Nvidia: A Super Star #nasdaq100 #NVDA


 


É impossível ignorar a força gravitacional que a Nvidia exerce hoje sobre os mercados globais. A empresa acaba de alcançar um valor de mercado de impressionantes US$ 4 trilhões, superando os índices históricos e se consolidando como um ativo não apenas tecnológico, mas também simbólico da nova ordem econômica guiada pela inteligência artificial. Estamos, claramente, diante de uma transformação estrutural. E a Nvidia, chamada carinhosamente pelo Mosca de “Queridinha”, merece agora o título de Super Star — sem diminutivos. Seu tamanho atual já supera o PIB de países como França e Reino Unido.

Gráfico 1 – Capitalização de mercado da Nvidia comparada ao PIB de países


Gráfico, Gráfico de barras

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.

 

Enquanto o bitcoin sobe alimentado por especulação, alavancagem e ilusões de descentralização, a Nvidia escala com fundamentos sólidos: margens de lucro extraordinárias, crescimento real nas receitas e domínio incontestável em um setor-chave para o futuro. Os chips da empresa tornaram-se quase obrigatórios para qualquer corporação que queira competir no campo da IA. Desde o surgimento do ChatGPT, a corrida por hardware de alto desempenho virou uma guerra de posições, e a Nvidia é a fornecedora das armas mais cobiçadas.

Mesmo com valuation esticado e múltiplos acima da média, há algo de diferente nesse momento. A empresa representa, talvez como nenhuma outra antes, o cruzamento entre tecnologia, geopolítica e política monetária. Ao mesmo tempo que o presidente Trump propõe cortes de juros de 3% e impõe tarifas de 50% sobre o Brasil e o cobre, a bolsa americana segue firme. E mais: indiferente. A Nasdaq renovou máximas mesmo após as declarações protecionistas da Casa Branca e a pressão sobre a independência do Fed.

Esse cenário só é possível por conta de um fenômeno descrito em diversos relatórios: a muralha de liquidez que está empurrando os ativos para cima. O JPMorgan calcula uma injeção de US$ 500 bilhões no mercado no segundo semestre, combinando recompras de ações, aportes de fundos de pensão e realocações de grandes investidores institucionais.

Mas esse “rali sem convicção”, como batizou Nir Kaissar da Bloomberg, também tem suas fragilidades. Ele é impulsionado mais por fluxo do que por convicção genuína nos fundamentos de longo prazo. A recompra de ações, que hoje ultrapassa US$ 1 trilhão ao ano, virou o principal canal de distribuição de capital das empresas aos acionistas. Trata-se de uma estratégia que eleva o lucro por ação (EPS) sem necessariamente melhorar a rentabilidade do negócio. Como dizia meu ex-sócio, contra o fluxo não existe argumentos.

Do ponto de vista histórico, isso representa uma ruptura. Até os anos 1980, dividendos eram a principal forma de retorno ao investidor. Hoje, nos EUA, os dividend yields estão próximos de mínimas históricas — apenas 20 pontos-base acima do recorde da bolha pontocom em 2000. E embora as recompras tenham gerado resultados consistentes por décadas, eles carregam riscos claros: são mais voláteis, ocorrem nos topos de mercado, mascaram lucros reais e incentivam o curto-prazismo.

Gráfico 2 – Dividend Yield do S&P 500 próximo das mínimas históricas


 

Esse comportamento tem consequências para a estrutura do mercado. Como escrevi no Mosca anteriormente, a aparente solidez da bolsa americana esconde uma fragilidade estrutural: a dependência de condições excepcionais de liquidez e de políticas corporativas cada vez mais sofisticadas em termos de engenharia financeira.

Quando se olha para os dados, a realidade impressiona. A capitalização de mercado da Nvidia hoje equivale a 3,6% do PIB mundial, sendo que seus lucros representam meros 0,07% do mesmo indicador. Pior: sua força de trabalho representa apenas 0,0004% da população global. Essa desproporção é o retrato fiel de um capitalismo baseado em ativos intangíveis, escaláveis e de difícil replicação.

