BCB: Sob nova direção
Desde que Ilan Goldfajn assumiu a Presidência do BCB, fez declarações dando algumas pistas de como pretende administrar a
política monetária brasileira. Um item que fez questão de deixar claro, é que a
meta de inflação existe para ser cumprida, e desvios só deveriam acontecer por
situações temporárias. Tudo isso é muito diferente do que vinha sendo feito até
agora, pois seu antigo Presidente, Alexandre Tombini, deixou-se influenciar por
pressões políticas vindas do Planalto.
No gráfico acima, pode-se constatar que desde a sua
implantação em 1999 até agora, a inflação raramente ficou na meta – linha
laranja. Coincidentemente, ou não, esse foi o período em que o PT esteve à
frente da nação. Mas foi a partir de 2014 que, vergonhosamente a inflação se
descolou da meta.
Nos últimos meses a inflação vem dando sinais de
arrefecimento e o último dado do IPCA foi de 8,84% a.a., ainda muito superior à meta
estabelecida de 4,5% a.a.
Hoje se encerra a primeira reunião do COPOM com a nova
equipe completa, e a maioria dos analistas espera que a taxa SELIC seja mantida
em 14,25% a.a. O mercado deu a Goldfajn e Henrique Meireles o benefício da
dúvida quando o assunto é inflação. Para que se tenha uma ideia, a inflação
calculada entre os títulos prefixados e os pós fixados em IPCA, para daqui a
dois anos, resulta numa queda expressiva, como mostra o gráfico a seguir.
Ilan tem uma larga experiência nos mercados financeiros e
sabe bem que esse período de lua de mel, tem prazo definido. Se nos próximos
meses os resultados não forem obtidos, o mercado poderá ter uma reação
contrária a atual. Assim, neste momento quanto mais conservadoras forem suas
decisões, maior a probabilidade de que tenha sucesso no futuro.
Dado o exposto acima, acredito ser praticamente nula a
chance de um movimento de queda da taxa na reunião de hoje, assim o importante
será avaliar o comunicado e, mais precisamente, a ata a ser publicada na
próxima semana.
Já, de um ponto de vista global, os títulos dos mercados
emergentes tiveram uma boa recuperação desde o início de 2016. Entretanto,
ainda estão muito distantes, se comparados aos países desenvolvidos, onde
diariamente as taxas atingem recordes de baixa - a alta dos preços dos títulos,
significam queda dos juros implícitos nesses ativos.
Num mundo movido a busca de algum rendimento, e admitindo
que não se vislumbra uma alta dos juros nos países desenvolvidos, é razoável
supor que a valorização dos emergentes deva continuar. Somente no caso de uma
crise externa ocasionada por fatores deflacionários, poderia manter e até
aumentar este diferencial.
Hoje o comentário será sobre o SP500, afinal um trade
aconteceu durante minha ausência. No post road-map, fiz os seguintes
comentários: ...” O SP500 fechou hoje na
máxima e a cada vez mais, a chance de rompimento do nível de 2.130 se eleva,
desafiando todos os grandes investidores que estão apostando na queda. Caso
haja o rompimento a alta vai ser expressiva, merece uma aposta se acontecer. Coloque
um stop curto ao redor de 2.050”.... Este rompimento acabou acontecendo no
dia 08/07.
O stoploss pode ser mantido no nível estabelecido acima de
2.050 e os targets estão anotados no gráfico acima, vamos nos atentar ao
primeiro ao redor de 2.220. A bolsa americana encontrava-se “encaixotada”, a
aproximadamente dois anos, entre 1.850 – 2.130. Daqui em diante é muito
importante que continue subindo, pois sempre existe o risco de esta alta
culminar num rompimento falso.
O barômetro de medição da volatilidade do mercado
encontra-se em níveis historicamente baixos, vistos anteriormente quando a
economia se encontrava em plena recuperação, durante 2004 – 2007, até que a
crise imobiliária aconteceu e as bolsas voltaram a cair.
É verdade que o mundo hoje em dia é muito diferente de
qualquer outro momento, não se viveu injeções de liquidez por diversos BC’s,
taxas de crescimento minúsculas e juros negativos. Mas gráfico é gráfico, e não
se importa com argumentos. Vamos em frente!
O SP500 fechou a 2.173, com alta de 0,43%; o USDBRL a R$
3,2540, com alta de 0,16%; o EURUSD a 1,1013, sem variação e o ouro a US$
1.314, com queda de 1,25%.
Fique ligado!
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