baratos e ao adquirirem, se financiaram com taxas baixas. Mas toda esta bonança, gerou distorções que apareceram no médio prazo, a competitividade dos trabalhadores espanhóis se distanciou dos alemães, agregado a concorrência dos produtos Chineses. Esta situação só foi sentida quando os investidores começaram a duvidar da continuidade deste modelo.
De uma forma diferente da Espanha, e a partir de meados dos anos 2000, nossa economia iniciou um período positivo de crescimento impulsionado por basicamente 2 fatores : A elevação dos preços das commodities nos mercados internacionais e pelo interesse do investidor estrangeiro em investir aqui, que teve como consequência apreciação considerável de nossa moeda. Em função destes fatores, ganhamos poder de compra. Da mesma forma que a Espanha, mas por razões diferentes, a produtividade de nossa indústria está em queda livre, pois neste período os salários continuaram a ser reajustados pela inflação enquanto o real se valorizava, fazendo que a elevação do custo de nossa mão de obra inviabilizasse a fabricação de vários produtos. Nenhum efeito grave foi ainda sentido, haja visto que a taxa de desemprego está em níveis baixos por conta da demanda da Agricultura, Serviços e Imóveis.
David, onde você quer chegar, o que tem a ver o Brasil com a Espanha?
Sem duvida são situações muito diferentes, mas numa reflexão durante a visita aquele país, percebi que existem dois pontos em comum : a) Elevação "artificial" do poder de compra; b) Baixa produtividade das Indústrias. Diferentemente da Espanha, nossa situação financeira é muito sólida com quase U$ 400 bilhões de reservas. Mas o problema poderá vir por uma deterioração de nossas contas externas.
O gráfico abaixo aponta a evolução do nosso PIB junto com o preço das commodities.
Eu estive recentemente na Espanha, fiquei com uma impressão muito positiva do país, a infraestrutura de aeroportos, estradas, hotéis é impressionante. Com relação ao tratamento dado aos turistas, uma das melhores que conheço, dos atendentes dos hotéis, motoristas de táxi e restaurantes, nota 10! Os parques e Monumentos históricos estão impecáveis, papel no chão? praticamente não tem, as arvores e plantas são melhores cuidadas que na minha casa, e por ultimo o estádio do Real Madrid e Barcelona nem consigo relatar, nunca vi algo parecido. Então o que deu errado, para estarem neste sufoco atual?
Desde que inicie o blog, há quase um ano, venho escrevendo bastante sobre a Europa, afinal eles são a bola da vez. Tudo começou com a introdução da moeda única que tinha uma boa intenção aparente, mas falhas profundas no conceito. O intuito deste post é qualitativo, pois imagino que meus leitores acompanham os dados que publiquei, em todo caso se alguém precisar de mais informações, por favor, anotem nos comentários abaixo.
Antes de 1999, ano da implementação do euro, a Espanha era um país em desenvolvimento e como tanto tinha taxas de juros compatíveis com esta situação, além do mais a peseta, moeda nacional, tinha uma cotação que incentivava os seus produtos e serviços internacionalmente. À partir daí os juros em euros para títulos espanhóis tiveram uma queda expressiva, pois o mercado erroneamente classificou os países: One size fits all, onde o risco deste país ficou comparável aos dos alemães. Com a estabilidade da moeda, um boom, principalmente imobiliário, começou a se desenrolar. Do ponto de vista externo, e pela agressividade dos empresários espanhóis, estes fizeram investimentos maciços em outros países, principalmente na America Latina, seu raciocínio era simples, os ativos nesta região estavam baratos e ao adquirirem, se financiaram com taxas baixas. Mas toda esta bonança, gerou distorções que apareceram no médio prazo, a competitividade dos trabalhadores espanhóis se distanciou dos alemães, agregado a concorrência dos produtos Chineses. Esta situação só foi sentida quando os investidores começaram a duvidar da continuidade deste modelo.
De uma forma diferente da Espanha, e a partir de meados dos anos 2000, nossa economia iniciou um período positivo de crescimento impulsionado por basicamente 2 fatores : A elevação dos preços das commodities nos mercados internacionais e pelo interesse do investidor estrangeiro em investir aqui, que teve como consequência apreciação considerável de nossa moeda. Em função destes fatores, ganhamos poder de compra. Da mesma forma que a Espanha, mas por razões diferentes, a produtividade de nossa indústria está em queda livre, pois neste período os salários continuaram a ser reajustados pela inflação enquanto o real se valorizava, fazendo que a elevação do custo de nossa mão de obra inviabilizasse a fabricação de vários produtos. Nenhum efeito grave foi ainda sentido, haja visto que a taxa de desemprego está em níveis baixos por conta da demanda da Agricultura, Serviços e Imóveis.
David, onde você quer chegar, o que tem a ver o Brasil com a Espanha?
Sem duvida são situações muito diferentes, mas numa reflexão durante a visita aquele país, percebi que existem dois pontos em comum : a) Elevação "artificial" do poder de compra; b) Baixa produtividade das Indústrias. Diferentemente da Espanha, nossa situação financeira é muito sólida com quase U$ 400 bilhões de reservas. Mas o problema poderá vir por uma deterioração de nossas contas externas.
O gráfico abaixo aponta a evolução do nosso PIB junto com o preço das commodities.
Acho que dispensa qualquer comentário, nosso crescimento ficou dependente das commodities.
Muito bem a titulo de exercício, se os preços das commodities caírem significativamente no mercado internacional, os efeitos serão sentidos tanto na balança comercial como na conta de capitais. Uma desvalorização expressiva do real seria esperada com diminuição dos salários reais. Embora esta situação seria muito dolorosa, por outro lado tenderia a corrigir esta distorção. Mas se ao contrário o preço subir, nossa situação permanecerá enganosamente boa, mesmo com os empregos nas indústrias continuando a cair.
Para evitar este risco de " depender de um só cliente", as commodities, o governo deveria tomar medidas de longo prazo que compensassem estas distorções, mas o que assistimos são medidas paliativas que de forma nenhuma enfrentam o problema. Parece que a ordem é: Que venga el toro ou melhor continue o samba!
Fique ligado!
daqui a pouco tem
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