Mas há uma linha tênue entre genialidade e bolha. A mesma euforia que empurrou a Cisco ao topo em 2000 levou ao seu declínio. A diferença é que, agora, a Nvidia não vende sonhos — vende ferramentas para que os outros construam seus próprios sonhos em IA.

Gráfico 3 – Margens de lucro e múltiplos da Nvidia frente aos pares



A dúvida que permanece é: até quando o mercado sustentará esse otimismo? A resposta talvez dependa menos da Nvidia e mais de fatores externos como juros, inflação e estabilidade geopolítica. Caso o fluxo de recursos se interrompa, as engrenagens desse rali poderão ranger.

Enquanto isso, sigo observando esse movimento com a frieza necessária. A trajetória da Super Star é deslumbrante, mas como todo corpo celeste que brilha demais, sua luz pode ofuscar os riscos que a orbitam. A questão que coloco aos leitores do Mosca é: você prefere apostar naquilo que é real, com lucros e dominância de mercado, ou ainda se encanta com promessas embaladas em hype e especulação das criptomoedas?

As cartas estão na mesa. E a Nvidia, pelo menos por enquanto, tem o melhor jogo.


Análise Técnica

No post “lançamento-da-carteirinha-pessoa-fisica” fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: “As bolsas americanas apresentam uma formação gráfica que permite diversas interpretações por não seguirem um “shape” normal, o que deixa a análise sob cheque. A opção de melhor encaixe indica uma alta expressiva à frente, com entrada na onda 3 de maior grau. No entanto, prefiro ser mais conservador e manter a contagem anterior”




As bolsas estão subindo sem dar chance para quem está fora entrar, mesmo o Mosca! Os leitores sabem que tenho duas contagens e a que estou usando é a mais conservadora. Acredito que nos próximos dias pode ficar claro se essa contagem vai prevalecer e os objetivos de 23.779 (+ 4%), ou 24.992 (+ 9%) ou algo muito mais ambicioso.

- David, de novo dormiu no ponto perdeu toda essa alta. Me diga como saberemos qual deve ser levado em conta. É bom ficar de olho senão perde a segunda também! Hahaha.

Aceito as críticas. Para te responder se for o outro caso, a bolsa deveria subir forte logo, logo.




Em relação a Nvidia comentei: “Fazendo um ajuste nas contagens, o objetivo passa a estar entre US$ 170 e US$ 173. Assim como no caso do Nasdaq 100, há outras contagens que indicam alvos superiores, mas, no momento, prefiro utilizar esse parâmetro mais conservador”.




O mesmo comentário para a Super Star que a nasdaq100. Os objetivos no cenário em questão são U$ 173 (+ 4%) ou U$ 176 (+ 6%).




O dólar está passando por um período difícil. O Mosca vem publicando comentários sobre a moeda americana nos últimos meses com a opinião de vários analistas. O Lula colocou na cabeça que uma moeda do Brics poderia tirar a hegemonia do dólar, como é uma pessoa que gosta de falar sem entender dos assuntos, essa ideia vai morrer com o tempo. Mas será que como meio de pagamento está perdendo terreno?


 

Parece que os analistas erraram o alvo, como mostra esse gráfico da Gavekal quem perde terreno é o euro e o renminbi ganha alguns pontos marginais. Essa constatação vem em contraponto aos argumentos da alta do euro, onde no meu ver houve uma correção inicial nas carteiras de investidores internacionais que estavam sem cobertura da moeda original.




O S&P 500 fechou a 6.259, com queda de 0,33%; o USDBRL a R$ 5,5459, com alta de 0,25%; o EURUSD a € 1,1687, com queda de 0,12%; e o ouro a U$ 3.356, com alta de 0,97%.

Fique ligado!

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