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A China está no caminho de se tornar independente do dólar, seu maior objetivo é ter uma moeda com características competitivas a americana. As vantagens dos EUA são enormes, vou citar uma que já dá a dimensão da minha afirmação. Existem momentos em que a solvência de um país é colocada em xeque, e se os compromisso externos são elevados, oferece uma ótima oportunidade aos especuladores para apostar contra a moeda. Nessa ocasião, o país que se encontra ameaçado, o volume de reservas em outras moedas é fundamental para poder atuar no mercado de cambio e evitar uma desvalorização descontrolada. No caso americano essa situação tem pouca chance de ocorrer pois o dólar é a moeda de troca com maior percentual nas transações com o resto do mundo - como poderão ver abaixo.

Recentemente, a Arabia Saudita anunciou que estaria em negociação com a China para precificar parte do óleo exportado para esse país em yuan, o que ocasionou uma valorização instantânea da moeda chinesa. O repórter David Fickling publicou na Bloomberg um artigo mostrando que essa atitude não ameaçaria o dólar.

No momento que o mundo parece estar se dividindo em blocos democráticos e autoritários rivais, é inevitável que a conversa perene sobre o yuan, desafiando o status do dólar como moeda de reserva do mundo, deve ser revivida. Essa conversa sempre foi fantasiosa - mas é ainda mais improvável agora.‎

‎Vamos deixar de lado, por enquanto, o fato de que não há sinal do yuan ter atingido o status até mesmo do Franco Suíço como um meio de troca, muito menos o poderoso greenback. Os dólares foram usados para 88% das transações cambiais em 2019, em comparação com apenas 4,3% para o yuan:‎

‎Se você não acha que os US$ 18,1 bilhões em carros que a Alemanha denomina em euro vendeu ao Reino Unido denominado em libras esterlinas no ano passado, representam uma ameaça ao domínio do sistema de dólares, então é difícil ver por que a moeda de liquidação de ‎‎alguma parte‎‎ dos US$ 43,7 bilhões de petróleo bruto negociado entre duas economias em dólares vai fazer a diferença.‎

‎Ainda assim, algo certamente mudou nas últimas semanas. A Arábia Saudita recebe dólares em troca de seus barris de petróleo e produtos refinados, que por sua vez são trocados por ativos denominados em dólar, como títulos do governo dos EUA. O valor estratégico de longo prazo desse tipo de ativo - especialmente para os exportadores de petróleo dados a ‎‎travando guerras em países vizinhos‎‎ — está olhando marcadamente mais instável desde que a Casa Branca ‎‎impôs sanções ao banco central da Rússia‎‎ no mês passado. Um governo circunspecto que não acha que pode contar com relações amigáveis com Washington em perpetuidade pode ser sábio para diversificar suas participações estrangeiras em uma moeda que está menos sob o domínio da Reserva Federal.‎

‎É o seguinte: tal moeda já existe, e é chamada de dólar americano.‎

A centralidade do dólar para as finanças comerciais não se deve a qualquer entusiasmo pela regulação financeira dos EUA, e também não está fundamentada na emissão de dólares por bancos americanos regulados pelo Fed. Muito pelo contrário - a base do sistema financeiro internacional não é tanto o dólar americano como o ‎‎euro,‎‎ o mercado bastante obscuro em empréstimos e títulos de curto prazo emitidos por bancos fora dos EUA, mas denominados em dólares.‎

‎O mercado de eurodolar deve suas origens precisamente ao tipo de cautela sobre a ordem dos EUA que a Arábia Saudita, a Rússia e a China estão mostrando agora. Evoluiu nos anos após a Segunda Guerra Mundial para que os países comunistas pudessem armazenar seus depósitos em dólares em bancos europeus onde não temeriam que seus ativos pudessem ser congelados pelo governo dos EUA. Desde então, tornou-se um gigante, com US$ 13,42 trilhões em crédito em circulação em setembro passado, em comparação com cerca de US $ 4,26 trilhões em financiamento offshore denominado em euro e US $ 412 bilhões em iene. Não é exagero dizer que o comércio internacional e as finanças desmoronariam da noite para o dia se fracassasse.‎

Isso explica por que o dólar continua tão dominante nas transações transfronteiriças. Se você não quer que governos estrangeiros se intrometam com seus ativos no exterior, o euro é o mais próximo possível, a não ser vender seu petróleo bruto em Bitcoin. Mesmo na própria China, os investidores parecem preferir greenback: O valor da dívida no exterior denominada em dólares detidos por bancos chineses saltou US $ 474 bilhões nos cinco anos até setembro passado, em comparação com um aumento de US $ 127 bilhões em títulos denominados yuan.‎

‎Se a Arábia Saudita não quer que um soberano estrangeiro controle seus ativos no exterior, mudar parte de sua negociação para yuan é a pior maneira de fazer isso. A conta de capital fechado da China significa que apenas ligar e sair do renminbi requer permissão do governo. Adicione a isso o ‎‎varrendo regras de confisco de ativos‎‎ incorporada à lei ante sanções de Pequim introduzida no ano passado, e você seria ingênuo em pensar que a China era mais um lugar seguro para Riade armazenar sua riqueza a longo prazo.‎

‎Em tempos de paz, é fácil esquecer que sempre investir ou vender um produto no exterior, você depende da boa vontade de um governo estrangeiro para garantir que seja pago. Washington, sem dúvida, tem se aproveitado mais do status do dólar nos últimos anos para alcançar suas metas de política externa. Essas questões ainda estão muito longe de superar a conveniência de transação no mercado de moedas mais líquidas do mundo, apoiadas por seu maior estoque de dívida soberana e um sistema fundamentado no Estado de Direito. O yuan é a moeda de reserva global do futuro — e sempre será (do futuro!)

