O Rolê dos "Bitcoins" #Bitcoin #stalbecoins #nasdaq100 #NVDA
Esse texto foi
elaborado por meu parceiro Alberto Dwek
Fui assistir ao último
filme baseado no Parque dos Dinossauros imaginado pelo escritor Michael
Crichton em 1990. Não vou dar spoilers, mas confesso que me diverti revendo
pela undécima vez um grupo de humanos tentando sobreviver a esses monstros
depois de cometer a estupidez de viajar com o expresso objetivo de ficar perto
deles.
Mas fiz uma pergunta
desde o que li o livro de Crichton e até agora não consegui uma boa resposta.
Então um bilionário descobre como recriar DNA de espécies extintas — um feito
quase milagroso de engenharia genética — e a melhor aplicação que ele encontra
é ganhar dinheiro com um parque de diversões? Parece a versão
hollywoodiana da piada do mineiro que encontra a lâmpada mágica de Aladim,
ganha o direito ao que quiser, e só pede pães de queijo.
A disparidade entre
descobertas geniais e utilizações menos nobres — para não dizer mesquinhas — é
bastante comum na história da tecnologia. E muitas vezes o fascínio das massas
por uma invenção acaba sendo utilizado por espertalhões para garantir um bom
lucro. Até o antológico esquema Ponzi, poucos lembram, foi baseado na admiração
pela eficiência do sistema postal internacional, uma maravilha da engenharia
organizacional da época. Mais recentemente, a exploração do hype em
relação a blockchains, criptomoedas, stablecoins e IA já nos proporcionou
inúmeros escândalos, rapidamente esquecidos debaixo de uma incessante saraivada
de artigos, declarações e notícias bombásticas que só visam alimentar a alta
dos preços (quem ainda fala da FTX e de Sam Bankman-Fried?).
Pensei em tudo isso ao
ver as várias reações a um relatório do Citigroup que prevê 2025 como o
"momento ChatGPT do blockchain", com a oferta de stablecoins
potencialmente alcançando US$ 3,7 trilhões até 2030 em um cenário otimista,
graças a um novo ecossistema jurídico.
E agora, segundo os
criptomaníacos, temos mais motivos para comprar Bitcoins. A lógica por trás disso
seria o fato de que as stablecoins funcionam como uma porta de entrada para os
mercados cripto. À medida que a adoção de stablecoins cresce (por exemplo, o
valor de mercado da USDT ultrapassará US$ 143 bilhões em 2025), elas facilitam
a entrada em ativos voláteis como o Bitcoin, especialmente durante mercados em
alta, quando os traders usam stablecoins para compras rápidas. O aumento
da aplicação do blockchain em finanças, pagamentos e DeFi alimentaria ainda
mais o crescimento do ecossistema cripto e o interesse especulativo no Bitcoin
como um ativo principal.
É importante que se
diga o óbvio. O blockchain é uma invenção histórica e pode realmente
transformar o mundo de forma definitiva. Stablecoins são uma excelente forma de
digitalizar moeda, embora ainda precisem de muita regulamentação para proteger
seu próprio ecossistema.
Os casos de uso de
blockchain são inúmeros: gestão de transações e de cadeias de suprimentos,
contratos inteligentes, e controle de identidades e registros, entre outros. (Muito
cuidado apenas com a “tokenização” dos ativos, aquela conversão de ativos reais
em digitais, que dá margem a distorções muitas vezes propositais por parte de
agentes menos confiáveis.)
E os casos de uso das
stablecoins, como transferências internacionais mais eficientes, finanças
descentralizadas (DeFi), comércio eletrônico e pagamento online, mostram que
sua adoção generalizada é uma previsão bastante factível.
