O Vidente
Nos anos 80, os mercados financeiros no Brasil ainda estavam engatinhando. O BC, no intuito de não permitir riscos no sistema, criavam limitações rígidas demais. Uma delas era referente a recompra de títulos de própria emissão do Banco, antes de seu resgate. Esta operação era permitida porém não a preço fixo, mas a preço de mercado. Por outro lado, não se podia emitir CDB's com prazo inferior a 180 dias. Então, se um cliente desejava fazer uma aplicação por 90 dias, nós emitíamos um CDB de 180 dias e recomprávamos depois de 90 dias.
O que eu vou descrever era prática em todo mercado, emitia-se o papel naquele prazo (180 dias), enviava-se o título para a Custódia, e ao mesmo anexava-se um papelzinho "lembrete". Neste lembrete, constava um valor e uma data. Quando chegava na data, fazia-se a recompra do título e creditava-se o dinheiro na conta do cliente.
Acontece que num determinado momento, houve uma fiscalização em nossa custódia, e o fiscal ao ver aquele "lembrete", guardou os dados e esperou a data. Voltou e viu que a recompra foi feita exatamente naquele preço. Logo, recebi uma carta, para explicar esta operação, uma vez que era proibida a recompra a preço fixo. O que fazer?
No papel não havia nada de oficial, apenas um valor e data, nós elaboramos a resposta dizendo que aquela operação não era a preço fixo, mas a preço de mercado, e o valor era uma estimativa deste preço. O fato de ter dado exatamente o mesmo valor, era porque nos éramos muito bons em estimar a taxa futura. Valeu!
O preço do petróleo vem caindo muito ultimamente, nos mês de junho encontrava-se em U$ 105/barril e agora por volta de US$ 80/barril, uma queda de aproximadamente 25%.
As explicações para este movimento, se dão tanto do lado da oferta como da demanda. A China é a principal razão, pois nos últimos 12 anos eles eram responsáveis por 1/3 do crescimento da demanda global. Agora com a desaceleração dos níveis frenéticos do PIB, de 10% a.a., para algo em torno de 7% a.a., era natural que desacelerassem suas compras. No lado da oferta, o programa de extração do Xisto, bem como a nova tecnologia de extração horizontal pelos USA, colocaram pressão nos preços para baixo. Já os produtores tradicionais, enfrentando problemas de caixa, como a Venezuela e Líbia, pisaram fundo na extração, A Arabia Saudita, resolveu manter o nível combinado na OPEP, uma vez que não quer perder o seu market share. O mercado demorou para perceber estes fatos, e foi surpreendido com posições elevadas, prato cheio para uma queda mais forte, como a recente.
No caso brasileiro, isto caiu como uma luva, o preço da gasolina estava defasado algo em torno de 20%, porcentagem esta que depende da data de avaliação. Porém agora, não mais, desapareceu com esta queda.
E não é só aí que houve um emparelhamento, vocês devem lembrar as comparações que fiz, entre as ações da Petrobrás e Exon, petrobras-shame-on-you. Vejamos, inicialmente, uma comparação dos últimos 3 anos, atualizada.
Empatou, da forma ruim, com a queda da Exon recentemente. Mas antes que a nossa Presidenta leve este gráfico para o próximo debate, veja a seguir a mesma comparação nos últimos 5 anos.
O nosso ex-Ministro das Finanças, Guido Mantega, fez uma declaração sobre o assunto hoje pela manhã ..."O preço da gasolina está mais alto. A Petrobrás (agora) está ganhando. Mas não significa que não haverá aumento, isso é uma decisão da empresa"... A primeira vista parece estranho esta afirmação, afinal a empresa nunca teve a liberdade de fixar seus preços. Porém, pensando melhor, a declaração é um recado de adeus, pois ficará para o próximo Ministro a decisão.
Eu me reservo o direito de alertar vocês, pois no futuro, quando Mantega estiver fora do governo e for acusado de prejudicar a Petrobrás, vai argumentar que fez bem de não ter subido os preços da gasolina, pois sabia que o preço do petróleo iria cair. Agora, se ele é tão bom que conseguia projetar o preço futuro, por que então, ao invés de aguentar tanta encheção, não largou tudo e foi operar petróleo? Não vem não, não dá para usar o argumento que eu usei acima, pode pensar em outro! Hahahahah....
Os mercados continuam sem uma direção clara, várias notícias foram publicadas sobre fundos hedge, com muitas perdas neste mês, que ainda não terminou! O receio no momento é a deflação, e esta palavra é um palavrão, altamente perigosa. A Yellen deve estar com os dedos cruzados torcendo, e o pessoal do FED que já estava pronto para elevar os juros, vai recuar, a expectativa de elevação em 2015, caiu significativamente. Um de seus diretores, em entrevista pela manhã, declarou que é possível suspender a retirada de helicópteros, na próxima reunião.
No último post sobre o real, nocaute, fiz algumas hipóteses do que poderia fazer o dólar subir, e acredito que no momento está sendo levado pela seguinte:
O que eu vou descrever era prática em todo mercado, emitia-se o papel naquele prazo (180 dias), enviava-se o título para a Custódia, e ao mesmo anexava-se um papelzinho "lembrete". Neste lembrete, constava um valor e uma data. Quando chegava na data, fazia-se a recompra do título e creditava-se o dinheiro na conta do cliente.
Acontece que num determinado momento, houve uma fiscalização em nossa custódia, e o fiscal ao ver aquele "lembrete", guardou os dados e esperou a data. Voltou e viu que a recompra foi feita exatamente naquele preço. Logo, recebi uma carta, para explicar esta operação, uma vez que era proibida a recompra a preço fixo. O que fazer?
