IA: Nem tudo é maravilha #EURUSD
A grande maioria dos analistas e investidores tem uma visão
muito otimista da IA. O que varia é o grau de adesão dessa tecnologia nos
negócios. O Mosca também compartilha dessa visão, entretanto, o que mais preocupa
são os elevados — e bota elevado nisso — volumes de investimentos. As ações
claramente envolvidas — predominantemente as Magníficas Sete — já têm em seus
preços esse espectro.
Mas nem tudo é maravilha. Existem alguns (poucos) que não
enxergam a IA dessa forma. Por isso, é muito importante conhecer seus
argumentos para confrontar com nossa expectativa. Nesse grupo, está o acadêmico
Daron Acemoglu, professor da renomada universidade americana MIT, cujas ideias
foram publicadas na Bloomberg por Jeran Wittenstein.
Daron Acemoglu quer deixar claro desde o início que ele não
tem nada contra a inteligência artificial. Ele entende o seu potencial. “Não
sou um pessimista da IA”, declara logo nos primeiros segundos de uma
entrevista.
O que faz Acemoglu parecer um profeta do apocalipse, focado
nos crescentes perigos econômicos e financeiros à frente, é a incessante
euforia em torno da tecnologia e a forma como ela está impulsionando um boom de
investimentos e uma furiosa alta nas ações de tecnologia.
Por mais promissora que a IA possa ser, há pouca chance de
que ela corresponda a esse hype, diz Acemoglu. Em seus cálculos, apenas uma
pequena porcentagem dos empregos — meros 5% — está pronta para ser substituída,
ou pelo menos fortemente assistida, pela IA na próxima década. Boa notícia para
os trabalhadores, de fato, mas muito ruim para as empresas que estão investindo
bilhões na tecnologia, esperando que ela gere um grande aumento de
produtividade.
“Muito dinheiro vai ser desperdiçado”, diz Acemoglu. “Você
não vai ter uma revolução econômica com esses 5%.”
Acemoglu se tornou uma das vozes mais altivas e de maior
destaque ao alertar que a febre da IA em Wall Street e nas salas de diretoria
dos Estados Unidos foi longe demais. Professor do Instituto — o título mais
alto para professores do MIT —, Acemoglu ganhou notoriedade fora dos círculos
acadêmicos há uma década, quando escreveu em conjunto *Why Nations Fail*, um
livro best-seller do New York Times. A IA e o advento de novas tecnologias, de
forma mais ampla, têm sido temas centrais em seu trabalho econômico há anos.
Os entusiastas argumentam que a IA permitirá que as empresas
automatizem uma grande parte das tarefas e inaugurem uma nova era de avanços
médicos e científicos à medida que a tecnologia continua a melhorar. Jensen
Huang, CEO da Nvidia, uma empresa cujo nome se tornou sinônimo do boom da IA,
projetou que a crescente demanda pelos serviços da tecnologia por parte de mais
empresas e governos exigirá até US$ 1 trilhão em investimentos para atualizar
os equipamentos dos centros de dados nos próximos anos.
O ceticismo em relação a esses tipos de previsões começou a
crescer — em parte porque os investimentos em IA elevaram os custos muito mais
rápido do que as receitas em empresas como Microsoft e Amazon —, mas a maioria
dos investidores ainda está disposta a pagar prêmios elevados por ações que
parecem prontas para surfar na onda da IA.
Acemoglu enxerga três possíveis caminhos para o futuro da IA nos próximos anos.
O primeiro — e de longe o mais benigno — cenário prevê que o
hype diminua gradualmente e que os investimentos em usos “modestos” da
tecnologia prevaleçam.
No segundo cenário, a euforia aumenta por mais um ano,
levando a um crash das ações de tecnologia que deixará investidores, executivos
e estudantes desiludidos com a tecnologia. “Primavera da IA seguida por inverno
da IA”, como ele descreve.
O terceiro — e mais assustador — cenário é que a mania
continue sem controle por anos, levando as empresas a cortar dezenas de
milhares de empregos e a investir centenas de bilhões de dólares em IA “sem
entender o que vão fazer com ela”, apenas para se verem obrigadas a recontratar
trabalhadores quando a tecnologia não corresponder às expectativas. “Agora, os
resultados negativos serão generalizados para toda a economia.”
Qual é o mais provável? Ele acredita que será uma combinação
do segundo e terceiro cenários. Dentro das salas de diretoria, há um medo
excessivo de perder o boom da IA, o que impede que a máquina de hype desacelere
tão cedo, diz ele, e “quando o hype se intensifica, a queda dificilmente será
suave”.
Os números do segundo trimestre ilustram a magnitude da
febre de investimentos. Quatro empresas sozinhas — Microsoft, Alphabet, Amazon
e Meta Platforms — investiram mais de US$ 50 bilhões em despesas de capital no
trimestre, sendo grande parte desse valor destinada à IA.
Os modelos de linguagem atuais, como o ChatGPT da OpenAI,
são impressionantes em muitos aspectos, diz Acemoglu. Então, por que eles não
podem substituir os humanos ou, pelo menos, auxiliá-los significativamente em
muitos empregos? Ele aponta para problemas de confiabilidade e a falta de
sabedoria ou julgamento em nível humano, o que torna improvável que as pessoas
deleguem muitos trabalhos de escritório à IA em breve. Tampouco a IA será capaz
de automatizar o trabalho físico, como construção ou limpeza, diz ele.
“Você precisa de informações altamente confiáveis ou da
capacidade desses modelos de implementar fielmente certas etapas que
anteriormente os trabalhadores realizavam”, afirmou. “Eles podem fazer isso em
alguns lugares, com supervisão humana” — como codificação — “mas na maioria dos
lugares, eles não conseguem.”
“Isso é um choque de realidade sobre onde estamos agora”,
disse.
Tanto as previsões otimistas quanto as pessimistas requerem
um grau de projeção sujeito a erros. O professor Acemoglu comprou um “ticket”
para um enorme sucesso, caso esteja certo — imaginem se a IA não corresponder
às expectativas e ele for apontado como o visionário que enxergou essa situação
antes de todos. Ao inverso,se não acontecer, irão esquecê-lo.
O Mosca continua otimista até prova em contrário, que estará
espelhada nos preços das ações. Essa é a razão pela qual resolvi acompanhar de
perto a Nvidia, pois se algo der errado, ela será fortemente afetada.
No post o-sapato-branco, fiz os seguintes comentários sobre
o euro: ... “O mercado respeitou o limite máximo de € 11275, atingindo a
máxima de € 11200, recuando nos últimos dias e mantendo essa hipótese possível.
Observando uma janela menor, podem-se ver cinco ondas de queda, mas isso ainda
é pouco.”...
Em relação à minha ideia de que o euro deve cair ao nível aproximado de € 1,033, houve um alento desde a última publicação. Embora não seja visível no gráfico abaixo, indiquei com o símbolo em vermelho 5 ondas. Sendo assim, vou aguardar uma correção, que deve ocorrer, e sugerir um trade de venda. Esse intervalo (de queda) deve estar contido na região destacada abaixo.
O SP500 fechou a 5.699, com queda de 0,17%; o USDBRL a R$ 5,4743, com alta de 0,62%; o EURUSD a € 1,1028, com queda de 0,16%; e o ouro a U$ 2.657, sem variação.
Fique ligado!
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