Postagens

O ECB libera 1,3 paus

Imagem
Na minha juventude se costumava usar a palavra “paus” para dar a dimensão de valor. Um sorvete custava 10 paus, um ticket de cinema 15 paus etc. O valor dependia do que se referia, um carro custava 80 paus (R$ 80 mil); uma TV 1.500 paus (R$ 1.500), e todo mundo entendia a qual valor se estava falando. Fiquei pensando se esse jeito fosse usado para comunicar o valor que os bancos centrais estão injetando nas economias, os leitores saberiam a que montante eu estaria me referindo? Por exemplo, seu disser que o ECB liberou 1,3 paus, como você interpretaria? A unidade milhão seria pouco, mas bilhão poderia ser, mas achar de cara que se trata de € 1,3 trilhão, o deixaria em dúvida. Mas o valor é esse mesmo! O Banco Central Europeu atingiu outro marco de trilhão de euros em sua luta para reforçar as economias que estão vendo anos de crescimento varridos em meses pela pandemia de coronavírus. Uma oferta por seus empréstimos de três anos ultra baratos foi aceita por 742 banco

O mundo mudou?

Imagem
Reflita um pouco nos diversos pensamentos que você teve durante essa pandemia. Talvez o excesso de tempo com você mesmo, despertou uma imaginação que pode fugir da realidade. Por outro lado, a ameaça da morte de forma invisível levou a um Universo fora da realidade. Um artigo publicado pelo articulista, Barry Ritholtz coloca em questão diversos pontos que surgiram nesse momento. Questionando cada um deles, afirma que o mundo não está muito diferente do que era antes. Suas experiências diárias de abrigo no local, são definitivamente diferentes daquilo que você pensava anteriormente como sua vida "normal". Mas o que você deve esperar experimentar após a pandemia será muito semelhante ao que era antes do bloqueio - talvez com mais higiene das mãos. Isso será especialmente verdadeiro quando houver tratamento e vacina para o Covid-19. A maior mudança será a rápida aceleração de tendências que já estavam em vigor. O futuro está chegando, um pouco mais rápido do qu

Quem quer dinheiro!

Imagem
Um artigo publicado pelo Wall Street Journal, relatando sobre o volume de caixa detido pelos investidores, me deixou de certa forma perplexo. Imaginei que, com a alta dos ativos depois de março, parte dessa caixa já tinha sido consumido, mas ao contrário, continuou crescendo. Lidando com a maior incerteza econômica em décadas e uma faixa de volatilidade impressionante no mercado de ações dos EUA, muitos investidores investiram em fundos de curto prazo. Os ativos dos fundos aumentaram recentemente para cerca de US $ 4,6 trilhões, o nível mais alto já registrado desde 1992. Os ativos dos fundos do mercado monetário são uma medida, mas não a única, das reservas de caixa, e os investidores também investiram dinheiro em outros lugares. Outras medidas, como depósitos bancários, também estão em alta. Analistas atribuem a fuga ao risco à pandemia de coronavírus, que provocou uma corrida de ações, títulos e commodities. Enquanto isso, os cheques de estímulo enviados a milhões

O inevitável

Imagem
Passados essas últimas semanas de esperança, e até certo ponto euforia nos mercados acionários, o receio da inevitável segunda onda assola o animo dos investidores. Conforme as economias foram sendo liberadas do isolamento, uma falsa sensação de segurança fez com que as pessoas voltassem a suas rotinas anteriores sem tomar as devidas precauções que o momento exige. Aglomerações se formaram em locais de entretenimento, lojas, e nas manifestações que ocorreram por conta do caso Floyd, se tornando lugares propícios para que o vírus se espalhe novamente. Os governos estão tomando ações, principalmente na China onde os casos começaram a aumentar, para evitar um contágio mais abrangente o que obrigaria a um novo lockdown. A empresa de consultoria Oxoford antecipa que a recuperação irá ocorrer em 2 fases: Na primeira, o crescimento será elevado, uma vez que, o gasto dos consumidores e a demanda dos negócios se recupera de níveis deprimidos, porém, logo depois, a persistente cica

Campo minado

Imagem
Enquanto nós brasileiros estávamos curtindo o feriado! Hahahaha ... as bolsas no exterior estavam abertas. Nesta semana, com a publicação de diversos alertas sobre as elevadas posições no mercado de opções das pessoas físicas, aliado a um aumento de novos casos de Covid-19 em alguns estados americanos, foi suficiente para jogar um banho de água fria no mercado acionário. Uma onda de vendas generalizadas fez as bolsas caíram mais de 5% ontem, a maior queda desde março deste ano. O S&P 500 subiu hoje pela manhã 2,7%, enquanto o Nasdaq subiu 2,8%. Todos os três índices estão prontos para fechar a semana em baixa, quebrando uma sequência de vitórias de três semanas. Antes da parada chocante de quinta-feira, as ações dos EUA haviam se recuperado nas últimas semanas para zerar a maior parte das perdas deste ano. O otimismo refletido nas ações está em desacordo com o grupo de dados que sinalizam um ritmo da recuperação econômica global, após a pandemia de coronavírus, como lento

Guardando no colete

Imagem
Ontem ficamos sabendo que o Fed não pretende subir os juros até 2022. Essa explicitação foi para ninguém ficar em duvida que eles não enxergam nenhum risco neste front, e ao contrário, estão mais preocupados com uma possível deflação que acabou ocorrendo nestes meses de pandemia, em alguns itens como: energia -19%; vestuário -8%; Hotéis e Acomodações – 17%; Passagens Áreas -29%; Aluguel de Carros – 19%. Os únicos itens que tiveram variação positiva foram: Alimentos + 4,8%; e Serviços Médicos +6%. Isso resultou em um CPI de 0,1% conforme publicado ontem. O momento é delicado e o Fed já deixou claro que prefere errar para mais que do que para menos. Mas será que no fundo não existe uma preocupação com a inflação no futuro? Como havia antecipado vou transcrever parte de um relatório publicado pela Gavekal, segundo um de seus economistas seniores, que tem uma visão nesse sentido. Eles fazem menção a um gráfico apontando 4 quadrantes que identificam aonde uma economia se e

Deflação é bom?

Imagem
Para quem viveu os anos de elevada inflação, e até hiperinflação como eu, sabe que manter os preços sob controle é uma condição necessária para um bom desempenho da economia. Essa situação corrói o poder de compra da população. De forma inversa, se poderia esperar ser a deflação, um cenário aonde se aumenta o poder de compra, com a queda de preços. Mas nem sempre é isso que ocorre. Como costumo dizer, a deflação pode ser pelo bom motivo ou pelo mal motivo. Vou eliminar o caso mais raro e positivo que ocorre quando a produtividade se eleva, ou uma nova tecnologia estrutural ocorre, propiciando que os preços caiam. No caso negativo, e com maior frequência, ocorre pela queda da demanda forçando os preços para baixo. Esse cenário é bastante perigoso, e a principal razão dos bancos centrais terem pavor desse quadro econômico. Hoje foi publicado o IPCA de maio que apresentou uma deflação de -0,38%, repetindo praticamente o dado de abril (-0,31%). A inflação medida em 12 meses de