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A chave do cofre #nasdaq100 #NVDA

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  O embate comercial entre os Estados Unidos e a China ganhou nova intensidade nas últimas semanas. Trump, em seu estilo imprevisível, ameaçou elevar novamente as tarifas sobre produtos chineses, podendo chegar a 145%, com um adicional de 100% já ventilado publicamente. Ele mesmo admitiu, em entrevista, que tamanha sobretaxa seria insustentável — mas justificou o gesto como uma resposta às restrições impostas por Pequim sobre as exportações de minerais estratégicos conhecidos como terras raras. Esses minerais, essenciais à produção de carros elétricos, turbinas eólicas, chips e mísseis, tornaram-se o coração de uma disputa que vai muito além do comércio. Eles definem o próximo campo de batalha tecnológico e geopolítico. A China domina cerca de 70% da produção mundial desses insumos, o que lhe confere uma vantagem estratégica que Xi Jinping tem explorado como instrumento de poder. Foi o próprio Deng Xiaoping, em 1992, quem antecipou esse momento ao afirmar que “o Oriente Médio t...

Conta de padeiro #OURO #GOLD #EURUSD

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  Há momentos em que uma simples conta feita de cabeça explica mais sobre o mundo do que pilhas de relatórios. Ontem, depois de ler as discussões sobre a sustentabilidade dos investimentos em inteligência artificial, decidi fazer a minha. Se o ChatGPT tiver 500 milhões de contas pagas, a 20 dólares por mês, sua receita anual seria de 120 bilhões de dólares. Parece um número improvável, mas corresponde a cerca de 7% da população mundial — e hoje já são mais de 300 milhões de usuários, nem todos pagantes. A ideia não é projetar resultados, e sim testar a lógica: um mercado dessa magnitude começa a se parecer com o de uma utility global, com usuários recorrentes, efeito de rede e enorme capacidade de monetização. Essa hipótese ficou ainda mais interessante com o anúncio do acordo entre a Walmart e a OpenAI, que permitirá aos usuários do ChatGPT realizar compras diretamente no aplicativo. A partir daí, o que parecia um chatbot ganha contornos de ecossistema: o consumidor conversa, co...

Ondas de dúvida #IBOVESPA

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  O processamento do nosso cérebro é uma máquina fascinante. Absorvemos milhares de informações por dia — e, mesmo quando acreditamos que elas se dissipam, continuam ali, no inconsciente, especialmente quando desafiam nossas convicções. Hoje, acordei com uma dúvida persistente: e se a inteligência artificial não gerar o aumento de produtividade esperado? E pior — e se ela nem sequer se pagar? Se essa hipótese for verdadeira, estamos diante de uma bolha monumental, talvez comparável às maiores da história. Não basta apontar que a Nvidia tem lucros estratosféricos; afinal, seu sucesso depende diretamente da demanda dos chamados “hyperscalers”, empresas que sustentam o ecossistema de IA com investimentos bilionários em chips e data centers. Se a rentabilidade prometida não vier, o castelo pode ruir. O paradoxo da utilização Dois relatórios recentes do Deutsche Bank foram o gatilho dessa dúvida. O primeiro mostrou que os Estados Unidos, epicentro da revolução da IA, não lideram o...

O problema é sempre do estoque #S&P 500

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Durante a faculdade, aprendi que a diferença entre fluxo e estoque é essencial para entender o comportamento de variáveis econômicas. Fluxo é aquilo que entra ou sai; estoque é o que se acumula. Essa distinção tão básica — e intuitiva — explica com clareza o que está por trás dos movimentos recentes nos mercados financeiros. Imagine um reservatório. A água que entra é o fluxo; o nível do reservatório é o estoque. Se a entrada aumenta e a saída se mantém constante, o nível sobe. Se a entrada seca, o nível desce. O mesmo vale para os títulos públicos. Durante décadas, esse reservatório foi alimentado por governos endividados e investidores em busca de segurança. Mas o jogo mudou. A dança dos fluxos e o esvaziamento do estoque China e Rússia, dois dos maiores detentores de títulos americanos, vêm se desfazendo de suas posições. O que antes era reinvestido em Treasuries passou a ser redirecionado para ativos reais — ouro, petróleo, prata. A metáfora do reservatório mostra sua força: ...

Errando na Mosca! #USDBRL

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Quando um general afirma que tem 90% de certeza sobre o sucesso de uma operação, o que ele está realmente dizendo? Segundo um estudo conduzido com quase dois mil oficiais de segurança nacional de mais de 40 países da OTAN, a resposta é alarmante: essa “certeza” tem mais a ver com ilusão do que com precisão. O levantamento, que avaliou mais de 60 mil julgamentos de incerteza feitos por civis e militares de alto escalão, expôs um viés cognitivo tão profundo quanto disseminado: o excesso de confiança é a regra — não a exceção — entre quem decide sobre guerra e paz. Em um ambiente onde decisões erradas custam vidas, dinheiro e estabilidade global, essa constatação deveria soar como um alerta vermelho. Os dados são contundentes. Quando os participantes estimavam 90% de chance de uma afirmação ser verdadeira, ela era correta em apenas 57% das vezes. E o mais grave: 96% teriam se saído melhor se simplesmente tivessem sido mais humildes em suas estimativas. Essa tendência não se limita à...

Como definir bolha #nasdaq100 #NVDA

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  O termo “bolha” entrou para o vocabulário popular do mercado financeiro como uma espécie de selo que denuncia exageros. Volta e meia, algum analista, economista ou gestor decide carimbar determinado ativo como estando em “estado de bolha”. Mas, afinal, o que exatamente define uma bolha? Na minha experiência, não existe — e mesmo o quadro que já apresentei várias vezes aqui no Mosca — não é de muita valia. Mas são critérios inevitavelmente subjetivos, que dão margem a interpretações. O mercado pode estar “caro demais”? Em relação a quê? Lucros? Receitas? Expectativas? Um gráfico com preços subindo quase em linha reta seria prova suficiente? E se estivermos diante de uma empresa que inventou algo que todos os outros querem comprar (como a Nvidia)? Nesse caso, talvez ela estivesse mal precificada antes — e não supervalorizada agora. Já vivi ciclos de exuberância e pânico o suficiente para entender que rotular um movimento como “bolha” é mais fácil do que útil. O que me incomoda ...