Ficando com o mico #ouro #gold
Um breve comentário sobre os dados de inflação americana
publicados ontem. Os analistas criaram uma parafernália de índices que acabam
confundindo. Agindo assim, tentam observar se a inflação está retrocedendo ou
não. Por exemplo, John Authers acredita que ainda não se pode baixar a guarda.
Fiz um resumo de suas colocações na Bloomberg.
O artigo "The Inflation Battle Is Far From Over"
de John Authers discute a persistente inflação nos EUA, destacando o impacto
das pressões nos preços dos serviços sobre a política monetária. Em abril, o
índice de preços ao consumidor (CPI) apresentou uma leve queda, aliviando
algumas preocupações. No entanto, a inflação nos serviços, que depende
fortemente dos salários, permanece elevada. Isso leva o Federal Reserve (Fed) a
manter as taxas de juros altas, já que a política monetária pode influenciar a
inflação salarial.
A inflação dos aluguéis e a "supercore" (serviços excluindo moradia) são especialmente preocupantes, com a última ainda em uma tendência ascendente, próxima a 5%, muito acima do confortável para o Fed. Esta situação praticamente descarta a possibilidade de cortes nas taxas de juros no curto prazo.
Embora algumas medidas da inflação estejam caindo
lentamente, como o índice de preços pegajosos do Fed de Atlanta, a desinflação
é gradual e ainda há sinais de pressões inflacionárias residuais devido a
interrupções de fornecimento durante a pandemia.
Por outro lado, o respeitado economista Ed Yardeni, ex-economista do Federal Reserve de Nova York, tem uma visão mais otimista, conforme publicou em seu relatório: "O CPI principal e o que exclui moradia subiram 2,2% e 2,1% em termos anuais no mês passado (gráfico). Isto indica que a taxa de inflação PCED está no bom caminho para cair para a meta de 2% do Fed até ao final deste ano, desde que a inflação dos aluguéis continue a moderar-se."
Qual desses conceitos usar? O Mosca acredita que ainda existem muitos passos a serem atingidos nesse quesito e é pouco provável que o Fed dê um passo nos próximos dois meses no sentido de reduzir as taxas de juros. Mas, independentemente da opinião do Mosca, o mercado gostou, fazendo com que a bolsa atingisse novos recordes e as taxas dos títulos recuassem.
Os países desenvolvidos não estão gostando nada da
agressividade da China para vender carros elétricos. É bem possível que esse
país esteja dando incentivos a seus fabricantes de veículos, pois basta fazer
uma pesquisa por aqui das marcas chinesas e ver que os preços são equivalentes à
metade do preço cobrado por marcas europeias nesse segmento.
Os EUA impuseram esta semana um imposto de exportação quatro
vezes superior, ou seja, ninguém vai comprar. Já no caso da Europa, existe uma
diferença entre os franceses e os alemães: os primeiros querem tomar um passo
no mesmo sentido, enquanto os últimos estão receosos, tendo em vista que usam
muitos componentes vindos da China nos carros produzidos nesse país, e uma
medida desse tipo pode originar retaliação, o que pode comprometer suas
exportações.
A China se encontra numa situação bastante delicada, pois as
sanções dos países ocidentais estão criando uma onda deflacionária em seus
produtos pelo excesso de oferta. Nesse cenário, a crise imobiliária, que está
longe de ser solucionada, poderia levar sua economia a uma crise que resultaria
em um círculo vicioso. Sendo assim, anunciou que vai comprar os imóveis
“micados”, gerando um movimento de alta das ações de empreendedoras, como
reportou a Bloomberg. Será isso sustentável?
As ações dos desenvolvedores chineses subiram com o otimismo
de que Pequim fornecerá apoio político para a compra de casas não vendidas de
construtoras em dificuldade. Seus títulos de alto rendimento também avançaram.
Um índice da Bloomberg de ações imobiliárias chinesas subiu
até 13%, liderando um rali mais amplo em Hong Kong quando o mercado reabriu
após um feriado na quarta-feira. As ações da Longfor Group Holdings Ltd.
subiram até 15%. A China Vanke Co., com problemas de liquidez, disparou 16%,
com alguns de seus títulos em dólar registrando os maiores ganhos diários desde
novembro.
A China está considerando uma proposta para que governos
locais comprem milhões de casas não vendidas, disseram pessoas familiarizadas
com o assunto na quarta-feira, em uma das tentativas mais ambiciosas de
resgatar o mercado imobiliário. Uma queda prolongada nas vendas e nos preços de
imóveis tem pressionado a economia, e os compradores estão preocupados com a
capacidade das desenvolvedoras sem liquidez de entregar as propriedades.
