Investindo com Prozac no bolso #nasdaq100 #NVDA

 


Correr risco é inerente na área de investimentos. Não existe risco zero, não existe! Certa vez, numa conversa com um cliente “esperto”, que queria comprar um CDB do Banco Francês e Brasileiro com taxa de banco de terceira linha. Como tesoureiro do banco, não me faltavam recursos, pois, um banco estrangeiro dava naquela data um conforto maior ao investidor — na sua percepção, a matriz não deixaria o banco quebrar, por pior que fosse seu problema.

Voltando a esse cliente e depois de muita insistência dele ­— e eu quase perder a paciência — eu disse: você quer taxa de Banco Auxiliar (esse banco quebrou em 1985) com um risco de Citibank? Importante frisar que naquela época o Citibank era considerado tão seguro quanto os títulos do tesouro americano —o banco só não quebrou em 2008 porque o Fed não deixou, e até hoje sofre consequências, nunca mais voltou a ser o mesmo.

Falando em CDB, vou aproveitar para expor uma ideia sobre o FGC – Fundo Garantidor de Credito, criado em 1995 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em um contexto de fortalecimento do sistema financeiro brasileiro.

Capitalização do FGC:

O FGC é capitalizado por contribuições regulares feitas pelas próprias instituições financeiras que participam do fundo. Essas contribuições são realizadas mensalmente, com um percentual incidente sobre o valor dos depósitos cobertos pelo FGC. Em geral, os bancos e outras instituições financeiras pagam ao FGC uma taxa de 0,0125% ao mês (0,15% ao ano) sobre os depósitos garantidos

Gestão do FGC:

O FGC é uma entidade privada, sem fins lucrativos, mas com atuação de interesse público.

 A gestão é supervisionada pelo Banco Central do Brasil, que garante que o FGC cumpra sua função de proteger os depositantes e investidores, ajudando a manter a estabilidade do sistema financeiro.

Funções do FGC:

Além de cobrir depósitos e investimentos até o limite de R$ 250.000 por CPF ou CNPJ em caso de falência, intervenção ou liquidação de instituições financeiras, o FGC pode:

- Comprar ativos de instituições em dificuldades.

- Conceder garantias de operações de crédito.

- Auxiliar na reestruturação de instituições financeiras em situações de crise, com o objetivo de evitar que a falência de um banco se transforme em um problema sistêmico.

Circulou recentemente um relatório publicado pela revista Piauí dando conta da posição extremamente delicada de um banco brasileiro. Ao ler essa publicação fiquei chocado com o volume de recursos de terceiros captados por esse banco em relação a seu patrimônio. Porém, o que mais chama a atenção são os ativos dessa instituição que além de serem ilíquidos e retorno duvidoso criam um enorme descasamento entre o prazo do passivo e do ativo. Estranhei o Banco Central ainda não ter puxado sua orelha.

Como isso pode acontecer? Instituições de varejo que surgiram há pouco como a XP e BTG vendem esses títulos a seus clientes de forma “segura” pois se fincam na garantia do FGC. Esses bancos pagam taxas superiores aos investidores e aos distribuidores, uma farra.

Nesse relatório, se alguma coisa acontecer com esse banco, o FGC seria consumido em 33% de seus recursos. Quanto à  garantia do FGC, é importante frisar que, caso ocorra uma intervenção, os recursos serão recebidos em prazo não determinado e sem correção a partir dessa data. Essa intervenção colocaria em xeque a saúde dos bancos menores que, mesmo saudáveis, poderiam ter um problema de solvência.

A garantia do FGC é útil pois permite aos bancos menores captarem recursos de forma mais competitiva que os bancos grandes, e caso não existisse, seriam bem menores e menos rentáveis. Agora para que essa sistemática funcione de forma saudável, é fundamental que o Banco Central monitore essas instituições com escrutínio, evitando excessos — o que não parece ser o caso desse banco citado pela Piauí.

Se investir em renda fixa tem risco, na bolsa então nem se discute. Um estudo recente comprova que, quando a bolsa cai, aumenta o consumo de antidepressivo — o que parece lógico. Lisa Ward publicou no Wall Street Journal matéria sobre esse assunto.

Sentindo-se deprimido quando o mercado de ações cai? Você tem muita companhia. De acordo com um estudo recente, quando os preços das ações caem, aumenta o número de prescrições de antidepressivos.

Os pesquisadores examinaram essa conexão primeiro criando índices locais de ações, combinando empresas com sede no mesmo estado. A pesquisa acadêmica mostrou que os investidores tendem a ter mais ações locais em seus portfólios, seja devido a planos de participação acionária para funcionários, seja por terem maior familiaridade com essas empresas.

Em seguida, os pesquisadores analisaram cerca de 300 áreas estatísticas metropolitanas, que são regiões que abrangem uma cidade com 50.000 habitantes e as cidades vizinhas, acompanhando as mudanças nos preços das ações locais e o número de prescrições de antidepressivos em cada área ao longo de um período de dois anos. Eles descobriram que, quando os preços das ações locais caíram cerca de 12,8% em um período de duas semanas, as prescrições de antidepressivos aumentaram 0,42%, em média. Uma relação semelhante foi observada em quedas menores nos preços das ações. Quando os preços das ações locais caíram cerca de 6,4%, as prescrições de antidepressivos aumentaram cerca de 0,21%.

