Qual a hora do bote #SP500
Um aviso: Amanhã o post será em forma resumida e na
sexta-feira não haverá publicação, voltando normalmente na próxima
segunda-feira. Durante esse período, caso aconteça algo relevante, haverá uma
publicação extra.
A discussão sobre corte de juros pelo Fed está parada. A
autoridade monetária sabe que deve cortar, mas não sabe quando isso vai
ocorrer. O ambiente econômico está positivo até demais, o que neste momento não
é bom – por incrível que pareça! O mercado saiu do máximo de otimismo no início
deste ano prevendo até seis cortes e agora mal e mal está quase em um, conforme
se nota na evolução a seguir.
Um assunto muito ventilado, principalmente no ano passado, quando a grande maioria dos economistas previa uma recessão, é a inversão da curva de juros – diferença entre a taxa dos bonds de 10 anos contra a de 2 anos. Mesmo agora, quando essa possibilidade parece remota, ainda continua negativa. Essa, sim, é uma das discrepâncias que venho apontando, um **Conundrum** com C maiúsculo. Até o momento, não notei nenhuma explicação plausível – nem o Mosca tem! Sam Goldfarb e outro comentam no Wall Street Journal.
Um dos indicadores favoritos de recessão de Wall Street
parece quebrado.
Uma anomalia conhecida como curva de juros invertida, na
qual os rendimentos dos títulos do Tesouro de curto prazo superam os dos
títulos do governo de longo prazo, há muito tempo é considerada um sinal quase
infalível de que uma recessão está se aproximando. Em cada uma das últimas oito
recessões nos EUA, isso aconteceu antes que a economia enfraquecesse. Não houve
alarmes falsos gritantes.
Agora, no entanto, essa sequência está ameaçada. A curva de
rendimentos está invertida por um período recorde — cerca de 400 sessões de
negociação ou mais, por algumas medidas — sem sinais de uma desaceleração
significativa. Os empregadores dos EUA adicionaram sólidos 175.000 empregos no
mês passado, e o crescimento econômico neste trimestre deve aumentar em relação
ao início do ano.
Se uma recessão não se materializar em breve, isso pode
causar danos duradouros ao status da curva de rendimentos como um sistema de
alerta, proporcionando um dos exemplos mais significativos de como as
consequências da pandemia de Covid-19 abalaram suposições de longa data em Wall
Street sobre como os mercados e a economia funcionam. Mesmo que os últimos anos
tenham sido incomuns, os investidores provavelmente não ficariam tão
preocupados quando outra inversão ocorrer no futuro.
"Não está funcionando," disse Ed Hyman, presidente
da Evercore ISI. "Até agora, a economia está indo bem," embora ele
tenha acrescentado que uma recessão pode estar apenas um pouco atrasada desta
vez.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 1 ano e da nota do Tesouro de 10 anos refletem amplamente as expectativas dos investidores sobre o que as taxas de juros de curto prazo, definidas pelo Federal Reserve, serão em média durante a vida de um título. Quando os rendimentos de longo prazo caem abaixo dos rendimentos de curto prazo, é um sinal de que os investidores esperam que o Fed corte as taxas de juros — algo que geralmente faz para impulsionar uma economia em dificuldade.
Uma curva de rendimentos mostra o rendimento que os
investidores podem obter em títulos do Tesouro, desde a nota de 3 meses até o
título de 30 anos. Três anos atrás, a curva tinha uma inclinação normal para
cima, refletindo taxas de juros que estavam perto de zero, mas ameaçavam subir.
Avançando para julho do ano passado, os rendimentos estavam muito mais altos e
a curva havia se invertido. O Fed surpreendeu os investidores ao elevar as
taxas acima de 5%, mas os traders esperavam que eventualmente voltasse a
cortá-las.
Hoje, a curva de rendimentos ainda está invertida, mas
menos.
Razões para a dúvida
O status quase mítico da curva de rendimentos invertida como
prenúncio de recessões levou tempo para se desenvolver. Um dos primeiros a
destacar a ligação entre curvas invertidas e recessões foi Campbell Harvey,
agora professor de finanças na Universidade Duke, que publicou uma dissertação
sobre o assunto em 1986.
