Nvidia: A verdadeira moeda digital #nasdaq100 #Nvidia
Uallll, em qualquer noticiário econômico que você acesse hoje, a Nvidia está lá – inclusive no Mosca. Lembro-me de 2017, quando o bitcoin era a coqueluche do momento, e o canal da Bloomberg diariamente tinha uma entrevista ou reportagem sobre o assunto. As cotações apareciam na parte inferior do vídeo em tempo real. Até que, no final daquele ano, as cotações começaram a desmoronar. Seria a Nvidia um caso semelhante?
Não acredito, pois, diferentemente do bitcoin, que não tem
nada para gerar lucro a não ser mais pessoas entrando para sua cotação subir
(desde que ninguém resolva sair), essa empresa gera lucro, e muito lucro,
através de um produto altamente demandado, sem concorrência e com demanda não
atendida, segundo seu CEO Jensen Huang – já com um patrimônio pessoal superior
a U$ 90 bilhões, como disse na quarta-feira. Não me entendam mal, não estou
dizendo que as ações da NVDA (é o ticker dela para quem quiser seguir) não
possam cair, isso vai acontecer algum dia. Mas ela produz algo, é verdadeira!
No post de ontem invicto-sem-derrotas comentei
sobre alguns concorrentes da NVDA. John Authers fez uma análise sobre eles que
complementa minha ideia.
Nvidia $2.55 Trilhões, Intel $128 Bilhões
Mesmo que a Nvidia não tenha impulsionado o resto do
mercado, suas ações se saíram muito bem. Um dos maiores problemas ao tentar
avaliar quanto elas deveriam valer é entender todos os superlativos. A empresa
está na vanguarda da tecnologia disruptiva do momento, então não é surpresa que
o mercado goste dela. Mas seu crescimento de vendas em comparação com outras
empresas que já ocuparam uma posição semelhante é impressionante. Veja como as
vendas anuais progrediram ao longo do tempo para a Intel Corp., a fabricante
dominante de chips para a revolução do computador pessoal, a Cisco Systems
Inc., que liderou o fornecimento de roteadores para a internet, e a Nvidia:
Está acontecendo algo extraordinário. A chegada do ChatGPT em novembro de 2022 foi, a julgar pelas receitas da Nvidia, um desenvolvimento ainda mais transformador do que o sistema operacional Windows, a World Wide Web ou o iPhone. Isso pode ou não se provar correto, mas as empresas estão gastando dinheiro real com essa suposição.
Isso torna a Nvidia uma compra? Uma comparação com a Intel,
a fabricante de semicondutores dominante por décadas, é instrutiva. De 1986 ao
seu pico durante a excitação da era das pontocom em 2000, o preço das ações da
Intel compôs a uma taxa anual de 27,66%, o que é impressionante; nos 24 anos
desde aquele pico, ele compôs a uma taxa anual de menos 6,5%.
Manteve sua dominação por 20 anos após 2000, mas agora foi
ultrapassada - pela Nvidia e também pela Taiwan Semiconductor Manufacturing
Co.:
Rob Arnott, fundador da Research Affiliates LLC e cético
sobre a avaliação da empresa, apresenta a matemática da seguinte forma. A
Nvidia tem uma participação de mercado para chips de IA de cerca de 90% e
margens de lucro de 55%. Será difícil desalojá-la, mas outros tentarão, e as
probabilidades são de que eventualmente terão sucesso, muito provavelmente
reduzindo o preço. Após grandes inovações tecnológicas, os preços e as margens
tendem a cair rapidamente.
Ao longo de 10 anos, Arnott sugere um caso base no qual a
demanda geral por chips de IA cresça 25% ao ano, os preços caiam cerca de dois
terços, as margens de lucro caiam para cerca de 30% e a participação de mercado
da Nvidia caia para 50%. Isso representaria um grande sucesso - e, pela
aritmética de Arnott, os lucros seriam menores em 10 anos do que são agora.
Outro herói do boom das pontocom fornece outro aviso. A
Qualcomm Inc. foi a melhor ação de 1999 e considerada integral para a internet.