Mas as criptomoedas,
em particular o Bitcoin, que foi a primeira e mais vistosa aplicação do
conceito de blockchain, não têm por que beneficiar-se de uma maior adoção regulamentada
e controlada de blockchains e stablecoins. Seu valor percebido está na
escassez, na narrativa de investimento e na independência de sistemas
centralizados, não em ser uma moeda transacional eficiente. O Bitcoin tenta
brilhar como suposto substituto monetário mas é um ativo especulativo que tenta
se passar por reserva de valor.
O sucesso de
blockchains e stablecoins só pode reduzir o interesse em Bitcoin e criptomoedas
voláteis, especialmente entre usuários que priorizam utilidade prática e
estabilidade. Stablecoins atendem melhor a transações e aplicações
corporativas, enquanto blockchains ampliam casos de uso não especulativos.
Em algum momento,
quando se perceber a inutilidade de uma criptomoeda num universo já
digitalizado de uma forma correta, as criptomoedas serão vistas como um produto
menor de uma tecnologia excepcional. Seria irônico, mas nada impossível, que o
Bitcoin acabe se tornando uma vítima do sucesso da própria inovação que o
criou.
Tão irônico como um
dinossauro comer seu próprio criador.
Eu teria a acrescentar
ao texto do Dwek: O número total de criptomoeda ativas está entre 16.000 e
19.000, isso é o que sobrou das 37 milhões criadas, ou seja, escassez zero,
melhor dizendo, ampla abundância. O bitcoin representa 62% do market cap de U$
3,8 trilhões.
Fora o motivo da hype
criada sobre essa criptomoeda que transbordou da pessoa física para a pessoa
jurídica, e as pessoas nem sabem bem por que adquirem esse ativo, nascido com a
pretensão de ser uma moeda, nem a escassez é seu mote. Aos adeptos é melhor
assumir que é especulação pura e pronto. Agora querer comparar com o ouro que
tem histórico milenar e é realmente escasso por princípio é pegar uma carona
enganosa.
Análise
Técnica
No post “nvidia-super-starr”, fiz os seguintes comentários sobre o
Nasdaq 100:“Acredito que nos próximos
dias pode ficar claro se essa contagem vai prevalecer e os objetivos de 23.779
(+4%), ou 24.992 (+9%) ou algo muito mais ambicioso.”
A bolsa está muito próxima do primeiro objetivo na contagem mais
conservadora — aproximadamente 3%. Posso afirmar com certeza que, em algum
momento, ocorrerá uma correção. Quando isso acontecer, o que vai determinar a
sequência seguinte será o grau de extensão da queda. O objetivo que se observa
no gráfico é algo em torno de 23.700 pontos.
Em relação à Nvidia, meus comentários foram: “O mesmo comentário para a Super Star que a nasdaq100. Os objetivos no
cenário em questão são U$ 173 (+4%) ou U$ 176 (+6%).”
A *Super Star* está batendo na porta do objetivo de U$ 176,50. A dúvida
é: vai parar aí e reverter? Ninguém tem essa resposta. Como pode-se observar
pela coloração do gráfico, essa reversão parece ser o cenário mais provável —
mas, nem sempre o mais provável prevalece.
Ninguém mais fala em recessão — o tema passou a ser coisa do passado. O
dia 1º de agosto está muito próximo e, ao que tudo indica, as tarifas impostas
pelos EUA entrarão em vigor. O mercado trata esse evento como irrelevante. Mas
será mesmo que não terá impacto? O gráfico a seguir é sugestivo.
Embora esse comportamento já seja conhecido dos investidores, vale
lembrar que, em um evento recessivo, os lucros caem — e, não apenas eles:
também os múltiplos (P/L). Isso significa um impacto duplo no preço das ações.
O que chama a atenção é a elevada correlação negativa observada no gráfico.
O S&P 500 fechou a 6.296, sem alteração; o USDBRL a R$ 5,8863, com
alta de 0,69%; o EURUSD a € 1,1624, com alta de 0,24%; e o ouro a U$ 3.348, com
alta de 0,29%.
Fique ligado!
Comentários
Postar um comentário