Você confia no Bernanke?
Sem dúvida que se pode confiar no
Bernanke, ele transmite muita confiança, mas até aí dizer que os juros não vão
subir até o final de 2015 é outra coisa, não depende só dele. Eu comentei no post dissidência-no-fed as divergências que afloraram na
última reunião do FED, e daqui em diante uma certa disputa de egos é esperada,
afinal economistas tem este perfil.
Os dados publicados recentemente
tem sido positivos, e parece que as áreas de construção de casas e
investimentos em equipamentos tem melhorado, se vai se sustentar é outro caso.
Por um instante vamos assumir que a economia consiga crescer algo em torno de
2% a 3%, o que isto pode mudar nos mercados? Muita coisa, o FED teria que
iniciar um movimento de retirada dos estímulos, pois se nada for feito é só uma
questão de tempo para a inflação ganhar força, e isto ninguém quer.
Um analista do Banco Société
Générale publicou um relatório cujo título é:
"O retorno do rendimento: Preparando para alta das taxas de longo
prazo".
Eles acreditam que 2013 será um ano
de mudanças na economia americana, sendo assim o mercado irá precificar o término
das compras de ativos e a sua saída. Hoje existe um gap significativo entre os juros atuais e seus valores justos. A
grande questão, qual será a velocidade deste ajuste. Seu cenário central assume
uma taxa de 2,75% ao final do ano, mas não descartam uma elevação até 3,5% a.a.,
nos títulos Governamentais de 10 anos. É uma alta e tanto, pois hoje a taxa
está em 1,90%! O principal motivo para esta previsão, é que a desalavancagem
dos imóveis, pequenos negócios e os Governos estaduais estão começando a
retroceder. Ou seja, a melhora atual econômica é mais definitiva.
Desta forma, os juros começariam a
se elevar de uma forma gradual para seu valor "justo". Qual é este
valor e quão rápido elas podem chegar lá é uma grande dúvida. Veja a seguir
suas projeções para os próximos anos.
Vocês sabem bem quanto fico dividido
no assunto juros goldilocks. Este cenário, faz parte de uma das minhas hipóteses, mas o
que eu tenho muita dificuldade de imaginar é como esta montanha de liquidez
será retirada. Primeiro olhando o próprio USA, Bernanke tem um medo enorme de
não abortar o crescimento, já repetiu inúmeras vezes sobre este risco, logo
imagino que terá uma tendência a "retardar" o processo, depois como
se comportara a Europa, Japão, China, UK e outros, vão agir da mesma forma ou
vão aguardar? Não consigo imaginar que poderá ser coordenado, parece mais o ...
“Cada um por si e Deus por todos.”...
Ainda continuo sem uma opinião
definitiva sobre o assunto, não vou ficar surpreso se daqui há alguns meses,
estes juros estiverem em 1,5% a.a. Num prazo mais longo a continuidade neste
patamar só poderia ser por causa de uma “Japonezização” dos USA, o que seria
ruim. Mas também acho factível uma taxa de 2,5% ou 3% a.a., que seria até saudável, o problema está nos níveis de 5% a 6% a.a. num espaço curto de tempo, “sangue
na rua”!
Só o acompanhamento dos
acontecimentos dará mais sustentação em qual cenário vai terminar a era dos
helicópteros.
O SP500 estava(*) a 1.544, com alta de 0,27%; o real a R$ 1,9679, com alta de 0,19%; o euro a 1,2995, com baixa de 0,43% e o ouro a US$ 1.580, com alta de 0,36%.
Fique ligado!
(*) as 17 horas
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