Fatos são fatos! #IBOVESPA

 


Não é estranho que a voz dos atrasados clame pela existência de uma bolha no mercado de ações. É importante sempre entender como a grande maioria dos seres humanos reage aos seus erros: colocando a culpa nos outros. É muito doloroso aceitar um erro, como se isso colocasse em xeque sua competência. Para esses, a melhor frase que aprendi é que as pessoas inteligentes aprendem com os erros, enquanto as ignorantes os repetem.

Vivemos um momento econômico interessante. Por um lado, o crescimento é o objetivo de qualquer nação, mas ele deve ser honesto e não como vi em um vídeo esta semana, em que o presidente Lula, tentando convencer uma comitiva japonesa a investir no Brasil, clamava que aqui era o paraíso: o judiciário funciona, as leis são seguidas à risca e mais uma série de inverdades. Será que ele realmente acredita que os japoneses — povo conhecido por seu extremo conservadorismo — dão algum valor às suas palavras no processo de decisão? Ele deve acreditar! Dada a definição acima, em qual categoria ele se encaixa?

Por outro lado, o emprego está apertado, e por ironia do destino, quando é publicado um dado de desemprego pior — menos criação de vagas — o mercado comemora. O receio aqui é da inflação que surgiu de repente após a pandemia. "De repente" é uma força de expressão, pois os bancos centrais desafiaram os princípios econômicos onde qualquer principiante sabe que se a injeção de recursos é muito elevada, a inflação aparece na sequência. Talvez eles tenham pensado que, por terem vivido décadas lutando por um pouco de inflação, ela nunca mais iria aparecer.

Voltando ao tema principal: a bolsa está numa bolha? O conceito de bolha tem como principal característica uma fuga dos valores intrínsecos. Quando ocorreu a bolha conhecida como ponto.com nos anos 2000, a alta das ações se deu porque essas empresas teriam lucros no futuro, mas no presente apresentavam prejuízo — muito diferente do que está ocorrendo agora, onde as empresas têm apresentado resultados muito positivos. Naturalmente, o que se pode questionar é que algumas delas projetam crescimento desses lucros com índices elevados, e se isso não ocorrer, um ajuste será necessário. Justin Lahart comenta no Wall Street Journal sobre os resultados apresentados no último trimestre.

 

Os lucros estão disparando — e isso está protegendo a economia

Os CEOs estão otimistas, e os resultados estão em ascensão. Um crescimento mais lento do emprego não é o mesmo que uma grande recessão.

O crescimento do emprego diminuiu em abril, conforme relatado nos números de emprego de sexta-feira. Mas há uma grande diferença entre um relatório de trabalho um pouco mais fraco e os tipos de perdas de emprego que poderiam empurrar a economia para uma recessão.

Com os lucros corporativos em ascensão, uma grande desaceleração na economia pode estar longe.

Aproveitei para publicar o resultado mais recente do GDPNow publicado pelo Fed de Atlanta. Um crescimento desta magnitude é muito distante de uma recessão.



A maioria das empresas dos EUA já divulgou os resultados do primeiro trimestre, e eles mostram que o crescimento dos lucros está acelerando. O lucro por ação das empresas no S&P 500 parece ter aumentado 5,2% em relação ao ano anterior, segundo a FactSet, melhor do que os 3,4% esperados pelos analistas no final de março, marcando o crescimento mais forte em quase dois anos.




Os resultados das empresas superando as estimativas é uma ocorrência regular. Mais incomum, os analistas também passaram o último mês elevando suas estimativas para o trimestre atual. Eles agora esperam que o lucro por ação do segundo trimestre cresça 9,8%, em comparação com 9% no final de março. A última vez que os analistas passaram o primeiro mês de um trimestre elevando, em vez de reduzir, as estimativas de lucros foram durante o quarto trimestre de 2021, segundo o analista de lucros da FactSet, John Butters.

Os lucros corporativos são importantes porque mostram que o motor econômico dos EUA continua a funcionar bem. Enquanto alguns outros indicadores econômicos, como as leituras de sentimento do consumidor, foram desanimadores e a inflação aumentou, um forte desempenho de lucro dos EUA geralmente aponta para uma continuação da expansão.

A elevação nas estimativas de lucros pode ser porque as empresas, em vez de sentirem a necessidade de moderar o otimismo dos analistas e reduzir as estimativas, estão elas próprias otimistas. Entre as empresas do S&P 500, o termo "recessão" apareceu em apenas 100 transcrições de teleconferências de resultados, eventos de investidores e conferências registradas no primeiro trimestre, de acordo com a FactSet. Isso foi uma redução em relação às 302 no primeiro trimestre de 2023 e o menor número em dois anos.



As medidas baseadas em pesquisas do sentimento corporativo melhoraram. O índice de perspectivas econômicas da Business Roundtable para os CEOs subiu para o nível mais alto no primeiro trimestre desde o segundo trimestre de 2022. Os índices das expectativas dos CEOs para contratações e gastos de capital também avançaram. Uma pesquisa com diretores financeiros realizada pela Fuqua School of Business da Duke University com os bancos da Reserva Federal de Atlanta e Richmond mostrou um aumento similar no otimismo.