No papel não havia nada de oficial, apenas um valor e data, nós elaboramos a resposta dizendo que aquela operação não era a preço fixo, mas a preço de mercado, e o valor era uma estimativa deste preço. O fato de ter dado exatamente o mesmo valor, era porque nos éramos muito bons em estimar a taxa futura. Valeu!
O preço do petróleo vem caindo muito ultimamente, nos mês de junho encontrava-se em U$ 105/barril e agora por volta de US$ 80/barril, uma queda de aproximadamente 25%.
As explicações para este movimento, se dão tanto do lado da oferta como da demanda. A China é a principal razão, pois nos últimos 12 anos eles eram responsáveis por 1/3 do crescimento da demanda global. Agora com a desaceleração dos níveis frenéticos do PIB, de 10% a.a., para algo em torno de 7% a.a., era natural que desacelerassem suas compras. No lado da oferta, o programa de extração do Xisto, bem como a nova tecnologia de extração horizontal pelos USA, colocaram pressão nos preços para baixo. Já os produtores tradicionais, enfrentando problemas de caixa, como a Venezuela e Líbia, pisaram fundo na extração, A Arabia Saudita, resolveu manter o nível combinado na OPEP, uma vez que não quer perder o seu market share. O mercado demorou para perceber estes fatos, e foi surpreendido com posições elevadas, prato cheio para uma queda mais forte, como a recente.
No caso brasileiro, isto caiu como uma luva, o preço da gasolina estava defasado algo em torno de 20%, porcentagem esta que depende da data de avaliação. Porém agora, não mais, desapareceu com esta queda.
E não é só aí que houve um emparelhamento, vocês devem lembrar as comparações que fiz, entre as ações da Petrobrás e Exon, petrobras-shame-on-you. Vejamos, inicialmente, uma comparação dos últimos 3 anos, atualizada.
Empatou, da forma ruim, com a queda da Exon recentemente. Mas antes que a nossa Presidenta leve este gráfico para o próximo debate, veja a seguir a mesma comparação nos últimos 5 anos.
Ainda está muito distante, também pudera com o sangramento de recursos para serem usados pelo PT e Cia., conforme relatado por seu diretor, não tinha outro jeito, nem com a queda do petróleo conseguiu compensar estes assaltos!
O nosso ex-Ministro das Finanças, Guido Mantega, fez uma declaração sobre o assunto hoje pela manhã ..."O preço da gasolina está mais alto. A Petrobrás (agora) está ganhando. Mas não significa que não haverá aumento, isso é uma decisão da empresa"... A primeira vista parece estranho esta afirmação, afinal a empresa nunca teve a liberdade de fixar seus preços. Porém, pensando melhor, a declaração é um recado de adeus, pois ficará para o próximo Ministro a decisão.
Eu me reservo o direito de alertar vocês, pois no futuro, quando Mantega estiver fora do governo e for acusado de prejudicar a Petrobrás, vai argumentar que fez bem de não ter subido os preços da gasolina, pois sabia que o preço do petróleo iria cair. Agora, se ele é tão bom que conseguia projetar o preço futuro, por que então, ao invés de aguentar tanta encheção, não largou tudo e foi operar petróleo? Não vem não, não dá para usar o argumento que eu usei acima, pode pensar em outro! Hahahahah....
Os mercados continuam sem uma direção clara, várias notícias foram publicadas sobre fundos hedge, com muitas perdas neste mês, que ainda não terminou! O receio no momento é a deflação, e esta palavra é um palavrão, altamente perigosa. A Yellen deve estar com os dedos cruzados torcendo, e o pessoal do FED que já estava pronto para elevar os juros, vai recuar, a expectativa de elevação em 2015, caiu significativamente. Um de seus diretores, em entrevista pela manhã, declarou que é possível suspender a retirada de helicópteros, na próxima reunião.
No último post sobre o real, nocaute, fiz algumas hipóteses do que poderia fazer o dólar subir, e acredito que no momento está sendo levado pela seguinte:
- Risk Aversion - a onda de pessimismo se implanta no mundo, e os investidores se retraem. Esta onda pode ser detonada pela queda das bolsas, PIB ruins, ou até o Ebola, que está gerando preocupação.
A alta do dólar que observamos durante esta semana nada tem a ver com as eleições, pois neste front, o novo Presidente continua indefinido.
Sobre a moeda, meu comentário foi: ...Do ponto de vista técnico, ainda não existe um quadro de reversão claro, a alta do dólar ainda é o mais provável. Teria que haver um rompimento do nível de R$ 2,32, para algo mais substancial, senão, o movimento atual, pode ser mais uma correção... Agora pela manhã está testando o nível de R$ 2,50, e na queda da semana passada, não atingiu os R$ 2,32 mencionado.
O real está num momento crítico, ou rapidamente inicia uma queda, ou em ultrapassando R$ 2,52, o próximo target será R$ 2,70. Se no exterior houver um pouco de calma, aí sim o cenário político poderá ter um peso maior. Não preciso dizer quais seriam os movimentos esperados, caso a Dilma ou Aécio vençam as eleições. Eu não tenho nenhum palpite de quem sera, se você tiver algum, ligue para para o vencedor, garanto que ele(a) ficará muito mais tranquilo do que está agora! Hahahah....
O SP500 fechou a 1.862, sem alteração; o USDBRL a R$ 2,4660, com alta de 0,46%; o EURUSD a 1,2807, sem alteração; e o ouro a US$ 1.240, com alta de 0,27%.
Fique ligado!
O SP500 fechou a 1.862, sem alteração; o USDBRL a R$ 2,4660, com alta de 0,46%; o EURUSD a 1,2807, sem alteração; e o ouro a US$ 1.240, com alta de 0,27%.
Fique ligado!
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