 


Mais velhos e mais tristes

“Nossas descobertas sugerem que, à medida que o mercado de ações declina, mais pessoas sofrem estresse e ansiedade, levando a um aumento nas prescrições de antidepressivos”, diz Chang Liu, professor assistente da Miller College of Business da Ball State University, em Muncie, Indiana, e um dos coautores do estudo. A análise controlou outros fatores que poderiam influenciar o uso de antidepressivos, como as taxas de desemprego ou a sazonalidade.

Em uma comparação por faixa etária, aqueles com idades entre 46 e 55 anos foram os mais propensos a receber prescrições de antidepressivos quando as ações locais caíram.

“As pessoas dessa faixa etária podem ser mais sensíveis às mudanças em seu portfólio em comparação com um grupo mais jovem, que está mais longe da aposentadoria, e grupos mais velhos, que podem possuir menos ações e mais títulos, já que estão se aproximando da aposentadoria”, diz Maoyong Fan, professor da Ball State University e coautor do estudo.

Outras correlações

Quando os autores analisaram a demanda por psicoterapia durante períodos de queda nos preços das ações, os resultados foram semelhantes. Quando os preços das ações locais caíram cerca de 12,8% em um período de duas semanas, o número de visitas à psicoterapia cobertas por seguros aumentou cerca de 0,32%. Eles também encontraram uma correlação entre os retornos das ações locais e certas doenças associadas à depressão, como insônia, úlcera péptica, dor abdominal, abuso de substâncias e infarto do miocárdio. No entanto, quando os autores examinaram outras reivindicações de seguros, como prescrições de antibióticos, não encontraram nenhuma relação com as mudanças nos preços das ações locais.

Por outro lado, em períodos de alta das ações, os autores não observaram uma queda nas intervenções psicológicas. Eles não encontraram uma relação estatística entre a alta dos preços das ações locais e o número de prescrições de antidepressivos, por exemplo, o que, segundo os autores, faz sentido.

“Uma vez que um antidepressivo é prescrito a um paciente , é improvável que o psiquiatra interrompa as prescrições de imediato”, diz Liu.

Uma implicação prática do estudo, acrescenta Liu, é que os investidores devem estar cientes de seu estado emocional quando o mercado cai, antes de tomar decisões de investimento.

O FGC, em conjunto com as instituições que distribuem os CDB de bancos pequenos, desfia a minha frase citada acima: pagam como banco de terceira linha e são seguros como o Itaú (quem eu coloco no lugar?). Melhor pedir para seu médico uma caixa de Prozac e deixar no bolso.

No post desprezando-inflação fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: “A bolsa entrou na "Área de Resistência", o que é positivo, pois ultrapassou a marca apontada como ❶ verde. O próximo passo seria ultrapassar o nível de 20.691, apontado como ❷ azul. Se isso acontecer, vou deslocar a onda (4) vermelho de acordo com ❸ vermelho”.

 



A nasdaq100 adentrou na “Área de Resistencia” citada, mas não se definiu se pretender continuar subindo ou seguir o caminho de queda conforme os parâmetros acima, a única coisa que posso acrescentar é que essa decisão vai ocorrer nos próximos dias.




Em relação a Nvidia foram os seguintes os comentários: “ A Nvidia está muito próxima de romper a máxima em U$ 140,97, mas, de forma conservadora, vamos adotar algo semelhante ao proposto acima para o Nasdaq 100. Caso não consiga romper essa marca, podemos esperar uma queda dentro do retângulo abaixo”




A “queridinha” está batendo na porta da máxima histórica. Como podem notar alterei a contagem da onda (4) vermelha para um triangulo, e segundo essa hipótese estaria pronta para voar. O objetivo seria entre U$ 246 / U$ 297 a ser mais bem calculado.




- David, pelas suas conclusões, eu poderia comprar a NVDA e fazer um hedge com a venda da nasdaq100, pois se essa última cair ganho nas duas. Gostou, estou me saindo bem! Hahaha...

Veja, hedge você pode fazer sempre, mas nesse caso não sei se funciona, principalmente a sua ideia de ganhar nas duas pontas. Vamos lá. Se a NVDA subir é bem provável que a nasdaq100 suba também, nesse caso deve ganhar, pois a “queridinha” deve subir mais, agora achar que a NVDA sobe e a nasdaq100 cai é um sonho, pois com a queda da nasdaq é muito provável que ela caia também.

Para não prolongar a conversa, nesse caso vou alterar minha contagem na NVDA, não tem milagre!




O SP500 fechou a 5.864, com alta de 0,40%; o USDBRL a R$ 5,6954, com alta de 0,73%; o EURUSD a € 1,0865, com alta de 0,31%; e o ouro a U$ 2.720, com alta de 1,03%.

Fique ligado!

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