Sucessão #ouro #gold

 


Ontem, o Fed publicou sua decisão de política monetária sem adicionar nenhuma informação ou percepção nova. Os mercados experimentaram um "round trip", onde a bolsa chegou a subir mais de 1% e, no final, devolveu toda a alta. A indefinição é tão elevada que até se criou um mapa que avalia as palavras e o conteúdo do comunicado para saber se foi mais "dovish" — brando — ou mais "hawkish" — agressivo. E o resultado, segundo esse critério, foi “mais brando”. Se eu fosse o Powell, diria da seguinte forma: "Não me enche o saco, porra, quando der, eu baixo o juro." Claro, seguramente não poderia ser presidente do Fed! Hahaha...




Acredito que todos os leitores já ouviram falar de Warren Buffett, o profissional que superou os índices acionários durante décadas através da empresa que administra esses recursos, a Berkshire. É interessante também notar como ele vive sua vida pessoal; embora tenha acumulado bilhões em patrimônio, mora na mesma casa e tem o mesmo carro, não se deixando levar pelo luxo. Todo ano, realiza uma reunião com seus acionistas em Omaha, sede de sua empresa, onde, além dos comentários sobre sua gestão, pronunciou inúmeras frases sobre investimento que se tornaram icônicas. Das quais destaco:

- O preço é o que você paga. Valor é o que você recebe.

- Se você não pode controlar suas emoções, não pode controlar seu dinheiro.

- Se você não consegue explicar de forma simples, você não entendeu bem o suficiente.

No próximo sábado (sim, é sempre num sábado), será a primeira vez que realizará esse evento sem seu parceiro inseparável, Charlie Munger, que faleceu ano passado aos 99 anos; ele mesmo tem 93 anos. Com essa idade, mantém todas suas capacidades mentais, o que por si só já se pode considerar um outlier. Sally Bakkewell comenta como o encontro deverá ser este ano.

Quando os seguidores da Berkshire Hathaway Inc. se reunirem em Omaha no sábado para a reunião anual, haverá uma ausência notável no palco. A reunião será a primeira da Berkshire desde que Charlie Munger, parceiro de negócios de longa data e braço direito de Warren Buffett, faleceu em novembro — poucos meses antes de completar 100 anos. As aparições de Munger ao lado de Buffett, 93, ajudaram a atrair milhares de pessoas, ansiosas para ouvi-lo opinar de maneira direta e espirituosa sobre investimentos, filosofia, falhas humanas, excessos corporativos e mais.

"Sem Munger, pode ser um começo sombrio, especialmente para aqueles que possuem ações e vêm a Omaha há décadas", disse Jim Shanahan, analista da Edward Jones. "Você pode ver que será meiotriste para algumas pessoas."

Buffett e Munger transformaram a Berkshire de uma fábrica têxtil falida em um gigante de 862 bilhões de dólares, abrangendo indústrias como seguros, energia e ferrovias — tornando-a um indicador próximo da saúde econômica dos EUA. A empresa divulgará os resultados do primeiro trimestre antes do início da reunião no sábado, com analistas prevendo que sua coleção de empresas de seguros e uma economia robusta ajudarão a impulsionar o lucro. A receita operacional pode aumentar 10% em relação ao ano anterior, quando totalizou 8,07 bilhões de dólares, de acordo com a Bloomberg Intelligence.

"Os ganhos serão fortes", disse Bill Smead, diretor de investimentos da Smead Capital Management. "Quando a Main Street vai bem, as empresas operacionais da Berkshire vão extremamente bem."

Desta vez — e sem Munger — Buffett será acompanhado no palco por seu herdeiro aparente, Greg Abel, 61, que comanda todas as operações não relacionadas a seguros, e por Ajit Jain, que supervisiona os negócios de seguros da Berkshire.

Suas empresas de seguros podem registrar um salto de 40% nos lucros devido a melhores resultados de subscrição e maiores rendimentos, segundo a Bloomberg Intelligence. Em particular, as margens de subscrição da Geico podem melhorar substancialmente devido a aumentos nas taxas adquiridas e uma frequência de reclamações mais favorável, escreveram analistas do UBS Group AG em uma nota aos clientes no mês passado.

Buffett, Abel e Jain podem esperar responder até 60 perguntas durante a reunião no CHI Health Center Arena, no centro de Omaha. Entre elas, provavelmente haverá perguntas sobre riscos climáticos e exposição a incêndios florestais, já que a utilidade PacifiCorp da Berkshire enfrenta reivindicações de responsabilidade pelos incêndios em Oregon em 2020 que podem chegar a bilhões de dólares.

