Trump late, ele morde? #nasdaq100 #Nvidia

 


É de conhecimento geral a frase “cachorro que late não morde”. Levando a frase literalmente, acredito que, se você se deparar com um rottweiler, não vai querer arriscar levar uma mordida; agora, se for um pequinês, é mais tranquilo. No entanto, o uso da frase aplica-se mais a pessoas que esbravejam ou ameaçam, como no caso do presidente Trump.

Durante sua campanha, uma lista de ameaças foi lançada em todas as áreas, uma verdadeira metralhadora: de deportações a tarifas de importação para todos os países que não “obedecessem às suas ordens”. O mercado se preparou antecipadamente, sendo que o maior impacto esperado seria a alta no dólar.

Como comentei no post de ontem e-o-jogo-começa: “A partir de agora, pouco importam as opiniões sobre qual será o impacto das medidas A ou B tomadas por Trump na economia, na inflação ou no dólar. O jogo começou, e todas as comemorações são coisas do passado. Trump acorda na cama da Casa Branca, e toda a responsabilidade está em suas mãos”.

O Fórum Econômico Mundial (WEF) tem como objetivo promover a cooperação público-privada, reunindo líderes empresariais, políticos, intelectuais e jornalistas para discutir os desafios globais mais urgentes, como saúde, meio ambiente e economia.

O presidente dos EUA, Donald Trump, participou virtualmente do evento, enfatizando a imposição de tarifas sobre produtos estrangeiros, uma postura que gerou debates sobre as implicações para o comércio global, além de dizer que o preço do petróleo tem de cair e que os bancos centrais do mundo devem baixar os juros. Simples assim! John Authers comentou na Bloomberg sobre essas menções do presidente americano.

As mais recentes bravatas de Donald Trump em 2025, que, mesmo sem poder real sobre os mercados, continua a criar ondas. Desde o início de seu segundo mandato, Trump segue uma estratégia de ruído, apostando que seus "latidos" serão suficientes para agitar os mercados, enquanto os investidores, otimistas ou ingênuos, preferem acreditar que ele não tem coragem de "morder".

Vamos ao show: em Davos, Trump ousou ordenar a queda dos preços do petróleo e, em seguida, prometeu derrubar as taxas de juros — como se fosse o mestre absoluto do universo econômico. Claro, ele não tem esse poder, mas, incrivelmente, suas palavras moveram temporariamente o mercado de petróleo. Isso prova que, mesmo com dentes embotados, seu "latido" ainda causa um alvoroço.

O mais impressionante é que essa retórica absurda não afundou os mercados. O índice S&P 500, por exemplo, segue rompendo recordes como se o mundo fosse um lugar perfeito. Parece que os investidores adotaram uma postura de "vamos ignorar o caos e aproveitar a festa" — uma aposta arriscada, para dizer o mínimo.

 



 Agora, um flashback. Durante o primeiro mandato de Trump, ele tinha uma carta branca para implementar políticas inflacionárias, pois a economia ainda lambia as feridas da Grande Recessão. Mas, em 2025, o jogo mudou: com a inflação alta e relações comerciais tensas, Trump tem bem menos espaço para manobrar. Então, o que ele faz? Dobrar a aposta no ruído.

E no setor de energia? Trump grita por mais produção de petróleo, mesmo com os EUA já alcançando níveis históricos de produção graças ao xisto. Mas para quê? Sua ideia de inundar o mercado com oferta foi recebida com sarcasmo pelos traders de commodities, que basicamente disseram: "Sério, Trump?".

A relação com o Federal Reserve é outro capítulo desse drama. Trump não perdeu tempo em atacar publicamente Jerome Powell, afirmando que entende de juros mais do que qualquer um. A mensagem está clara: ele quer taxas mais baixas e não vai hesitar em bater de frente com o Fed para conseguir isso. A pergunta é: até onde ele está disposto a ir?

No comércio, o velho Trump está de volta, ameaçando tarifas sobre Canadá, México e China. Mas, até agora, só vimos palavras. Analistas acreditam que ele usa essas ameaças como ferramenta de negociação, o que pode funcionar — desde que ele saiba quando parar. Afinal, aumentar tarifas agora seria como jogar gasolina na fogueira da inflação.

E os mercados? Ah, os mercados. Eles estão surfando essa onda de ruído e promessas, confiando que Trump vai priorizar cortes de impostos e desregulamentação, enquanto deixa de lado as tarifas destrutivas. Por enquanto, essa aposta está funcionando, mas ninguém deveria subestimar o potencial de uma guinada inesperada.