"Se implementada, a medida é um passo importante para
resgatar o setor, pois poderia resolver o excesso de estoque e os problemas de
liquidez dos desenvolvedores", escreveu Raymond Cheng, chefe de pesquisa
imobiliária da China na CGS International Securities HK, em uma nota. Cheng
disse que são necessários 1,8 trilhões de yuans (US$ 250 bilhões) de
financiamento, assumindo que cinco milhões de unidades sejam compradas dos
desenvolvedores.
Os funcionários ainda estão debatendo os detalhes do plano e sua viabilidade, disseram as pessoas, acrescentando que pode levar meses para ser finalizado, caso os formuladores de políticas decidam seguir em frente.
Pequim tem implementado mais medidas para apoiar o setor nos
últimos meses, com o Goldman Sachs Group Inc. afirmando que a queda no mercado
imobiliário ainda não atingiu o fundo. Algumas grandes cidades, como Hangzhou e
Xi’an, recentemente aboliram restrições de compra.
Investidores apontaram que a grande quantidade de casas não
vendidas devido à demanda fraca é um problema-chave. O valor das vendas de
novas casas das 100 maiores empresas imobiliárias caiu cerca de 45% em abril em
relação ao ano anterior, para 312,2 bilhões de yuans, após uma queda de 46% em
março, segundo dados preliminares da China Real Estate Information Corp.
Mas, mesmo com a recente recuperação, uma grande parte do
mercado de dívida permanece profundamente problemática, enquanto o índice de
ações da Bloomberg está quase 80% abaixo do pico de 2018.
Mesmo não acompanhando o mercado chinês, posso arriscar que
boa parte da alta relatada acima foi ocasionada pelos vendidos a descoberto
nesses títulos. Não acredito que essa medida possa resolver o problema de
excesso de imóveis construídos. Essa ideia ainda é prematura e colocaria uma
“pequena” dúvida: qual o preço a que o governo vai comprar esses imóveis? O de
tabela? Faria algum sentido se fosse a preço de “distress”, pois assim teria
condições de vender mais à frente. Agora, se for na tabela, os imóveis vão ficar
muito tempo em suas mãos.
No post sucessão fiz os seguintes comentários
sobre o ouro: "... passadas duas semanas, tudo indica que o ouro
caminha para atingir o nível de U$ 2.250. Vamos ser compradores se chegar lá?
Vai depender de qual foi o “shape” nesse percurso. Mesmo assim, um movimento de
5 ondas para cima será uma obrigação, pois não há garantia de que haverá
reversão nesse nível, bem como essa onda 4 verde deveria durar por mais tempo –
não é um must, só uma possibilidade"...
O ouro resolveu tomar outro rumo nessa correção de onda 4 verde. Ao invés de continuar caindo, voltou a subir. Sem problemas, vamos adequar. Resolvi publicar no gráfico abaixo a estimativa de tempo que deveria durar essa correção, destacada no retângulo em amarelo. Esse prazo seria entre 23/05 e 11/07, sendo esse último o mais provável. Importante mencionar que a medida de tempo em Elliot Wave não é muito precisa; desta forma, considere essa informação com ressalvas. Como ficamos? Se ultrapassar U$ 2.341, é bem provável que o metal caminhe para o objetivo de U$ 2.689/U$ 2.712. Caso contrário, vamos observar como se desenrola essa onda 4 verde.
Comentei ontem que o Mosca estaria perto de completar 800.000 leituras. Hoje pela manhã, ao consultar essa informação, veja o número obtido. Falta uma visualização. Peço aos leitores: Please, mais um click! Hahaha... Não precisa se afobar, agora o número já foi ultrapassado. Agradeço a confiança dos leitores e rumo ao 1.000.000. Em comemoração, estou alterando o logotipo do Mosca temporariamente.
O SP500 fechou a 5.297, com queda de 0,21%; o USDBRL a R$ 5,1307,
com queda de 0,14%; o EURUSD a € 1,0863, com queda de 0,18%; e o ouro a U$
2.377, com queda de 0,36%.
Fique ligado!
Eu tinha aberto uma posição vendida há antes de ontem no Ibov. Cheguei a fica bem positivo com a Petrobras ai veio o péssimo dado de inflação americana e o mercado se recuperou me forçando a ejetar a posição. Honestamente 0,3% mensal é número bem elevado, ainda mais depois 3 péssimos dados em sequência, mas veio em linha com o esperado e a bad news virou good news, graças a viés que o FED tem dado ao mercado que poderá cortar o juros a qualquer momento neste ano. Resta se retirar e aguardar uma nova oportunidade mais a frente. Parabéns pelas visualizações David!
ResponderExcluirVeja que seus argumentos são todos externos dissociados dos internos que são péssimos. Se as bolsas fora continuarem a subir é necessária uma catástrofe aqui para a bolsa cair. Como comentei, não existe indicação de queda no Ibovespa por enquanto
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