Invicto sem derrotas #ouro #gold
Para o leitor que não acompanha futebol, gostaria de
comentar o feito de um time alemão pouco conhecido, o Bayer Leverkusen. Sem ter
nenhuma grande estrela como jogador, ganhou 51 jogos seguidos e foi campeão invicto
da Liga Alemã. Vale lembrar que nesse país o Borussia Dortmund é finalista da
Champions League, que eu classifico como a arena do futebol mundial da
atualidade. Agora, o Bayer Leverkusen já não é um desconhecido.
Como comentei ontem, a Nvidia divulgou seus resultados e novamente surpreendeu os analistas, superando as mais otimistas previsões. O resumo com os principais dados dessa companhia salta aos olhos de qualquer pessoa. Mas há um indicador que é chocante, para dizer o mínimo: sua margem bruta é de 78,4%, ou seja, para cada U$ 100 de faturamento, apenas 21,6% é custo direto. A primeira conclusão que se pode tirar desse dado é que ela pode baixar muito seu preço e ainda assim manter um lucro substancial. Esse é um dado importantíssimo para quem pensa em competir. Outro dado relevante é que seu Data Center — leia-se venda relacionada a IA — predomina; o resto é literalmente o resto!
Observando tudo isso, não sei por que alguém se envolve com o bitcoin, que precisa de “desgraça”, como o dólar virar pó, para seu preço subir, enquanto existem empresas como a Nvidia, que a cada trimestre publica resultados estupendos gerando lucro. Mas tem gosto para tudo. Por sinal, ontem participei de um evento do JPMorgan onde o lendário gestor Andre Jakurski fez uma apresentação na qual não tive nenhuma discordância. Tudo o que ele disse é meu pensamento. É verdade que ele tem um modelo de gestão que não é exatamente o meu; poderia ser caracterizado como fundamentalista de valor, enquanto eu sou direcionado pela análise técnica.
Eu poderia destacar o seguinte de sua conversa: Ele enumerou
6 "Ds" a que os investidores devem estar atentos para o futuro.
Destaco: Demografia (o mundo envelhecendo) e Dívida (o mundo inteiro está muito
endividado). Quando perguntado sobre qual a sua preferência no Brasil, foi
direto: com esse juro, não tem nem o que pensar; sobre criptomoeda, teve a
mesma reação que Luis Stuhlberger em outro momento: “não vou comentar”. Muito
claro o recado!
Voltando à “invicta”, Ian King relatou na Bloomberg os
principais dados dessa empresa.
Nvidia Corp., a fabricante de chips no centro de um boom
de inteligência artificial, subiu no pregão pré-mercado após uma previsão de
vendas otimista mostrar que os gastos com computação de IA permanecem fortes.
A receita do segundo trimestre será de cerca de US$ 28
bilhões, disse a empresa na quarta-feira, superando os US$ 26,8 bilhões
previstos pelos analistas. Os resultados no primeiro trimestre fiscal, que
terminou em 28 de abril, também superaram as projeções, impulsionados pelo
crescimento na divisão de data center da Nvidia.
A grande questão antes do relatório de resultados era se os
números mais recentes da Nvidia poderiam justificar a alta vertiginosa de suas
ações. As ações haviam subido 92% este ano até o fechamento de quarta-feira,
alimentadas pela esperança dos investidores de que a empresa continuaria a
superar as expectativas.
O relatório não decepcionou, e o CEO Jensen Huang aumentou a
empolgação ao falar sobre o início de uma nova era. "Este é o começo de
uma nova revolução industrial", disse ele em uma entrevista, ecoando um de
seus temas favoritos. "Isso é realmente empolgante."
As ações subiram até 7,4% no pregão pré-mercado de
quinta-feira. Se o ganho se mantiver quando os mercados de Nova York abrirem, a
Nvidia adicionará cerca de US$ 173 bilhões à sua avaliação. Isso é maior do que
toda a capitalização de mercado da Intel Corp., uma fabricante de chips que
outrora superava a Nvidia em todas as medidas. E os US$ 28 bilhões em vendas
trimestrais projetadas pela Nvidia seriam mais que o dobro do que a Intel deve
reportar.
