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O ouro manda #OURO #GOLD #EURUSD

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  Olhando para trás, o post publicado exatamente um ano atrás ajuda a organizar o raciocínio. Naquele momento, o pano de fundo era um misto de fragilidade europeia, esperança mal colocada no euro e uma percepção ainda incompleta sobre o papel que o ouro voltaria a desempenhar em um mundo que já não confia cegamente nas instituições monetárias tradicionais. Um ano depois, os fatos se encarregaram de colocar cada ativo no seu devido lugar — e, principalmente, de mostrar quem correu de verdade e quem apenas caminhou. Em 2025, o ouro não apenas confirmou a tendência de alta como passou a liderar o ranking de desempenho entre os grandes ativos globais. Uma valorização superior a 60% não é algo trivial, ainda mais para um ativo que muitos insistem em tratar como relíquia, reserva emocional ou simples hedge de crise. O movimento foi amplo, persistente e, talvez mais incômodo para os modelos tradicionais, ocorreu apesar de juros ainda elevados em boa parte do mundo desenvolvido. As corre...

Ibovespa: ainda vale o risco? #IBOVESPA

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  No início de 2025, essa não era uma pergunta retórica — era o dilema central de qualquer investidor no Brasil. Com um CDI estratosférico, previsível e confortável, a bolsa precisava justificar cada ponto de retorno com risco real, volatilidade e paciência. Não se tratava apenas de ganhar dinheiro, mas de explicar por que sair da renda fixa fazia algum sentido. Esse dilema continua presente, mas começa a perder força conforme o ano avança. O Ibovespa deixou de ser apenas uma promessa futura e passou a refletir, ainda que de forma irregular, a expectativa de um ciclo de juros menos restritivo à frente. Não se trata de euforia, mas de uma mudança gradual na relação risco-retorno que dominou o mercado nos últimos anos. O ponto central é que o CDI sempre foi mais do que um indexador. Ele virou um parâmetro psicológico. Enquanto o juro curto permanecia elevado, qualquer investimento em ações precisava justificar não apenas o risco, mas a renúncia a um retorno garantido. Isso criou ...

O medo por trás da alta S&P 500 #nasdaq100

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  O mercado americano entra em 2026 em um ponto curioso: índices nas máximas históricas, liquidez ainda abundante e, ao mesmo tempo, uma sensação difusa de desconforto. Não é euforia aberta. Tampouco é pessimismo. É algo mais sutil — uma alta sustentada mais pelo receio de ficar de fora do que por convicção plena. Esse incômodo fica explícito quando olhamos a mais recente pesquisa global do Deutsche Bank com seus clientes institucionais, feita justamente para mapear os principais riscos do próximo ano. E o resultado é tão revelador quanto desconfortável.   Segundo o levantamento, 57% dos entrevistados apontam o estouro de uma bolha tecnológica como um dos três maiores riscos para 2026. Não apenas é o risco número um: ele aparece isolado, com enorme distância para os demais. O próprio Deutsche Bank afirma nunca ter visto um único risco tão dominante na virada de um ano. Isso diz muito sobre o momento atual das bolsas americanas. A discussão já não é mais sobre se ...

O mercado sempre ganha #TB 10 years #USDBRL

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A trajetória da taxa de juros dos títulos americanos de 10 anos tem sido uma das histórias mais mal interpretadas pelos mercados desde o início da última grande alta de juros em 2020. Naquele ano, a combinação de inflação elevada e política monetária ultra-frouxa deixou muitos operadores confusos sobre a direção futura dos juros. O Fed demorou a reconhecer a persistência inflacionária, e quando começou a subir os juros em março de 2022, iniciou um ciclo que só foi interrompido no fim de 2023. Parte do mercado apostou em cortes rápidos a partir dali, levando o rendimento do título a recuar de cerca de 5% para 3,8% ao ano, antes de voltar a subir de novo ao reconhecer que a “molezinha” de juros baixos era uma anomalia histórica. Hoje, o cenário mudou: A inflação não desapareceu como muitos previam, A economia americana continuou forte em vez de entrar em recessão, E o mercado está menos inclinado a apostar em cortes intensivos de juros no curto prazo. Essa “persistência” nas ...

SesTech: Quando a pressa assusta #nasdaq100 #NVDA #S&P 500

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Estou mudando a sigla do post de sexta-feira de SexTech para SesTech para que não paire nenhuma dúvida sobre o tema. Alguns leitores chegaram a imaginar que o Mosca teria desviado do mercado para algo mais “quente”, o que confesso ter achado até engraçado. A mudança é apenas para eliminar qualquer ruído: continuo falando de tecnologia, eficiência, produtividade e capital, mantendo exatamente o mesmo compromisso de sempre com análise de mercado, investimentos e bom senso. Feito esse esclarecimento, vale entrar no que realmente importa. Os dados mais recentes mostram um comportamento curioso — e inquietante — no setor de tecnologia. De um lado, empresas fornecedoras de infraestrutura e soluções de inteligência artificial competem de forma quase frenética, como se existisse uma corrida para ver quem chega primeiro. Do outro, as empresas que deveriam ser as grandes beneficiárias dessa tecnologia avançam lentamente, com cautela. Esse descompasso ajuda a explicar por que o mercado começou ...

Os primeiros da fila #OURO #GOLD #EURUSD #BITCOIN

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O movimento recente do Bitcoin — uma alta rápida de 3% em poucos minutos, seguida de um curto período de estabilidade e, logo depois, uma queda praticamente simétrica — não exige explicações mirabolantes nem teorias conspiratórias. Ele é, antes de tudo, um retrato fiel do comportamento humano sob estresse, exatamente como Charlie Munger descreveu ao longo de décadas ao estudar os erros recorrentes de julgamento. O gráfico chama atenção porque é abrupto, mas o fenômeno por trás dele é antigo e amplamente conhecido.     O post que acompanha esse gráfico se limita a fazer a pergunta óbvia — “o que está acontecendo aqui?” — mas não entrega a resposta. E não entrega porque, na prática, não houve um motivo objetivo. Nenhuma mudança estrutural, nenhum dado novo, nenhuma notícia capaz de justificar um movimento dessa magnitude em tão pouco tempo. O que houve foi comportamento. A primeira engrenagem desse processo é a super-resposta a recompensas e punições. Movimentos rápido...

O desmanche do RH #IBOVESPA

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O mercado de trabalho americano deixou de ser um indicador confiável de direção econômica e passou a ser um retrato de desconforto estrutural. Não há colapso explícito, mas tampouco existe dinamismo real. O que se vê é uma economia funcionando em marcha reduzida, com dados cada vez menos esclarecedores e decisões cada vez mais difíceis. Quando o principal termômetro perde precisão, o risco deixa de ser conjuntural e passa a ser de diagnóstico. A taxa de desemprego nos Estados Unidos atingiu 4,6%, o maior nível em mais de quatro anos, mesmo com criação líquida de vagas. Essa contradição não é estatística: é sintomática. O mercado de trabalho não está apenas esfriando; ele está se desorganizando. As contratações acontecem de forma fragmentada, concentradas em nichos específicos, enquanto setores inteiros entram em estado de espera.     Essa concentração não é aleatória. Saúde, educação e serviços sociais seguem contratando porque dependem essencialmente de presença hum...