IA atuando em conchavo #nasdaq100 #NVDA

O avanço da inteligência artificial nos mercados financeiros vem sendo celebrado como um marco de eficiência, precisão e racionalidade. Mas o que acontece quando essas máquinas começam a tomar decisões não apenas semelhantes, mas que refletem um padrão de coordenação silenciosa? Essa é a inquietação levantada por um estudo acadêmico recente e reforçada por uma análise provocativa publicada por Matt Levine na Bloomberg.

Segundo a pesquisa, algoritmos de negociação treinados para maximizar lucros estão, inadvertidamente, aprendendo a cooperar entre si. Não se trata de uma conspiração mal-intencionada, mas sim de uma convergência natural: ao enfrentarem os mesmos incentivos, operando em ambientes semelhantes e treinados com objetivos idênticos, os modelos de IA tendem a reproduzir comportamentos compatíveis. O resultado é um mercado onde a competição é amenizada e os preços, sustentados em níveis mais altos do que seriam em um ambiente verdadeiramente competitivo.

Essa dinâmica se divide, conceitualmente, entre dois fenômenos. Na chamada 'colusão inteligente', os algoritmos percebem que confrontos agressivos com outros agentes afetam seu desempenho global, e por isso passam a adotar uma postura mais 'civilizada', evitando cortar preços ou executar ordens de forma hostil. Já na 'colusão burra', os comportamentos similares decorrem do uso disseminado de modelos praticamente idênticos — o que, mesmo sem qualquer coordenação direta, resulta em decisões uniformes e pouca diversidade estratégica.

Isso tem consequências relevantes. Quando os agentes de mercado agem com a mesma lógica, treinados com dados semelhantes e recompensados por resultados parecidos, a diversidade de estratégias desaparece. O mercado torna-se previsível, menos dinâmico e mais vulnerável a choques externos, pois todos os participantes tendem a reagir da mesma forma. É um fenômeno que pode reduzir a liquidez, aumentar margens de forma artificial e distorcer o processo de descoberta de preços.

O risco é ainda maior em ambientes com baixa assimetria de informação e pouca heterogeneidade técnica entre os modelos. Se todas as instituições financeiras utilizarem algoritmos derivados de uma mesma arquitetura ou lógica de aprendizado, a independência das decisões individuais deixa de existir — e o mercado passa a operar como uma massa única e previsível. Esse novo tipo de risco sistêmico, por enquanto invisível aos olhos da regulação tradicional, pode ser o maior desafio da próxima década para os formuladores de políticas públicas.

Não se trata de proibir a IA, tampouco de frear a inovação tecnológica. Mas é urgente entender os mecanismos que guiam o comportamento dessas máquinas e como as estruturas de incentivo moldam decisões coletivas. Auditorias de algoritmos, exigências de diversidade técnica e regras que limitem a dominância de um único modelo podem ser caminhos para evitar um colapso de competição disfarçado de eficiência.

O Mosca não teme a inteligência artificial — teme a homogeneização que ela pode trazer. Quando todos os caminhos algorítmicos levam aos mesmos destinos, o mercado deixa de ser um espaço de descoberta e passa a ser uma repetição automatizada. A discussão sobre regulação precisa deixar de ser defensiva. Precisa ser estratégica, preventiva e ancorada na realidade de como esses sistemas estão moldando o futuro das finanças.

Por outro lado, se a modelagem utilizada for a análise técnica, esse tipo de atuação pode levar à extrapolação dos preços dos ativos e, quem sabe, à formação de bolhas. De forma bastante pragmática, isso pode até ser positivo quando se aplica a Teoria de Elliott Wave — desde que o analista atue com cautela e não permaneça posicionado como se “o céu fosse o limite”. Estaríamos prestes a inaugurar um novo capítulo na ciência financeira? A teoria comportamental da IA? Hahaha.


Análise Técnica

No post “trump-arma-uma-cilada-para-powell” fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: “Se a bolsa estava próxima na semana passada, está ainda mais nesta. Como o objetivo está a apenas 2% do fechamento, não vejo nada a fazer no momento”


A bolsa atingiu o objetivo que estávamos esperando. Isso é suficiente para que possamos nos preparar para uma queda? Sem dúvida que não, serve apenas para observamos os próximos movimentos.

No gráfico abaixo anotei as várias regiões que deveremos observar:

Jogo continua - Uma correção de menor porte indicando que a bolsa deve continuar subindo.

Correção média – com queda média de 5%, como o próprio nome indica, existe mais uma sequência a frente a ser mais bem calculada.

Neutro – Fico sem opinião precisando observar o que ocorreu nesse movimento, queda média de 16% que via machucar.

Requer atenção – Ao penetrar nessa área poderá ocorrer duas hipóteses: uma alta importante a frente ou início de uma queda ainda mais acentuada, sendo essa a primeira onda. Nesse caso a queda média seria de 20.

Perigo – Pode ser que uma máxima foi atingida nas ondas de maior grau.


Como não estamos aqui para adivinhar vamos observar o que o mercado tem para nos dizer.

Em relação a Nvidia comentei: “A Nvidia atingiu a região esperada para a alta, em US$ 174,11. Em seguida, houve uma retração que foi rapidamente recuperada, e a ação agora se encontra nas máximas. Se a Nasdaq 100 sofrer uma correção a partir dos níveis atuais, é possível que essa cotação tenha marcado uma máxima. No entanto, por enquanto, o que parece é o contrário: a *Super Star* ainda tem espaço para novas altas no curto prazo. O gráfico a seguir, em escala semanal, reforça essa visão. Em resumo: cautela”


O mesmo raciocínio é valido para a “Super “Star” e não vou traçar todas as possibilidades que podem ocorrer apenas demarcando a correção onde seria “tranquilo” objetivando novas altas em seguida sem grandes estragos, esse ponto seria ao redor de U$ 164.

O Deutsche Bank trouxe um estudo interessante sobre as ações com maior volume de vendidos.

Historicamente, ações com elevado interesse em vendas a descoberto (top 10% de short interest) apresentam um desempenho inferior ao índice Russell 3000 em cerca de 7% ao ano desde 1985, apesar de episódios pontuais de recuperação, como no estouro da bolha tech (2000-2001), em 2013-2014 e no boom das negociações de varejo na pandemia. No entanto, desde a pausa nas tarifas em abril, essas ações fortemente vendidas vêm superando o mercado em 39 pontos percentuais, uma alta ligada ao aumento de opções de compra e dívida de margem em papéis voláteis e pouco lucrativos. Essa movimentação é vista como sinal de euforia, ainda que o posicionamento no índice permaneça apenas levemente positivo.

Embora ele queira alertar para um momento que pode originar um calor para quem está vendido, o gráfico mostra que no longo prazo é extremamente lucrativo ficar vendido com o “povo” – aqui quero dizer com as maiores posições vendidas no mercado, com um hedge comprado no indicie Russell 3000. Vocês têm estomago?


Vou publicar hoje mais cedo em função de compromissos. O S&P 500 estava as 12h00 a 6.241, com queda de 1,57%; o USDBRL a R$ 5,5479, com queda de 0,95%; o EURUSD a € 1,15557, com alta de 1,26% (fomos estopados na posição no zero a zero); e o ouro a U$ 3.347, com alta de 1,78%.

Fique ligado!

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