Ela atingiu o pico no primeiro dia de 2000. Levou duas décadas para voltar a
esse nível, mesmo que, como Arnott mostra, seu crescimento nos lucros fosse
tudo o que qualquer um poderia esperar:
A Nvidia é um fenômeno. Ainda assim, isso não significa necessariamente que o aumento de $218 bilhões em seu valor de mercado na quinta-feira será uma boa ideia. Enquanto isso, parece estar surgindo algum entendimento de que seus sucessos serão, até certo ponto, às custas de outros. Desde o início da empolgação com a IA, seus pares, como Advanced Micro Devices Inc. e ARM Holdings Plc, se beneficiaram de qualquer boa notícia sobre a Nvidia. Na quinta-feira, eles caíram. Os investidores podem estar reconhecendo que o bolo não é ilimitado.
Não dá para negar nenhum dos argumentos de Authers, embora eu possa frisar que a história nunca se repete da mesma forma; no mínimo, agora a situação é bem diferente entre elas. A simulação acima feita por Arnott não tem mais valor que um exercício financeiro, mas nenhum valor decisório. Eu jamais tomaria uma decisão baseada nele. Como nos proteger contra uma mudança de rumo? Os gráficos!
Ultimamente, venho enfatizando inúmeras distorções que têm
aparecido nos mercados. Os analistas que têm como filosofia a Reversão à Média
– acreditam que os ativos que se distanciam de suas médias, para cima ou para
baixo, apresentam uma oportunidade, pois, no tempo, tendem a voltar para a
média – vêm encontrando oportunidades. Uma muito citada é a dissociação entre a
evolução do índice Nasdaq 100 – leia-se empresas de tecnologia – e as taxas de
juros. Afinal, nessas empresas, o impacto é maior, visto que são empresas de
crescimento. O gráfico a seguir não deixa dúvidas de que algo está errado,
mesmo sendo a comparação com o S&P 500.
Vou colocar uma pergunta aos leitores: Para empresas que estão envolvidas nessa nova era de crescimento exponencial, faz alguma diferença significativa em seu “valuation” se a taxa de juros usada para descontar o cash flow oscilar de 4% para 5% a.a. (meu destaque), se os analistas estão sendo surpreendidos com crescimento nas vendas, cometendo subavaliações muito superiores ao realizado? Para a NVDA, não faz a menor diferença. O leitor pode dizer que essa empresa não é o índice. É verdade, mas as que estão envolvidas têm um peso muito grande e crescente.
Outra conversa dominante é sobre a concentração das
Magníficas Sete – que não são sete, pois a Tesla não estaria no rol da corrida
pela IA – é preocupante? Pensei muitas vezes se deveria colocar essa minha
ideia, pois não tenho como comprovar e ela, até certo ponto, pode arriscar
minha imagem. Mas estou numa fase muito otimista – meu amigo já, já vai entrar
em cena, hahaha... Decidi compartilhar algo totalmente fora da caixinha mesmo
correndo o risco de ser chamado de lunático.
Acho que é muito bom concentrar! A razão é que o S&P 500, calculado com o critério de capitalização de mercado, é fundamental neste momento. O raciocínio é o seguinte: o mercado sabe quem está participando da festa, desconfia de alguns candidatos e não tem ideia de quem vai pagar a conta.
Num cenário como esse, é melhor ficar no mais seguro; essa é
a razão pela qual essas ações sobem mais que as outras. Daqui um tempo, essas
dúvidas irão se esclarecer e, naturalmente, o portfólio do SP500 será ajustado
proporcionalmente com quem “merece” e quem não “merece sair do índice”.
O raciocínio sobre o Nasdaq 100 é semelhante, mais
turbinado, e pode ficar ausente de outras empresas que irão no vácuo da IA e
não são de tecnologia. Nem pense, nesse momento, em usar o S&P 500 ou seus
parentes igualmente divididos.
- David, você vai ser classificado como o Milei – Louco! Ninguém que eu conheço pensa como você.
É verdade, mas eu fiz meu “disclaimer” antes.
Para terminar minhas elucubrações, acredito que a IA pode
ser resumida numa frase: vai reduzir a imprevisibilidade no mundo! Qual
meu raciocínio? A IA permite a busca em bancos de dados gigantescos que
auxiliam a evitar (ou minimizar) erros considerando experiências passadas. Na
pior das hipóteses, vai colocar na mesa uma nova informação que não era
disponível até agora, a fim tornar mais eficiente.