A empresa de Santa Clara, Califórnia, também anunciou um
desdobramento de ações de 10 para 1 e aumentou seu dividendo trimestral em
150%, para 10 centavos por ação. O rali ajudou a elevar as ações de outras
empresas associadas à IA. Super Micro Computer Inc., Advanced Micro Devices
Inc. e Dell Technologies Inc. ganharam todas após os resultados.
No primeiro trimestre fiscal, a receita da Nvidia mais que
triplicou para US$ 26 bilhões. Excluindo certos itens, o lucro foi de US$ 6,12
por ação. Os analistas previram vendas de cerca de US$ 24,7 bilhões e ganhos de
US$ 5,65 por ação.
Huang, com sua jaqueta de couro preta característica, se
tornou uma celebridade na era da IA. Sua empresa, que ele cofundou em 1993,
começou como fornecedora de placas gráficas para jogadores de computador. Mas
ele identificou que os chips da Nvidia eram bem adequados para desenvolver software
de IA e isso ajudou a abrir um novo mercado — e deu a ele uma vantagem sobre os
concorrentes.
O lançamento do chatbot ChatGPT da OpenAI em 2022
desencadeou uma corrida entre grandes empresas de tecnologia para construir sua
própria infraestrutura de IA. A corrida tornou os aceleradores H100 da Nvidia
um produto indispensável. Eles são vendidos por dezenas de milhares de dólares
por chip e muitas vezes estão em falta.
Por enquanto, grande parte dessa nova receita vem de um
pequeno grupo de clientes. Um grupo de quatro empresas — Amazon.com Inc., Meta
Platforms Inc., Microsoft Corp. e Google da Alphabet Inc. — são os maiores
compradores da Nvidia e representaram cerca de 40% das vendas. Huang, de 61
anos, está tentando diversificar suas apostas produzindo computadores
completos, software e serviços — visando ajudar mais corporações e agências
governamentais a implantar seus próprios sistemas de IA.
A divisão de data center da Nvidia — agora de longe sua
maior fonte de vendas — gerou US$ 22,6 bilhões em receita no último trimestre.
Chips de jogos proporcionaram US$ 2,6 bilhões. Os analistas haviam dado metas
de US$ 21 bilhões para a unidade de data center e US$ 2,6 bilhões para jogos.
A Nvidia enfatizou na quarta-feira que quer vender sua
tecnologia para um mercado mais amplo — expandindo além dos grandes provedores
de computação em nuvem conhecidos como hiperescaladores. Huang disse que a IA
está se movendo para empresas de internet de consumo, fabricantes de
automóveis, biotecnologia e clientes de saúde. Os países também estão
desenvolvendo seus próprios sistemas — uma tendência chamada de IA soberana.
Essas oportunidades estão criando múltiplos mercados de
bilhões de dólares além dos provedores de serviços de nuvem, disse ele.
A implantação em larga escala dos chips da Nvidia pela Tesla
Inc. de Elon Musk é um sinal dessa expansão. A montadora está usando
equipamentos da Nvidia para desenvolver software que operará veículos
autônomos.
Ainda assim, os hiperescaladores permaneceram um motor de
crescimento crítico para a Nvidia no último trimestre. Eles geraram
aproximadamente 45% da receita de data center da empresa. Isso indica que a
Nvidia está nos estágios iniciais de diversificação dos negócios.
A nova plataforma de chips da empresa, chamada Blackwell,
está agora em plena produção, disse Huang. E ela estabelece as bases para IA
generativa que pode lidar com trilhões de parâmetros. "Estamos preparados
para nossa próxima onda de crescimento", disse ele.
A empresa obterá "muito" de sua receita de 2024
dos novos chips Blackwell, disse Huang. Mas os clientes não estão diminuindo os
pedidos de seus produtos existentes — uma preocupação entre alguns analistas.
Esses compradores precisam da geração atual para ajudá-los a construir sua
infraestrutura o mais rápido possível, disse ele.
