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A vista é mais caro

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Quando eu era recém-formado conheci o engenheiro civil também recém-formado, Meyer Nigri, que é apaixonado por finanças. Naquele momento eu trabalhava no BFB e ele tinha acabado de constituir sua Construtora, a Tecnisa, que hoje é uma das principais no seu ramo. Com esse interesse em comum, comecei a me envolver mais no ramo de construção enquanto ele passou a conhecer melhor a área financeira. Naquele momento, não bastava entender de engenharia para ser bem-sucedido, era fundamental entender de finanças. Com inflação elevada, não fazer a conta certa levava a grandes prejuízos nos imóveis. O financiamento bancário para imóveis era feito através do crédito imobiliário que tinha uma forma de correção sui generis. Com inflação na casa dos 10% a.m. (ao mês!), qualquer deslize colocava um bom preço de venda num mal negócio. Certa vez, num dos empreendimentos que eu participava, surgiu um comprador para a cobertura desse prédio. Esse interessado chegou no dia 29/06 e pedi

Ataque pela retaguarda

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Num mundo repleto de notícias sobre juros negativos onde a cada dia mais títulos acrescentam a lista, é estranho, muito estranho, receber um gráfico apontando a explosão dos juros no mercado interbancário americano. Para o leitor que desconhece o funcionamento mais especifico das transações de troca de reservas entre bancos, vou fazer uma breve explicação. Pela manhã, acontece o mercado interbancário onde as instituições financeiras com caixa negativo vão ao mercado para zerar suas posições. Como garantia fornecem títulos do governo, de tal forma que, se essa instituição quebra durante a noite, quem emprestou o dinheiro fica com seus títulos. Ou seja, não existe o risco de crédito do tomador. Bem, o que acabou acontecendo ontem? As taxas desta troca de reservas atingiram 4,75% a.a., e os principais motivos apontados pelo mercado são: 1.        Elevado oferta de papeis do tesouro americano para financiar seu déficit; 2.        Balanços dos intermediários finance

Rumo incerto

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Quando busco o assunto a ser publicado no post, considero importante escolher um título que desperte o interesse do leitor, bem como antecipe seu conteúdo. Especificamente no de hoje, fiquei na dúvida se seria melhor usar “rumo incerto”, ou “sem rumo”. Ao final, vejam meus argumentos por que um e não o outro. Fomos acordados hoje com o impacto do ataque devastador ao maior exportador de petróleo, a Arábia Saudita, por drones de origem desconhecida. O petróleo subiu de forma vigorosa além de causar a queda das bolsas ao redor do mundo. Está semana na quarta-feira, o Fed se reúne para definir os caminhos de sua política monetária. Em setembro, o mercado de títulos americano, de US $ 16 trilhões, estava sinalizando dias sombrios para a economia daquele país. No final de agosto, os rendimentos dos bonds de 30 anos caíram para 1,9 %, um nível mais baixo de todos os tempos. Esse número chocante, não indicava medo de inflação ou crescimento sustentado. No início de setembro,

Um dia pode ser muito tarde

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O déficit americano atingiu a marca de U$ 1,0 trilhão somente nos primeiros 11 meses do ano fiscal, equivalente a 4,4% do PIB. A última vez que isso ocorreu foi em 2012, período em que a economia americana estava saindo da grande recessão de 2008. Maiores gastos nas forças armadas, aumento das despesas com juros sobre dívida pública e receitas fracas no início do ano fiscal combinaram-se para aumentar o déficit em 19% entre outubro e agosto, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os gastos do governo subiram 7%, para US $ 4,1 trilhões, superando as receitas fiscais federais mais altas, que cresceram 3%, para US $ 3,1 trilhões. Uma economia forte normalmente leva a déficits menores, pois o aumento da renda familiar e dos lucros das empresas ajuda a aumentar a arrecadação de impostos, enquanto os gastos em programas de rede de segurança, como o seguro-desemprego, tendem a diminuir. A economia dos EUA cresce há 10 anos, a maior expansão econômica já registrad

Conflito de interesses

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Ontem foi um dia para os americanos relembrarem o ataque as torres gêmeas em Nova York ocorrido em 2001. Trump não poderia perder essa oportunidade para se confraternizar com seu povo. Oportunista que é, aproveitou a ocasião para publicar mais Twitters dirigidos ao Fed, especificamente a seu escolhido para presidir essa instituição, Jerome Powell. A seguir, público sua tradução. “O Federal Reserve deve reduzir nossas taxas de juros para ZERO, ou menos, e devemos começar a refinanciar nossa dívida. O CUSTO DE JUROS PODE SER LEVADO MUITO ABAIXO, enquanto ao mesmo tempo alonga substancialmente o prazo. Temos uma excelente moeda, poder e balanço patrimonial” “Os EUA devem sempre pagar a menor taxa. Sem inflação! É apenas a ingenuidade de Jay Powell e do Federal Reserve que não nos permite fazer o que outros países já estão fazendo. Uma oportunidade única na vida que estamos perdendo por causa de " Boneheads " Os mercados financeiros neste momento ignoram pratica

O remédio que pode matar

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Para a maioria dos analistas, a performance dos juros americanos e do SP500 é intrigante. De forma sucinta, haja visto que, esse assunto é ventilado com frequência no Mosca e em diversas análises, a queda dos juros observados nos últimos meses tem como argumento a desaceleração da economia mundial, sendo assim, deveria ter impacto negativo na bolsa que se encontra na eminencia de romper sua máxima histórica. Mas e se, os investidores acabarem se equivocando em suas expectativas de: outra onda de cortes nas taxas de juros, flexibilização quantitativa, e outras medidas de política monetária? O mercado antecipa dois cortes nas taxas das próximos duas reuniões do Fed, e provavelmente uma terceira em dezembro. Além disso, os investidores quase universalmente esperam algum tipo de ação agressiva por parte do BCE, em sua próxima reunião na quinta-feira. Enquanto isso, parece que nas últimas semanas um número crescente de " insiders " do mundo da formulação de políticas

Bolha da Incerteza

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Eu postei sobre alguns ativos que apresentaram uma formação típica de uma bolha. A configuração em forma gráfica é de uma evolução parabólica. Talvez a mais emblemática e recente ocorreu com o bitcoin, quando os preços atingiram U$ 20 mil ao final de 2017. Normalmente o que ocorre após a bolha estourar é uma retração das cotações para um nível de 10% a 20% do pico. É muito importante frisar que nunca se sabe quando será o ápice. O FMI criou um índice para acompanhar o índice de incerteza contendo 143 países desde 1996. O índice é baseado nos relatórios de países da Economist Intelligence Unit (EIU). Esses relatórios seguem um processo e uma estrutura padronizados, que ajudam a atenuar as preocupações com precisão, viés ideológico e consistência. Além disso, essa fonte única e de alta reputação, e tem um foco tópico específico para cobertura - desenvolvimentos econômicos e políticos. Esses fatores tornam o índice comparável entre países. Para construir o índice, registrou-