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Tem solução?

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A disputa entre os EUA e a China de maneira nenhuma terminou. Permanecem alguns assuntos muito importantes que se encontram parados. Se existe alguma coisa que o mercado de ações odeia é indecisão, é melhor enfrentar uma situação ruim que ficar ambíguo. Não tenho dívida que seria melhor definir as alíquotas e pronto, os preços se ajustariam a essa situação. Essa circunstância, guarda as devidas proporções, se assemelha a publicação de resultados que as companhias fazem trimestralmente. Por exemplo, ontem a Netflix publicou seu resultado com uma queda no número de assinantes nos EUA, porém, o resultado foi superior em função do reajuste de preços. Imediatamente, no after market, as ações caíram 11%. O novo preço foi calculado através de um modelo financeiro que assumiu essas novas premissas. Esse resultado impactou os preços ao redor da queda acima, e pronto, a vida continua. Ontem, poucas horas depois do WSJ ter noticiado que as negociações comerciais entre os EUA e a Ch

Quem tem medo do lobo mal

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Um estudo que rendeu o prêmio Nobel a dois economistas, Daniel Kahneman e Amos Tversky, comprova que uma perda de 5% tem um efeito emocional muito superior ao de um ganho de 5%. Essa constatação é intuitiva e todos nós já passamos por uma situação que comprova esse efeito. O grande receio atualmente nos EUA é se a economia americana estaria prestes a entrar numa recessão. Os analistas buscam inúmeros indicadores que levam a induzir que esse momento está bastante próximo. Por outro lado, até hoje nenhum economista conseguiu um modelo, que passasse pelo crivo acadêmico, para identificar com antecedência esse momento. É sabido que caso uma recessão esteja na iminência de acontecer a performance da bolsa de valores deve ser afetada. Porém, como só se sabe quando o fato é consumado, Inês é morta! No gráfico a seguir, todas as vezes em que a recessão começou nos EUA, a bolsa já tinha caído em média 9,2%. O que se pode também deparar desse gráfico, é que em seguida, uma fort

O Fed vai titubear?

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No final deste mês, o Fed realiza sua reunião periódica para definir se reduz ou não os juros. Seu Presidente, Jay Powell, apelido popularizado em Wall Street, já se comprometeu a dar uma cala boca ao mercado, com um corte de juros, que segundo o Mosca , será de 0,25%. Mas alguns dados mais recentes podem deixá-lo em dúvida. A publicação pela manhã das vendas ao varejo em junho, apontam para uma alta de 0,7% no mês e 4,6% a.a. Um resultado muito longe de indicar algum problema na economia, pois 70% do PIB está associado ao consumo. Interessante que as vendas por lojas de departamento, apresentaram queda de -1,1%. O efeito Amazon continua ameaçando a sobrevivência desta forma de comercializar produtos. Um outro indicador de sentimento levantado pela Bloomberg, atinge níveis superiores a cada mês, reforçando o resultado divulgado acima. Por esse lado, também não parece haver problemas no curto prazo. As finanças pessoais dos americanos sofreram uma evolução sign

Quando pouco é muito

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A China publicou seu PIB esta manhã. Com o menor crescimento em décadas, o resultado foi de 6,2% a.a., abaixo da expectativa do mercado em 6,3%. Essa queda se deve a tensão entre EUA e China, que impediu de fazer grandes investimentos, apesar do incentivo de Pequim. Os investimentos permaneceram fracos em uma base trimestral, embora o mês de junho tenha visto o início de uma possível recuperação, já que Pequim incentivou os bancos a emprestar mais. As exportações caíram em junho em relação ao ano anterior, depois que as negociações comerciais com Washington fracassaram e o presidente Trump aplicou tarifas mais altas aos produtos chineses. Os números mostram como a estratégia de Pequim para estimular a economia cortando 2 trilhões de yuans (US $ 291 bilhões) em impostos e taxas está aquém do esperado. Ao revelá-los em março, o premier Li Keqiang considerou os cortes uma maneira justa e eficiente de aliviar as lutas das empresas. O sentimento doméstico no trimest

Amadurecimento precoce

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Os desafios do mundo moderno não estão limitados aos novos negócios que surgem, mas também suas consequências. Tenho presenciado algumas apresentações de startups propiciadas pelos bancos. Fico impressionado com a competência desses jovens ao se aventurar no mundo dos negócios, sem muito conhecimento de vida, vão em frente. A experiência é algo que não se aprende nem existe maneira de encurta-la. São principalmente através dos insucessos que crescemos e adquirimos maturidade para enfrentar novos desafios. Essa evolução tem uma sequência e isso está sendo desafiado nos tempos atuais. Certa vez minha filha estava estagiando na Unilever, desejo de qualquer estudante prestes a se formar. Eu estava feliz da vida com sua conquista. Passados 4 meses, recebo um daqueles WhatsApp dos filhos, que começam com “pai”. Não sei vocês, mas quando recebo uma mensagem que começa desta maneira, vem algum problema em seguida. Nesta ocasião ela me disse que estava querendo sair da Unilever,

O cala boca

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Como o Mosca havia mencionado, ontem em seu depoimento na Câmera Americana, Jerome Powell, praticamente garantiu que o Fed irá reduzir os juros na próxima reunião, no final deste mês. Seus argumentos apontam para um risco de crescimento global mais baixo além das incertezas geradas pela disputa comercial. Ele minimizou os desenvolvimentos que poderiam ter impulsionado as expectativas, como o forte relatório de empregos de junho e a recente trégua comercial entre os EUA e a China. O gráfico a seguir, que compila o nível de atividade em diversas regiões do mundo, aponta para uma desaceleração no corrente ano. Powell também alertou para os riscos de que a inflação baixa poderia se mostrar mais persistente do que o previsto anteriormente, um desenvolvimento que "reforçou o argumento para uma política um pouco mais acomodatícia", o que significa taxas mais baixas. Esse argumento é diametralmente oposto ao que dizia há alguns meses. De toda forma, alguns membros d

Inflação 0%

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O IPCA do mês de junho ficou em 0,01%, é isso mesmo, não foi um erro de digitação. Gosto da precisão dessas publicações, pois em nenhuma parte do mundo, seria apresentado desta forma, com duas casas decimais. A taxa anual sofreu uma queda abrupta, ocasionada pela eliminação do efeito da greve dos caminhoneiros, passando de 4,66% para 3,37%. O destaque na queda ficou para a desaceleração do grupo Habitação (0,98% para 0,07%), com efeito da queda da cobrança extra pelo regime de bandeiras tarifárias (de amarela para verde em junho). Além disso, o grupo Transporte (0,07% para -0,31%) contou com a deflação do subgrupo de combustíveis. Já o grupo Alimentação e Bebidas perdeu o ímpeto deflacionários (-0,56% para -0,39%). Notem na tabela abaixo como as taxas da quase totalidade dos subitens se encontram abaixo de 4%, com exceção dos Não-comercializáveis. Os leitores do Mosca já conhecem minha preferência de análise dos preços livres e do índice de difusão, ambos sob total contro