Dissecando a inflação
Como mencionei no post dissidência-no-FED, a inflação passa a ser
uma informação com acompanhamento de perto. Ontem foi publicada a do mês de janeiro e permaneceu estável em 1,9% a.a. Vejam abaixo os pesos para cada subitem, notem que alugueis/residências, alimentos e transportes, representam mais de 70%, sendo que o primeiro é responsável por 41%!
Em seguida a evolução dos índices nos últimos 5 anos, o core é o que exclui os itens mais
voláteis, gasolina e alimentos. Observem que desde 2010 a inflação encontra-se
incrivelmente estável, mesmo com todos os estímulos implementados neste período.
No acumulado por categoria os grandes vilões foram colégio, energia e planos de saúde. Agora voltem
ao primeiro gráfico acima e vejam que o primeiro está contido no item Education & Comunication (6,8%),
energia em Transportation (17%)
e por último, saúde em Medical Care
(7%), ou seja, inferior a 30% do índice algo em torno de15% - 20%. O que eu quero enfatizar, é que a inflação do jeito que é
calculada hoje só vai subir forte se os imóveis apresentarem valorização
importante, e/ou as
commodities subirem.
A inflação é um fator monetário ocasionado pela desconfiança
na moeda, ou seja, os indivíduos antecipam suas compras porque acreditam que no
futuro estes itens vão custar mais caro, e ao ganhar dinâmica pode levar a
níveis perigosos de desorganização na economia.
Nós aqui no Brasil temos memória destes tempos, que só não
foi mais grave porque os investimentos naquela época eram indexados, mas os salários tinham mecanismos de
proteção mais lentos que levou ao empobrecimento deste grupo social. Como eu
citei ontem, a inflação não é ruim para todos, e no Brasil aconteceu o esperado, os beneficiários
foram os bancos e quem tinha capital.
Quanto a situação nos USA, não existe até o momento nenhuma
evidencia de preocupação, mas o pessoal do FED mais a "esquerda" está. Se a economia começar a melhorar muito pelo alto estímulo, a porta para inflações mais elevadas estaria aberta, enquanto Bernanke e sua
turma ainda está preocupado que as melhorias não são tão sólidas.
Se vocês me perguntarem qual o cenário que eu antevejo, a
resposta é um NÃO SEI! Por esta razão não dei sugestões nos juros longos.
David, espera ai, eu
me lembro que você recomendou vender toda a carteira de títulos longos, há um
tempo atrás.
Sim, quando as taxas nos títtulos de 10 anos estavam em torno de 1,5% a.a. Naquele momento meu argumento era que o risco retorno não compensava, este era o
principal motivador, além dos gráficos indicarem que a festa no
bonds está próxima do fim.
O SP500 fechou a 1.515, com alta de 0,88%; o real a R$ 1,9724, sem variação; o euro a 1,3184, sem variação e o ouro a US$ 1.579, com alta de 0,23%.
Fique ligado!
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