"Não há motivo para recuar se os lucros estão bons", disse o economista da Duke, John Graham, que dirige a pesquisa com CFOs. Além disso, muitos CFOs dizem que suas empresas ainda estão lutando para atrair trabalhadores.

Por enquanto, Graham acredita que as empresas estão no modo de adicionar trabalhadores quando a perspectiva de lucro é boa, e manter o emprego estável se a perspectiva se tornar instável, em vez de dispensar os funcionários que contrataram com tanto esforço. Portanto, mesmo que os lucros vacilem, as empresas podem ser lentas em recorrer a demissões.

De fato, enquanto houve anúncios de demissões de alto perfil de empresas como Tesla e Amazon.com no mês passado, a atividade geral de demissões permanece baixa. O Departamento do Trabalho relatou que o número total de trabalhadores demitidos em março chegou a 1,526 milhão ajustado sazonalmente. Esse foi o menor número desde dezembro de 2022. Em 2019, antes da pandemia (um bom ano para o mercado de trabalho), a contagem média mensal de demissões era de 1,818 milhão. As reivindicações iniciais de seguro-desemprego — um indicador líder de atividade de demissões — permaneceram baixas.

A economia não é uma máquina de movimento perpétuo, onde o crescimento dos lucros leva ao crescimento do emprego, o crescimento do emprego leva ao crescimento do consumo, e o crescimento do consumo leva ao crescimento dos lucros em um círculo virtuoso sem fim. O Fed elevou as taxas de juros drasticamente em sua tentativa de controlar a inflação, e o perigo permanece de que seus aumentos de taxas eventualmente empurrem a economia para uma recessão. A experiência mostra que a economia pode passar de boa para ruim rapidamente.

Mas, até agora, as pessoas continuaram comprando, com os gastos dos consumidores crescendo a uma taxa anual ajustada pela inflação de 2,5% no primeiro trimestre, de acordo com o Departamento de Comércio. Os ganhos salariais ano a ano esfriaram, mas superaram a inflação desde maio do ano passado, proporcionando aos trabalhadores os meios para gastar. Ganhos de produtividade permitiram que as empresas mantivessem as margens de lucro apesar dos aumentos salariais.

Outro dia, ouvi um podcast de Ed Yardeni, um economista renomado cujas projeções econômicas têm se mostrado corretas há um bom tempo — por exemplo, ele não acreditava que a economia americana iria entrar em recessão quando a grande maioria tinha essa visão. Seus comentários sobre os juros são iguais aos do Mosca: a ideia principal é que os juros subiram rapidamente para 5% porque estavam muito errados antes. Com essa visão, não estariam tão altos como parecem.

A verdade é que as empresas estão lucrando mais e esse é o motor da bolsa de valores. Existe sim uma partição acontecendo onde as grandes estão com lucros muito superiores às pequenas, e essa é a razão da preferência pelo mercado. Minha ideia é que estamos no meio de uma revolução digital, e como toda revolução, existem novos ganhadores e novos perdedores quando comparado à situação do passado. Fatos são fatos!

No post o-fator-sorte-nos-investimentos fiz os seguintes comentários sobre o IBOVESPA: ... “Estou me policiando mais para não entrar enquanto não houver um movimento técnico de forma completa; ou seja, as 5 ondas necessárias. Como podem notar, nessa última semana pouco terreno foi conquistado pela bolsa — 'parece que ela não quer subir' — dando indicações de que ainda existem mais quedas à frente. Se ela não quer subir, eu não quero comprar!” ...



Embora a bolsa tenha subido 5% do nível mínimo recente de 124 mil, minha expectativa de alta espelhada acima ocorreu, mas não de uma forma convincente. O desabafo de Luis Stuhlberger, conhecido gestor brasileiro que se arrependeu de acreditar que o governo Lula faria a lição de casa, pode ter impactado os mercados hoje na abertura, o que fez que a bolsa reentrasse no canal exposto no gráfico abaixo. Outro fator que vem me incomodando é a extensão da onda 2 verde, fato que venho observando ultimamente. Conclusão: da maneira que estou vendo, é provável que a onda 2 verde não tenha terminado e, se isso ocorrer com novas quedas, vou ter que rever meu cenário de alta de mais longo prazo para o IBOVESPA — mas isso fica para uma próxima vez. Nada a fazer por enquanto.



Estou subindo o stop loss da posição na NASDAQ100 para 17.600, como comentei ontem; todo cuidado é pouco daqui em diante. A bolsa americana precisa provar que está no movimento de alta de curto prazo, de acordo com meu cenário.

O SP500 fechou a 5.190, sem variação; o USDBRL a R$ 5,0877 com alta de 0,33% - estou zerando a posição vendida em dólar no fechamento, motivos “não estou gostando da evolução está semana; o EURUSD a € 1,0744, sem variação; o ouro a U$ 2.308, com queda de 0,22%.

Fique ligado!

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