"delta 21, delta 21, câmbio"

Nos filmes de combate aéreo, com frequência aparece aquela cena do piloto de capacete comunicando-se com a central de comando. As cenas que se sucedem variam de filme para filme, desde ataques, combates aéreos ou a ordem para voltar à base. E está última poderá ser a cena figurativa desta quarta-feira na reunião do FOMC, onde provavelmente será encerrado o programa de injeção de liquidez denominado de QE3.

Antes de fazer uma análise se o programa funcionou ou não, vejamos seu impacto nos dois ativos mais importantes do mercado americano: O SP500 e os juros dos títulos de 10 anos.

Algo parece chamar a atenção, a cada vez que um programa foi implementado a bolsa e os juros subiam. Já o posto acontecia quando eram terminados, a bolsa e os juros caíam. Este último programa, QE3, apresentou um comportamento diferente, pois embora a bolsa tenha subido, os juros no meio do caminho, iniciaram um movimento de queda.

O mentor da era dos helicópteros, Ben Bernanke, antes de sair do FED, declarou o seguinte: ..."O programa de Quantitative Easing (QE), funciona na prática, mas não na teoria" ...Logicamente, não existe contra-argumento.

Bem, não temos como saber o que teria acontecido se os BC's ao redor do mundo não tivessem inundando o mundo de liquidez, e se ao contrário, tivessem deixado o mercado ter agido com suas próprias forças. Antes de criticar, se o programa funcionou ou não, é necessário definir o que significa "funcionou" neste caso.

Se o objetivo foi fazer com que as taxas de juros longas caíssem, uma vez que as de curto prazo já se encontravam em 0%, podemos assumir que sim. Os poupadores foram, neste caso, os maiores prejudicados, e é impressionante como eles sofreram em silêncio. Como exemplo, os investidores que investem em títulos alemães de 3 anos de prazo, mesmo com taxas de juros literalmente negativas, continuam comprando. Acredito que não se pode conclamar isto, como um sucesso de política monetária, mas sim uma aventura.

O mais correto seria responder a seguinte pergunta: Este experimento de política monetária permitiu alguma mudança para reformar o sistema econômico e monetário, que precisam de reestruturação? Acredito que a resposta é "não"! Uma outra pergunta que poderia ser respondida com um grande não é: Pode-se solucionar uma crise gerada por excesso de dívida, através do aumento destas dívidas com juros de 0%?

Segundo Jim Rickards, um renomado economista e banqueiro, diz: ..." simplesmente imprimir dinheiro e presenteá-lo aos bancos por meio do processo de criação de dinheiro, de forma mágica através do QE, é como tratar o câncer com aspirina, a "solução" supostamente, não faz nada para resolver a causa raiz do problema" ...Somente uma reforma profunda de reestruturação econômica o fará. E isto, envolve decisões difíceis dos políticos"...

Este fenômeno pode ser melhor explicado como uma batalha de cabo de guerra, segundo Rickards.
O time em azul representa o mercado. O mercado quer deflação, e querem que o imenso volume de crédito seja reduzido.

Logicamente, do outro lado encontram-se os BC's que buscam desesperadamente evitar este cenário.

Existem 3 maneiras clássicas para diminuir dívidas:

1) Engenhar um crescimento econômico suficiente para pagar a dívida existente. Na opinião deste economista, não é mais possível.
2) A segunda é um default, que num sistema monetário baseado em dívidas, projeta um Armagedom.
3) O terceiro nos traz a equipe vermelha: Explicito objetivo inflacionário, sancionado pelos BC's.

Está é a razão pela qual, os mercados ficaram tão voláteis ultimamente, no dia a dia, o time de azul e o de vermelho, lutam entre si, puxando ora para deflação, ora para a inflação. E nenhum lado venceu ainda a batalha.

Quem vai vencer a batalha? Não se sabe, porém o resultado será provavelmente tanto uma função da política, como dos mercados.

Assim, mais uma vez, a análise técnica vai poder nos ajudar a desvendar está saída, pois através dela, vamos evitar de ficar imobilizados em um cenário pré estabelecido, que acreditamos. O stoploss vai cumprir seu papel de alertar, caso a premissa não se concretize. Sabemos que o futuro é incerto, embora achamos que temos este dom. Acontece que neste momento que vivemos, um erro pode ser fatal.

Falando em análise técnica, não é incrível como o dólar respeitou o nível de R$ 2,52? Ontem havia feito um breve comentário, que este seria o nível importante a ser rompido. Com o resultado das eleições, muita gente achava que o dólar iria disparar, mas tecnicamente, o dólar estava muito esticado.

A ex-futura-Presidenta, deu uma entrevista ao Jornal Nacional, dizendo que vai buscar ouvir vários setores da sociedade, resumindo: Consenso. Vocês não tenham dúvidas que caso o dólar siga caindo como acontece agora pela manhã, esta será a razão dada pelos analistas, para este movimento. Não acreditem! O motivo é que o mercado estava muito comprado, that it´s it!

A situação do real não permite no momento nenhuma previsão mais segura, embora os dados de momentum mais longo, indicam alta do dólar. Do outro lado, segundo Elliott Wave, o cenário é mais duvidoso. Assim, vou ficar com análises de curto prazo até que fique mais claro.

Os "comprados" levaram um gol de contra-ataque, quando o dólar não conseguiu ultrapassar R$ 2,52. Mas os "vendidos" (PT! Hahahahah....) precisam vencer duas batalhas, primeiro o rompimento da reta apontada acima de R$ 2,47 (2);  e principalmente  o nível de R$ 2,36 (3). Por outro lado, caso o dólar volte novamente a buscar os R$ 2,52, aumenta muito as chances de estar rumo aos R$ 2,70.

- David, o movimento do câmbio no curto prazo, depende só do que o PT vai fazer?
Não mesmo! Acho até que, de agora em diante, quem vai dar o tom do movimento é o dólar-dólar, lembra? Fique muito de olho no que acontece lá fora, porque aqui dentro, no curto prazo, o governo já disse que quer ficar de bem com os "pensadores". Agora se o Ministro das Finanças for, pior ou igual a nomes como o de Mercadante, saí da frente. Nomes como Trabuco, combinam com o cenário que eu descrevi no post de ontem Dilma-melhor-opção-para-o-momento, e que vou chamar daqui em diante, "menos do mesmo".

O SP500 fechou a 1.985, com alta de 1,19%, fomos stopados no trade proposto no post os-filhinhos-do-governo, que gerou um pequeno prejuízo de 0,76% ( 1.965/1.980); o USDBRL a R$ 2,4606, com queda de 2,43%; o EURUSD a 1,2731, com alta de 0,28%; e o ouro a US$ 1.228, com alta de 0,25%.
Fique ligado!


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