As curvas de rendimentos invertidas foram discutidas em Wall
Street e no Fed na década de 1990, mas permaneceram um assunto relativamente reservado
até depois da crise financeira de 2008, disse Harvey. Então, as pessoas
começaram a considerar sinais de alerta que inicialmente haviam minimizado.
Dados da Factiva corroboram essa narrativa, mostrando um
grande aumento no número de artigos de notícias mencionando a curva de
rendimentos quando ela se inverteu em 2019 em comparação com inversões
anteriores.
Uma curva invertida indica que os investidores esperam cortes nas taxas, mas não explica por que estão fazendo essas apostas.
As apostas em cortes podem refletir alguma chance de uma
recessão, mas também alguma probabilidade de um cenário benigno, com o Fed
reduzindo as taxas como uma medida de precaução, mesmo que o crescimento
permaneça estável.
As inversões refletiram circunstâncias diferentes ao longo
dos anos. No início da década de 1980, o Fed estava longe de tentar evitar uma
recessão quando aumentou as taxas para quase 20% para combater a inflação de
dois dígitos.
Em outros casos, alguns economistas acreditam que uma
recessão poderia ter sido evitada se não fosse por choques externos, como o
aumento dos preços do petróleo quando o Iraque invadiu o Kuwait em 1990 ou a
pandemia de Covid-19 em 2020.
Na situação atual, uma recessão às vezes pareceu provável.
As previsões para uma desaceleração aumentaram em 2022, à medida que a inflação
continuava subindo e o Fed começou a aumentar as taxas agressivamente.
Ainda assim, alguns economistas permaneceram confiantes de
que uma recessão poderia ser evitada. Eles argumentaram que a inflação poderia
cair pelo menos parcialmente para a meta de 2% do Fed por conta própria, à
medida que as empresas se recuperassem da pandemia e pudessem aumentar a
produção para atender à demanda dos clientes novamente. Aumentos nas taxas de
juros ainda eram necessários, mas poderiam ser revertidos antes que a economia
desacelerasse demais.
Desde então, a inflação caiu drasticamente, com apenas um
pequeno aumento na taxa de desemprego. A perspectiva de cortes nas taxas sem
uma recessão animou os investidores, ajudando a elevar o S&P 500 em 24% no
ano passado e mais 11% este ano.
Harvey, o economista talvez mais associado à curva de
rendimentos invertida, argumentou que a economia poderia evitar uma recessão
desta vez.
"É ingênuo pensar que você pode simplesmente prever a
complexa economia dos EUA com uma única medida do mercado de títulos,"
disse ele.
Testando Limites
Não há uma definição única de uma curva invertida.
Os investidores em Wall Street tendem a se concentrar na
nota do Tesouro de 2 anos e na nota de 10 anos porque esses títulos são
frequentemente negociados. Alguns economistas preferem medir o rendimento de 10
anos em comparação com o rendimento de 3 meses ou 1 ano.
Também há a questão de quando iniciar a vigilância da
recessão: deve ser quando uma parte da curva de rendimentos inverte por um dia,
ou por mais tempo?
Por várias medidas, a espera atual por uma desaceleração já
está pressionando ou superando qualquer outra na história recente.
Desde 1968, levou de nove a 24 meses para uma recessão se
materializar após o início de uma inversão em que o rendimento de 10 anos caiu
abaixo do rendimento de 1 ano por pelo menos um mês.
Por essa definição, a última inversão está prestes a
completar seu 23º mês. No entanto, desde o início da inversão até abril, a
economia adicionou muito mais empregos do que qualquer período comparável que
seguiu uma inversão.
As inversões geralmente terminam pouco antes das recessões, quando cortes nas taxas do Fed se aproximam, levando a uma grande queda nos rendimentos de curto prazo do Tesouro.
Alguns relatórios econômicos recentes não foram tão fortes
quanto o esperado. Mas será necessário muito mais para que os investidores
apostem seriamente na desinversão da curva de rendimentos, dado o quão mal essa
aposta funcionou nos últimos 18 meses, disse Michael Lorizio, trader sênior de
renda fixa na Manulife Investment Management.
"A inversão da curva, especialmente no início do ciclo,
desempenhou um papel importante na psique dos investidores," disse ele.