Pensem num exemplo simples de um call center. Pesquisando
todas as ligações telefônicas do passado, o provedor do serviço pode se
antecipar e corrigir aquele erro, se for recorrente, ou mesmo ter uma gravação
feita por robô que atenda esse caso. Não precisa mais a atendente que lê uma
“receita de bolo” de seu repertório e não tem a menor ideia do que está
falando.
Fiz um teste ontem com meu dentista. Ao comentar que
realizei uma pequena cirurgia recentemente, feita por robô, ele me explicou que
o robô, usando IA, minimiza o erro do cirurgião. Por exemplo, se ele mexe com a
mão mais do que deveria num determinado órgão, colocando em risco o paciente, o
robô compensa o movimento para que seja ideal. Ele já comprou minha ideia.
Para finalizar, se o que estou pensando não é fantasia, o
mundo vai ficar mais “chato”, tudo muito previsível, sem volatilidade. Bem,
isso é coisa para meus filhos.
Se você tem outra ideia, compartilhe no post; vamos ampliar
a discussão.
No post o-céu-pode-ser-o-limite-nasdaq100-nvidia fiz os seguintes
comentários sobre a Nasdaq 100: ... “É possível que a onda (iii) azul tenha
terminado ontem (ou ainda tenha uma mini alta) e estamos caminhando dentro da
onda (iv) azul, cujo objetivo seria 18.100, para em seguida ir para o objetivo
final da onda (v) azul entre 19.100 e 19.300” ...
Esta semana estudei alguns cenários alternativos de altas mais expressivas das que trabalho para as bolsas americanas. Com todo o otimismo que expresso ultimamente, prefiro não revelar ainda. Como repito insistentemente: “Let The Market Speak”.
Sendo assim, uma correção em andamento que levaria mais uma
semana teria como limite para a onda (iv) azul 18.511 / 18.270 (pode ser
abaixo disso também, sem que o cenário seja eliminado). Para em seguida atingir
o final em 19.100 / 19.160 na onda (v) azul / V laranja / 5 verde/ (1) azul –
haja cores, hahaha...
Sobre a NVDA meus comentários foram: ... “Diferentemente do Nasdaq 100, a Nvidia ainda não ultrapassou a máxima histórica. Nada a reclamar, pois numa janela mais curta tudo parece andar bem, porém na janela de 1 dia ficam as dúvidas. Mantenho as observações e coloco um novo nível de atenção a U$ 880”...
Ontem a NVDA passou da barreira dos U$ 1.000 e está negociando nas altas histórica. Fiz alguns ajustes nas contagens e o que eu espero é o traçado pela linha verde, cujo destino deste ciclo seria entre U$ 1.340 / U$ 1.320. Não tenho muita convicção na contagem e é normal para ativos que desempenham um movimento abrupto de alta.
Sugiro acompanhamento passo a passo ao invés de se guiar
pelas ondas de maior grau. Agora, se for esta que está aí, depois de terminado
vai ter um período muito chato para a “invicta” nesse tipo de onda (IV) azul
– não aparece no gráfico abaixo essa onda, conhecida como a que coloca em
dúvida toda a alta anterior. Nesse momento, vocês podem ter certeza de que irão
aparecer os que ficaram fora da festa dizendo: Eu não disse que a NVDA era uma
bolha!
Venho comentando que existem empresas que estão se beneficiando do vácuo criado pela IA. Um segmento que já citei antes é a energia consumida pelos data centers e outros.
A revista The Economist fez sua estimativa da alta de consumo demandada pelos robôs – com muita fome! – que somados irão demandar um acréscimo de 100% até 2026. Não tive acesso aos critérios que eles usaram, mas sou capaz de apostar que foram superconservadores. Conclusão: energia entra na área nobre de ações beneficiadas pela IA.
Para terminar não podia deixar de comentar sobre matéria publicada no Wall Street Journal por Stu Woo. Não vou me estender: "Chat Xi PT! O chatbot da China. As empresas chinesas de IA devem superar as restrições de chips e regulamentações rígidas na criação de chatbots no mesmo nível do ChatGPT"
Sem comentários, gostei do nome dado já diz tudo! Hahaha
...
O SP500 fechou a 5.304, com alta de 0,70%; o USDBRL a R$ 5,1665, com alta de 0,43%; o EURUSD a € 1,0847, com alta de 0,45%; o ouro a U$ 2.334, com alta de 0,28%
Fique ligado!
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