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SexTech #nasdaq100 #NVDA

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  A partir de hoje, toda sexta-feira será a SexTech, um espaço fixo para analisar a semana do setor que mais concentra poder econômico, político e energético do planeta: a tecnologia. Usei esse título provocativo porque é assim que funciona no Mosca — um nome que prende a atenção e um conteúdo que exige do leitor reflexão, não acomodação. E a primeira edição já começa com um conjunto de dados que revela a pressão crescente sobre a infraestrutura que sustenta a inteligência artificial. O elemento mais marcante da semana é o avanço dos centros de dados. As projeções mais recentes mostram que o espaço físico dedicado ao processamento deve crescer mais de 30% ao ano até 2027, movido pela demanda de modelos avançados. É um crescimento incompatível com o ritmo natural das redes elétricas. Nos EUA, estimativas apontam que o consumo associado à IA pode ultrapassar 8% de toda a eletricidade nacional ainda nesta década. Países como Irlanda já estão próximos de 20%. O termo “nuvem” nunca fo...

O voto de desconfiança #OURO #GOLD #EURUSD

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  Quando o Fed anunciou ontem mais um corte de 25 pontos-base, o mercado reagiu como se fosse o início de uma nova fase de estímulos. Mas, quando a poeira baixa e você olha o dot plot — aquele mapa de projeções que todos fingem interpretar com precisão — o que aparece não é um voto de confiança. É justamente o contrário: um voto de desconfiança, silencioso, mas retumbante. A queda da taxa foi aprovada, mas não porque todos acreditavam nela. Os artigos de hoje deixam explícito que muita gente votou “sim” apenas para não se indispor com Powell, mas registrou nas projeções que não concordava. No FOMC, ninguém quer ser lembrado como o chato que trava consenso… então carimbam o corte com a mão, mas arrancam o couro com a caneta. Se você olha para 2025, as projeções não batem com o corte aprovado. E, quando avança para 2026, 2027 e 2028, vira um festival de discordâncias. O intervalo para 2027 vai de 2,25% a 3,75%. Isso não é política monetária: é torcida organizada. E quando o centr...

Deu Ruim #IBOVESPA

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  Há expressões que os jovens criam e que precisam de tradução. Mas essa dispensa manual de instruções: deu ruim. E a escolha do título não poderia ser mais adequada para o ambiente que se formou no mercado de juros nos últimos dias. O que está acontecendo na curva americana tem cheiro de anomalia, aparência de alerta e consequências que ninguém quer verbalizar com todas as letras. Hoje o Fed anuncia mais uma redução de 25 pontos-base — isso já está dado. A questão real é o que vem depois. Economistas de todos os calibres convergem para a mesma projeção: os Fed Funds devem estar perto de 3% dentro de um ano. Até aí, nada demais. O problema é que a curva de juros está contando uma história diferente. E, convenhamos, a curva quase sempre sabe mais do que comunicados e discursos cuidadosamente calibrados. Comecemos pelo fato mais gritante: a taxa de 2 anos recua enquanto a de 10 anos atinge as máximas do ano, ampliando o diferencial para quase 100 pontos, algo que não víamos desde...

Eu odeio previsões anuais #S&P 500

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Todo final de ano repete o mesmo ritual: relatórios, apresentações e lives cheias de gurus tentando antecipar o futuro, como se o mercado obedecesse a um calendário. Para quem acompanha o Mosca, esse incômodo com previsões anuais não é novidade. Eu simplesmente não vejo utilidade prática em transformar um ano inteiro em um número único e solene, como se fosse possível resumir incerteza em uma projeção pontual. E, no entanto, a indústria financeira insiste em produzir essas tabelas de “alvos” porque sabe que o investidor médio precisa de segurança — ou da ilusão dela. O texto de Joe Wiggins expõe exatamente esse teatro: previsões repetem sempre as mesmas fórmulas, mudando apenas o adjetivo da moda. Em 2026, o adjetivo é “IA”. O investidor deve ser seletivo, a diversificação é indispensável, a incerteza é elevada, grandes temas estruturais estão em andamento, um risco difuso ronda o horizonte e, para completar, “algo importante está mudando na ordem mundial”. Essa liturgia não muda. A ...

A armadilha da bolha #USDBRL

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Ray Dalio nunca foi economista. E justamente por isso sempre enxergou a economia melhor do que a maioria dos economistas. Ele não saiu de um departamento universitário nem perdeu anos debatendo teorias que não resistem a cinco minutos de mercado real. Dalio veio do mundo prático, do risco diário, da pele em jogo — começou pequeno, remando contra a maré, e acabou construindo nada menos que o maior hedge fund do planeta, a Bridgewater Associates. E não foi sorte. O homem criou um império financeiro que, em seus melhores anos, deu mais lucro para seus clientes do que muita multinacional faturava. E não era um clube aberto a qualquer um. Como já comentei diversas vezes no Mosca, para entrar no fundo dele era necessário “50 paus”. E não são paus comuns — são dos grandes: cinquenta milhões de dólares. Esse era literalmente o preço do ingresso para sentar à mesa com ele. Mercado para gente grande, onde não entra curioso, apostador ou amador. Dalio conquistou esse sucesso absurdo porque nu...

O mercado enquadrou a Nvidia #nasdaq100 #NVDA #IBOVESPA

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  Chegou a hora de encarar algo que o mercado fingia não ver: o ponto de inflexão da Nvidia. Quando escrevi no Mosca que a empresa caminhava para uma situação de “quase monopólio”, muitos leitores acharam exagero. Mas o que parecia uma fortaleza impenetrável está, finalmente, sendo testado. E, como sempre acontece nas grandes histórias de mercado, a pressão não veio por um único flanco — ela veio de todos os lados ao mesmo tempo. O ponto de partida é claro: a Google resolveu entrar na briga, oferecendo ao mundo empresarial seus chips TPU para aplicações de IA, e o impacto foi imediato. Segundo Ed Yardeni, o lançamento do Gemini-3 gerou uma rotação entre Alphabet e Nvidia e colocou fogo na discussão sobre liderança tecnológica. Mas aqui entra uma provocação que aprendi nos anos 80: ninguém é bom em tudo. Ser dominante em buscas não garante ser dominante em silício. E, apesar de toda a propaganda, ainda não sabemos se os TPUs da Google terão a mesma eficiência, robustez e capacid...