"Mas eu acho que agora isso se tornou meio que o novo normal."
Se a taxa de juros começasse a cair, essa inversão
fatalmente seria eliminada. Como exemplo: suponha que o Fed reduza os juros em
100 pontos, é muito provável que a taxa de 2 anos caísse mais que a de 10 anos,
levando essa diferença para algo próximo de zero. O que traria alívio no
quesito recessão. Daniel Moss comenta na Bloomberg que pode ficar esperando,
pois, a longa espera ‑para baixar juros, está só começando. A seguir, um resumo
desse material.
Procurar por cortes nas taxas de juros que os mercados um
dia anteciparam ansiosamente está começando a parecer como procurar em caixas
de papelão depois de se mudar. O que você busca está lá em algum lugar. Apenas
mais um contêiner deveria resolver.
Os cortes nas taxas de juros que os mercados uma vez
anteciparam ansiosamente estão sendo constantemente adiados, com projeções
movendo-se de meados de 2024 para possivelmente 2025. A inflação tem se
mostrado mais persistente do que o esperado, e o crescimento econômico tem se
mantido sem cortes nas taxas. Grandes economias como a Nova Zelândia e a Coreia
do Sul, que deveriam estar cortando taxas, ainda não o fizeram devido à
resiliência dos preços e outras circunstâncias. A cautela dos bancos centrais é
justificada, dada a alta inflação dos anos 1970 e os desafios únicos
apresentados pela pandemia de Covid-19.
Neste mundo em que se buscam situações passadas para
projetar o momento, um gráfico chamou minha atenção sobre a evolução da
inflação. Ao contrário da comparação com os anos 70, que prolifera nesse campo,
o gráfico abaixo faz menção ao período da Segunda Guerra Mundial. Pelo gráfico,
parece fazer algum sentido, mas não consigo achar nenhuma semelhança nas
situações. Fica como curiosidade.
Apesar da frustração dos investidores, há uma percepção de que pode haver uma mudança fundamental na economia mundial, com tendências históricas que restringiam a inflação começando a se reverter. O aumento dos gastos com defesa, a transição verde e outros fatores estão colocando pressão ascendente nas taxas de juros. Assim, a era de baixa inflação pode estar chegando ao fim, e os bancos centrais precisam se preparar para um novo paradigma econômico.
Observando todas essas informações acima, o Mosca é levado a
concluir: ou vai acontecer uma recessão em breve ou esse indicador – inversão
da curva – será abandonado como um sinal antecipado de uma recessão. Esta
última parece ser mais razoável visto de hoje, mas não joguem fora o material;
podem estar certos de que daqui um tempo, se precisar, os analistas vão usar de
novo!
Espero que as bolsas não me aprontem nenhuma surpresa nesse fim de semana prolongado, que é feriado aqui, mas não no exterior. Em todo caso, como mencionei, vou ficar de olho. Acredito que a onda iv verde deve ter terminado ou está em vias de terminar. O objetivo final se encontra destacado abaixo, entre 5.437 / 5.452.
Como venho enfatizando há um bom tempo, e se minha contagem estiver correta, o Mosca vai ter um dilema enorme daqui a pouco. A grande dúvida será: A onda 1 verde terminou ou estamos numa outra contagem onde ela já ficou para trás? Não vou perder o sono, pois não sou eu que vou responder a essa pergunta, será o mercado. O que eu tenho de fazer é estar preparado para ambos os cenários sem viés!
O SP500 fechou a 5.306, sem alteração; o USDBRL a R$ 5,1568,
com queda de 0,27%; o EURUSD a € 1,0858, sem alteração; e o ouro a U$ 2.358,
com alta de 0,32%.
Fique ligado!
Incrível a resiliência do mercado. Honestamente acho que o final será trágico e não feliz. O comportamento do mercado a muito lembra o de períodos de fim de ciclo de alta. Na minha visão o grande dia para o mercado é 12/06, em que ocorre a divulgação do próximo CPI. O FED, emparedado pela inflação e pela eleição, pode repetir o erro da inflação temporária.
ResponderExcluirNão sei se você usa análise técnica, se não usa, recomendo vai mudar a forma como encara situações que destoam do seu ponto de vista. Não sou adepto a "datas marcadas" para previsões
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