Os dados apresentados acima mostram a enorme superioridade do dólar como moeda aceita internacionalmente. Mas esse privilégio pode ser perdido no tempo como foi o caso da libra esterlina que no século XIX ostentava esse mérito. Foi necessário quase um século e duas guerras mundiais para que a libra perdesse esse status para o dólar, e acredito que um tempo muito longo também seria necessário no caso em que o yuan fosse o substituto, o que também não é claro se essa seria a opção da comunidade internacional.

Entretanto, a China tem total consciência desses fatores e seu objetivo é começar a se tornar mais relevante como moeda, não vai conseguir substituir o dólar enquanto o Mosca estiver sendo publicado. Por outro lado, a violenta ação tomada pelos países ocidentais ao bloquear a reserva da Rússia provavelmente terá algum questionamento dos países emergentes em manter maior parcela nessa moeda.

Nesse sentido, uma notícia publicada na Bloomberg ‎comenta que o banco central da Rússia concedeu ao ‎Sberbank PJSC‎, o maior credor do país, uma licença para emitir e trocar ativos digitais. ‎

‎Usando a plataforma da Sber, as empresas podem emitir seus próprios ativos digitais para atrair investimentos de mercado, comprar ativos digitais através do sistema da Sber ou fazer outras transações de ativos digitais, disse o banco em um ‎‎declaração quinta-feira.‎  

Talvez essa seja uma porta de saída para os russos poderem se comunicar fora do sistema convencional. Um raciocínio lógico poderia se aplicar para o pagamento de dívidas vencendo, ou mesmo a compra de produtos do exterior através desse artifício das criptomoedas. O modelo seria o seguinte: uma empresa qualquer troca seus rublos por bitcoins e paga nessa moeda. Esse esquema tem um pequeno problema quem estaria disposto a comprar rublos em troca dos bitcoins? Não precisa ser um financista para calcular que rapidamente o rublo viraria pó gerando uma hiperinflação no país.

Mas o fato de emitir uma dívida nova em bitcoins é diferente pois não existe a troca mencionada acima, ao contrário, poderia ser uma das fontes de liquidez do rublo. Um outra pergunta surge, quem compraria esses títulos e a que taxa?

Por enquanto parece que a principal matéria prima de exportação da Rússia que é extremamente liquida está sendo negociada em dólares com descontos crescentes. Com a escassez que o mercado se encontra a necessidade de liquidez deve estar muito grande. Por outro lado, se 10% das reservas potenciais, e provavelmente do fluxo de negócios está com 30% de desconto, qual seria o preço normal do óleo em condições normais?


Tudo me parece um caso clássico da expulsão de uma moeda pela perda de credibilidade empurrando a Rússia para um cenário de hiperinflação. Situação bem complicada para o Putin que vai exigir uma solução rápida do conflito e de tal forma que tenha acesso as suas reservas.

No post a-ingratidão-do-sucesso, fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ... “Ao romper o nível de 13.065, a opção acima ganha preferência. Para quem entende de EW observa a formação (rara) de uma expanded diagonal, com altas e baixas se sucedendo até atingir o ponto de reversão ao redor de 12.400/11.800” ...


As altas que ocorreram está semana acabou eliminando a hipótese que eu tinha levantado de expanded diagonal.

- David assim é moleza até eu posso ser analista técnico, basta ir mudando até dar certo!

Você seria bem-vindo ao Hall de analistas evitaria esse tipo de pergunta! Eu achei que tinha enfatizado a existência de inúmeras (um número muito grande) combinações que uma correção pode tomar forma. Minha maneira de atuar nesses momentos é buscar “ the best look” onde considero o mais provável, mas mesmo assim, posso ser surpreendido com algo diferente.

Como ficamos daqui em diante? Bem, assumindo que a onda 4 terminou conforme o gráfico a seguir, ficaria assim:


Caso o cenário de alta que estou aguardando tenha começado, o que esperaria está expresso com a linha em azul, onde se visiona um objetivo ainda precoce de assertividade ao redor de 19.000, uma alta nada desprezível de 30%!

- Opa David, vamos embarcar então?

Ainda não, não tenho muita convicção que estamos nesse panorama de alta e não foi configurado ainda as 5 ondas internas da W1 em azul. Vou aguardar a complementação dessa onda e entrar posteriormente na retração da W2 em azul.


O SP500 fechou a 4.463, com alta de 1,17%; o USDBRL a R$ 5,0187, com queda de 0,40%; o EURUSD a € 1,1049, com queda de 0,37%; e o ouro a U$ 1.919, com queda de 1,17%.

Fique ligado!



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