Permanecendo nas Cavernas #S&P 500
A imagem das cavernas sempre exerceu um fascínio contraditório. De um lado, enviam ao tempo remoto da Pré-História, quando o homem buscava abrigo contra predadores, intempéries e frio. De outro, tornaram-se metáfora poderosa para retratar momentos em que a sociedade, pressionada por circunstâncias externas, se recolhe novamente a esses refúgios simbólicos. Não deixa de ser irônico perceber que, em pleno século XXI, depois de toda a sofisticação tecnológica, o impulso de voltar à “caverna” se fortaleceu. Durante a pandemia, escrevi sobre isso em dois momentos distintos. O primeiro, em março de 2021, no texto “ Caverna 2021 ”, quando as vacinas começavam a ser aplicadas e as pessoas passavam a enxergar a casa não apenas como refúgio, mas como centro de trabalho, consumo e lazer. O segundo, em agosto de 2022, em “ a-volta-as-cavernas ”, quando a vida retomava sua normalidade, mas o trabalho remoto já havia se enraizado. Desde então, a tendência só se consolidou: reuniões migraram defini...