A demanda pelos produtos da Nvidia superou a oferta, e Huang
espera que isso continue até o próximo ano. A empresa também está enfrentando
outros desafios: a complexidade crescente de sua tecnologia, que agora inclui
sistemas completos de computadores, significa que sua cadeia de suprimentos se
tornou muito mais complicada, disse ele. Isso torna mais difícil aumentar a
produção.
"Ninguém jamais fabricou supercomputadores em
volume", disse ele na entrevista. "Estamos fazendo o melhor que
podemos."
Existem algumas concorrentes naturais da Nvidia, como a AMD
e Intel, que atuam neste segmento. Lembro-me de uma frase dos anos 90 sobre a
escolha de computador a ser adquirido por uma empresa: nenhum diretor será demitido
por comprar um computador IBM, mesmo que este apresente algum tipo de
ineficiência. Agora valeria: ninguém vai ser demitido por comprar um chip da
Nvidia!
Difícil qualificar os resultados da Nvidia; qualquer
adjetivo é pouco. A visão de seu CEO, Jensen Huang, é fora da curva, mas tenho
certeza de que ele não imaginava que teria tanto sucesso. Porém, é assim que
acontece nos casos de superação: um sonho é menor do que a realidade. Em toda
revolução, e esta não será exceção, existem os grandes ganhadores, entre os
quais a Nvidia e no momento mais algumas poucas empresas se enquadram, e os
médios ganhadores, aquelas empresas que surfam no vácuo. Como comentou André ontem,
ele está olhando empresas de infraestrutura e energia que se beneficiam da IA, e
as pequenas, médias e grandes perdedoras, das quais devemos nos afastar.
- David estava esperando o final de sua divagação
futurista – de vez em quando você sai para a estratosfera – e pergunto se não vai
comentar sobre a derrota do Bayer Leverkusen, que perdeu sua invencibilidade
ontem.
Primeiro, não sei se meus comentários seriam uma divagação,
mas como não tenho como provar, deixemos assim. Sobre a derrota do Bayer, um
dia tinha que acontecer, é da vida, e também vai acontecer com a Nvidia. A
primeira decepção que eu imagino será quando, em um dos trimestres, ela relatar
aumento de vendas com os lucros estáveis; vai ser um choque, afinal, quem está
comprado imagina que ela vai manter essa margem espantosa. Quando vai
acontecer? Um dia! Já no pré-mercado, suas cotações estão acima de U$ 1.000. O
que isso significa? Nada, apenas passou dessa marca. Ah, antes que eu me
esqueça, a partir de junho haverá um split de 10 x 1, então não se assustem ao
ver as cotações ao redor de U$ 100 no próximo mês – U$200? Hahaha! Não é uma
previsão, se quer saber qual a opinião do Mosca sobre ela veja os comentários
nas sextas-feiras.
Resolvi comentar sobre o ouro esta semana, também quebrando
a periodicidade quinzenal, por dois motivos: o euro está muito sem graça e o
metal pode ter uma oportunidade à frente. No post Ficando com o mico fiz os
seguintes comentários sobre o ouro: ... “no gráfico abaixo, a estimativa de
tempo que deveria durar essa correção, destacada no retângulo em amarelo” ...
... “Como ficamos? Se ultrapassar U$ 2.341, é bem provável que o metal caminhe
para o objetivo de U$ 2.689/U$ 2.712. Caso contrário, vamos observar como se
desenrola essa onda 4 verde” ...
Minha ideia parecia correta e a onda 4 verde não tinha terminado. O ouro atingiu a máxima de U$ 2.414 e, desde então, vem sofrendo uma correção que deveria terminar entre U$ 2.294 ou entre U$ 2.249 / U$ 2.237. Existe uma possibilidade em um nível um pouco superior para o término, mais o preço atual está em U$ 2.352 – agora a tarde já está abaixo desse nível o que coloca os mais prováveis na linha de frente. Fiquem de olho para uma eventual sugestão de compra que pode acontecer em breve.
O SP500 fechou a 5.267, com queda de 0,74%; o USDBRL a R$ 5,1442, com queda de 0,23%; o EURUSD a € 1,0814, sem variação; e o ouro a U$ 2.328, com queda de 2,10%.
Fique ligado!
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