Barômetro Econômico

Buffett há muito identifica seu vasto império empresarial como um barômetro da saúde econômica dos EUA — e os investidores procurarão previsões para a economia desta vez. No ano passado, ele previu que a maioria dos negócios da Berkshire reportaria lucros menores à medida que um "período incrível" para a economia dos EUA terminasse. A empresa então passou a relatar lucros operacionais do quarto trimestre de 8,48 bilhões de dólares, acima dos 6,63 bilhões de dólares do ano anterior.

Nos últimos anos, o conglomerado enfrentou um problema de alto nível: um excesso de caixa e nada em que gastar, pois as altas avaliações do mercado público privaram o investidor bilionário de alvos de aquisição. Taxas de juros mais altas terão aliviado um pouco a pressão de manter esse caixa, segundo Shanahan.

A pilha de dinheiro da empresa saltou para um recorde de 167,6 bilhões de dólares no final do ano — e analistas preveem que poderia ser ainda maior quando a Berkshire divulgar os resultados no sábado.

"Há tanto dinheiro por aí por causa do dinheiro que o Fed injetou no sistema, o que tornou as avaliações ainda mais difíceis", disse Smead. "Buffett vai segurar essa posição de caixa até que as pessoas fiquem pessimistas sobre as ações."

Homenagem a Munger

O evento de Omaha — apelidado de "Woodstock para Capitalistas" — distingue a reunião da Berkshire da maioria das outras reuniões anuais de empresas. O dia normalmente é uma vitrine para as muitas holdings da Berkshire — estandes distribuindo doces da See's Candies, trens de brinquedo imitando a ferrovia da Berkshire —, bem como horas de comentários.

Buffett provavelmente pagará novamente tributo ao papel de Munger na criação da empresa vasta. Em sua carta anual de fevereiro, ele o chamou de "arquiteto" da empresa e se referiu a si mesmo como a pessoa "responsável pela equipe de construção".

As coisas não serão as mesas sem Munger.

"Será muito menos divertido", disse Smead. "O senso de humor e a sabedoria de Munger sempre foram o destaque da reunião."

Esse artigo me fez pensar sobre a sucessão nas empresas. Quando se trata de empresas grandes com CEOs contratados, a sucessão é algo mais tranquilo, pois raramente dependem desses profissionais, embora me recorde de Jack Welch, CEO da GE, que comandou a empresa por 30 anos e foi um ícone na época. As ações da companhia se multiplicaram nesse período, e quando foi substituído, foi ladeira abaixo. Sorte? Talvez um pouco, pois esteve presente num período positivo, mas não foi só isso; era um executivo extremamente carismático e com opiniões fortes. Me recordo que tinha uma linha de pensamento: qualquer empresa do grupo deveria estar entre as 3 principais do setor; se não estivesse, era vendida.

Entretanto, em empresas que dependem excessivamente de seu "capitão", a sucessão é muito mais problemática. Um exemplo que surge é do Sr. Joseph Safra, que construiu um império no setor bancário. No seu falecimento, mesmo tendo sucessão em seus filhos, todos com excelente qualificação, estes entraram agora numa batalha judicial. Será o mesmo banco que no passado? Difícil.

Eu acredito que ninguém é insubstituível; uma empresa tem que continuar, mas também acredito que ninguém é igual a outro, mesmo havendo uma sucessão genética; pode até ser semelhante. Como será a Berkshire sem seu mentor? Não tenho bola de cristal para saber, mas seguramente será muito difícil bater os resultados de Warren Buffett.

No post quem-vai-pagar-conta fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ... “Se o ouro ultrapassar $2431, tudo indica que a onda 3 verde não terminou. Se ocorrer, vou estudar se vale um trade. Se, por outro lado, romper $2324, a onda 4 verde está em curso” ...

 



Passadas duas semanas, tudo indica que o ouro caminha para atingir o nível de U$ 2.250. Vamos ser compradores se chegar lá? Vai depender de qual foi o “shape” nesse percurso. Mesmo assim, um movimento de 5 ondas para cima será uma obrigação, pois nenhuma garantia que haverá reversão nesse nível, bem como essa onda 4 verde deveria durar por mais tempo – não é um must, só uma possibilidade.

 



O SP500 fechou a 5.064, com alta de 0,91%; o USDBRL a R$ 5,1129, com queda de 1,56%; o EURUSD a € 1,0726, com alta de 0,16%; e o ouro a U$ 2.303, com queda de 0,61%.

Fique ligado!

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