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Cachaça virá vodca

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Ontem foi anunciado um acordo fechado pelos países da Europa de 750 bilhões de euros.   O acordo coloca todos os 27 países da UE em risco de endividar-se para ajudar a sustentar as finanças dos países mais pobres da UE, um movimento que os alemães, liderados por Merkel, rejeitam há mais de uma década. A maior parte da atenção dada ao acordo de fundos de recuperação da União Europeia, garantido na manhã de terça-feira, focado como os 750 bilhões de euros acordados seriam distribuídos em doações e quanto em empréstimos. Isso é compreensível, negociar esse equilíbrio foi uma das principais razões pelas quais as conversas se arrastaram para o quinto dia. Mas, no que diz respeito aos investidores, O tamanho relativo dos subsídios e empréstimos está entre os aspectos menos significativos do acordo. Muito mais importante é o precedente de longo prazo que estabelece, abrindo caminho para um eventual ministro das finanças da UE, capaz de emitir dívida, aumentar impostos e gastar o

Pau para toda obra

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A recuperação do mundo depende em boa parte do consumidor americano. Os EUA, sendo ainda a maior economia do mundo e o consumo representando 70% do PIB, fica claro essa afirmação. Depois que as paralisações começaram em meados do final de março e a economia foi efetivamente congelada, começaram a surgir previsões sobre as possíveis consequências não intencionais. Algumas pessoas supuseram que haveria uma repetição da depressão, que viram toda uma geração de pessoas mudar seus gastos e hábitos de poupança para um estilo de vida mais econômico após o épico colapso da Grande Depressão. Era impossível ter certeza sobre qualquer coisa naquele momento, mas algumas opiniões fortemente defendidas na época, era a eventual força continuada do consumidor dos EUA. Se há uma coisa em que se pode concordar no EUA é gastar dinheiro. Mesmo com essa visão fortemente sustentada, qualquer um não teria previsto o quão resiliente o consumidor estaria em sua disposição de continuar gas

Procura-se um culpado

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Os argumentos utilizados por boa parte dos analistas para a alta das bolsas, tem sido a entrada de pessoas físicas sem conhecimento de mercado. A corretora Robin Hood, que teve uma enorme aceitação por parte dos americanos, é apontada como o caminho para essas pessoas fazerem seus investimentos, pela facilidade de operar em seu aplicativo. Um ativo publicado pela Bloomberg, em conjunto com outros dados, parecem não levar a essa conclusão. Se os investidores comuns são menos sofisticados do que os ricos, não é inteiramente culpa deles. Eles têm muito pouco dinheiro para obter acesso a empresas financeiras de elite; portanto, muitas vezes não possuem toda a gama de investimentos e serviços financeiros disponíveis para investidores endinheirados. Pior ainda, a regulamentação financeira impede os investidores comuns de investimentos "complexos", como capital de risco, private equity e fundos de hedge, com a teoria de que são simples demais para entendê-los. O paradoxo

O juro invisível?

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Muito pouco se comenta sobre o juro real nos mercados internacionais, talvez no Brasil esse assunto é mais sensível dado nosso histórico de períodos com elevada inflação. O conceito acredito que os leitores conhecem, por exemplo, as NTNB emitidas pelo Tesouro, a remuneração é a composição de duas variáveis: a inflação medida pelo IPCA, e o cupom de juros. Se a sua inflação é igual ao IPCA, significa que quem investe neste título ganha o coupons enquanto o IPCA, mantem o poder de compra. Nos mercados internacionais a grande maioria dos títulos pagam juros nominais, ou nos últimos anos, recebem para os papéis com juros negativos! Os rendimentos dos títulos dos EUA caíram perto dos recordes mínimos, quando ajustados pela inflação esperada, proporcionando um impulso extra aos ativos mais arriscados, em resposta a melhores dados econômicos e à promessa de estímulo monetário contínuo. Nos últimos meses, o rendimento do título do Tesouro de 10 anos protegido por inflação

Sob dois ângulos

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  É bem provável que vocês se depararam com algum artigo que relata sobre a recente alta das bolsas, dentre eles, a ênfase é sobre as empresas de tecnologia, cujo índice Nasdaq 100, se encontra acima da máxima de fevereiro, antes da queda ocasionada pelo Covid-19. Esses relatos fazem crer que as bolsas americanas estão muito caras e que os investidores entraram num frenesi. Seu eu disser que a atitude dos investidores é racional, meu amigo vai dizer que eu estou comprado na bolsa buscando defender minha posição.   Um artigo publicado pela Bloomberg dá uma visão diferente do que está ocorrendo. Compara as ações que tiveram as maiores altas nos EUA, Ásia e Europa, e chega à conclusão de que o perfil das ações que subiram, é distinto entre si. O mercado de ações de coronavírus, como o próprio Covid-19, é algo nunca experimentado antes. Acostume-se a isso. Desde março, quando a pandemia global se tornou uma catástrofe americana, a economia dos EUA tem sido uma sombra de

Carregando nas costas

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Enquanto o mundo coça a cabeça para saber qual será o estrago provocado pelo Covid-19, a China está seguindo seu caminho de crescimento que perdurou nas últimas décadas. Como consequência, os investidores globais estão apostando em alta nos preços do cobre, desencadeando a recuperação mais rápida do metal industrial em anos e sinalizando que muitos investidores continuam esperançosos quanto às perspectivas econômicas. Com os investidores colocando dinheiro em ativos que tiveram bom desempenho recentemente, os contratos futuros de cobre subiram em 12 sessões consecutivas para US $ 2,94 a libra-peso, seu nível mais alto desde abril de 2019. Essa série de vitórias foi a mais longa do metal desde o final de 2017, quando uma perspectiva otimista para a economia mundial e um ritmo otimista elevaram os preços. Como o cobre é amplamente usado no setor manufatureiro global e essencial para fazer tudo, de smartphones a residências, muitos observadores de mercado usam seu pr

All in sem piscar

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Para quem segue o Mosca de longa data, sabe da intervenção inédita que o Banco Central da Suíça (SNB) fez no mercado cambial em 2011, e novamente em 2015. Antes do primeiro evento, a moeda valorizou quase 40%, pois, naquela época, a Europa vivia momentos muito tensos. Para estancar essa dinâmica, o SNB resolveu “fixar” o franco suíço em relação ao euro, estabelecendo um limite de SFr 1.20. Ou seja, se a moeda negociasse acima desse limite, a autoridade monetária compraria euro e venderia o franco suíço. A partir daquele momento, o franco suíço devolveu parte desse ganho, situando-se em relação ao dólar, próximo da paridade. Para conseguir seu intento, o SNB fez diversas incursões no mercado acumulando euros em sua posição. Em 2015, sem que houvesse nenhum fator mais importante, chocou os mercados financeiros, eliminando o teto de três anos no franco, fazendo com que a moeda subisse contra o dólar e contra o euro. A surpresa foi grande, pois, alguns dias antes, as auto