Resumindo: Trump continua sendo o mestre do caos calculado. Enquanto ele se limitar a "latir", os mercados vão continuar dançando conforme sua música. Mas o perigo está na possibilidade de uma mordida — e, nesse momento, toda essa confiança poderia desmoronar. Como sempre, o show continua, e os investidores estão mais uma vez apostando que podem sair ilesos.

Sobre a imposição de tarifas, Trump já diminuiu o tom com a China, dizendo que prefere não ter que impor tarifas ao país. Durante a campanha, falava em níveis absurdos, de até 60%. As tarifas são um elemento importante que pode ocasionar dois resultados: por um lado, uma eventual substituição de receitas entre a redução dos impostos corporativos que ele planeja e o aumento de impostos sobre importações — muitos economistas acreditam que esse raciocínio abriria um buraco ainda maior no déficit americano; por outro lado, poderia ocorrer um aumento da inflação devido aos produtos importados mais caros. Segundo uma pesquisa feita pelo Wall Street Journal, segue um gráfico contendo o impacto no CPI, considerando cenários que vão dos mais otimistas aos mais pessimistas. Não parece nada grave o suficiente para alterar a política monetária.




Seria ingenuidade achar que ele não sabe dos impactos das eventuais medidas que pode tomar. Trump tem muitos economistas que sabem fazer conta. É verdade que seu narcisismo ultrapassa a lógica, mas não acredito que ele queira arriscar uma economia que está de vento em popa.

Mas Trump é um rottweiler ou um pequinês? Pelo sim, pelo não, é melhor não ficar na sua frente com um pedaço de carne!

 

Análise Técnica


No post dólar-dólar fiz os seguintes comentários sobre a Nasdaq 100: “Observando uma janela de 1 hora, marcada a seguir com a elipse, é possível ver um movimento de 5 ondas que parece ainda não ter terminado. Sendo assim, alerto os leitores para uma possível oportunidade de compra quando a correção dessas 5 ondas se formar”.





A Nasdaq 100 está prestes a atingir um recorde histórico. Na janela de 1 hora, parece que as 5 ondas se completaram e a retração, segundo esse critério, foi mínima. Acabei não sugerindo um trade de compra pelo fato de já termos uma posição no S&P 500. Se eu estiver correto, o objetivo mínimo é de 26.000, uma alta nada desprezível de 20%. Fiquem atentos para uma eventual sugestão de compra. O mercado é de alta!




Em relação à Nvidia, comentei: “A Nvidia chegou muito próximo dos níveis apontados no retângulo, em U$129,51, o que, por esse critério, poderia indicar que a retração terminou”.




A “queridinha” parece ter reconquistado seu apelido. Nesta semana, recuperou parte do terreno perdido e, como a Nasdaq 100, o nível está próximo das máximas. Nesse momento, não resta outra alternativa para quem quer entrar a não ser esperar a retração das 5 ondas de menor nível. Estou acompanhando e aviso os leitores caso essa oportunidade surja.




Se o Mosca estiver certo na sua contagem, deveremos estar entrando em um período de alta constante, sem refresco. A forma como o mercado vem agindo nos últimos dias indica essa possibilidade: sobe de forma lenta, com retrações mínimas, uma verdadeira tortura chinesa para quem quer aproveitar e entrar numa retração.

É assim mesmo; cada vez que se aproxima de uma máxima, aparecem os “vendidos” alertando: o mercado já subiu muito, estamos numa bolha, os valuations estão absurdos, etc. Mas, se tem mais comprador do que vendedor, como dizia meu ex-sócio, Emir Capez: contra o fluxo não tem argumento.

No sentido contrário, veja o gráfico a seguir.




Esse é o volume estacionado no Money Market com liquidez diária, aproveitando as elevadas taxas de juros que caíram só um pouco recentemente. Não sou partidário de olhar para essa montanha de dinheiro e achar que, mais dia menos dia, irá para a bolsa; são dinheiros diferentes. Mas, se um pedacinho resolver realocar, pode fazer um bom estrago.




O S&P500 fechou a 6.101, com queda de 0,29% ­- estou ajustando os stop loss para o nível de entrada; o USDBRL a R$ 5,9109, com queda de 0,23%; o EURUSD a € 1,0494, com alta de 0,76%; e o ouro a U$ 2.770, com alta de 0,64%.

É bem provável que quando eu estiver postando esse material, o Mosca terá atingido 900.000 views. Na segunda-feira vou comentar sobre os detalhes, mas já queria agradecer de antemão os leitores pela confiança nesses 14 anos de existência. Muito obrigado!

Fique ligado!

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