O BC da China piscou #IBOVESPA

 


Resumo:

A manipulação da taxa de referência diária do yuan pelo Banco do Povo da China (PBOC), permitindo desvios de apenas 2%, gerou volatilidade e divisão entre analistas sobre a futura estabilidade da moeda. Uns veem um esforço para conter a desvalorização, enquanto outros preveem maior volatilidade com um possível afrouxamento do controle para favorecer as exportações. Esta incerteza se soma às preocupações com o crescimento da China, o sentimento do investidor e a força do dólar, aumentando o risco de impactos mais amplos no mercado de câmbio global. A comunicação ambígua do PBOC, ao alternar entre enfraquecer e fortalecer a taxa, não apenas confunde o mercado, mas também destaca a delicada linha que o banco tenta andar entre permitir a precificação de mercado e controlar a desvalorização do yuan.

Na seção de análise técnica sobre o IBOVESPA, o foco é a previsão de curto prazo indicando um objetivo de queda entre 123,3 mil e 122,4 mil pontos. A estratégia é esperar a conclusão de 5 ondas antes de considerar qualquer ação de compra, refletindo cautela e uma expectativa de recuperação futura.

 

A confiança no banco central de um país é fundamental para sua estabilidade financeira. Se os participantes desconfiam que ele está incerto, é certeza que a volatilidade vai aumentar. Citaria o caso muito conhecido ocorrido em 1992, quando o megainvestidor George Soros vendeu maciçamente a libra que se encontrava valorizada e colocou o Banco Central da Inglaterra de joelhos, forçando uma forte desvalorização da moeda. Diz se que custou ao BOE U$ 1,0 bilhão em valores da época.

Todo banqueiro central sabe que com câmbio não se brinca, pois se todos decidirem apostar contra a moeda ela entra em queda livre. Uma frase conhecida pelo mercado diz: o banco central não pode piscar — e parece que o da China piscou! A Bloomberg News relatou o que ocorreu no mercado cambial chinês nos últimos dias.

Os traders que buscam navegar pela parte mais crucial da gestão cambial da China estão encontrando a visibilidade cada vez mais turva.

Desde a última sexta-feira, as autoridades têm alternado para frente e para trás com sua ferramenta favorita para guiar as expectativas — a taxa de referência diária do yuan, que fixa a moeda em um nível em torno do qual ela só pode desviar 2%. Os formuladores de políticas primeiro provocaram uma venda do yuan parcialmente enfraquecendo a taxa, antes de causar um rebote por meio de configurações mais fortes nos dois dias seguintes.

Em vez de suavizar os nervosismos do mercado, a chamada fixação se tornou um dos principais motivos pelos quais traders e analistas agora estão tão divididos em suas previsões. Um grupo diz que o yuan provavelmente se estabilizará porque o Banco do Povo da China está tentando conter sua desvalorização, enquanto outro argumenta que a volatilidade aumentará à medida que os oficiais tentam afrouxar seu controle sobre a moeda e orientá-la para baixo, talvez para impulsionar as exportações.




Os sinais mistos adicionam outra camada de incerteza para os traders de yuan, que já estão lidando com a sombria perspectiva de crescimento da China, o sentimento fraco do investidor e o fortalecimento renovado do dólar. As mensagens mistas abrem espaço para oscilações potencialmente ainda mais amplas se os formuladores de políticas decidirem relaxar seu controle.

Com o yuan sendo uma fonte de estabilidade no mercado global de FX e uma âncora para seus pares regionais, um período de volatilidade aumentada do yuan arrisca transbordar para outras moedas, até mesmo para o dólar.

A sinalização do PBOC não foi "clara o suficiente", disse Alicia Garcia Herrero, economista-chefe da Ásia Pacífico na Natixis SA em Hong Kong. "Parece que a primeira mensagem foi para enfraquecê-lo, mas agora está com medo de um enfraquecimento muito forte."

 

Gatilho da Volatilidade

A última onda de volatilidade do yuan começou na sexta-feira, quando o banco central enfraqueceu a fixação pelo maior valor desde o início de fevereiro, uma decisão que alguns analistas disseram ser um sinal de Pequim de uma disposição para permitir que a moeda declinasse. Mas então veio uma reversão na segunda-feira, quando o PBOC estabeleceu a fixação com seu maior viés de fortalecimento desde novembro.

Na quarta-feira, o PBOC manteve a fixação pouco alterada, após fortalecer a taxa pelo maior valor desde janeiro na sessão anterior.

As mensagens incertas dadas pela taxa de referência diária são prejudiciais à gestão cambial do PBOC porque a ferramenta é o método mais importante e eficaz para guiar as expectativas do mercado. O fato de ser anunciado todos os dias de negociação ajuda os oficiais a reforçarem a mensagem e também estabelece uma barreira rígida para os movimentos da moeda. Além disso, a fixação não incorre em nenhum custo no balanço do PBOC, ao contrário da intervenção direta, que consome as reservas estrangeiras da nação.

"Pode haver uma nova linha na areia por enquanto para o yuan, embora ainda esteja incerto onde a linha está", disse Fiona Lim, estrategista sênior de câmbio no Malayan Banking Bhd. em Singapura. O PBOC está tentando caminhar uma linha fina entre permitir mais precificação de mercado enquanto controla o ritmo de desvalorização, disse ela.

 

Dicas de Política

A fixação é vista como uma das partes mais transparentes do regime cambial da China, pois o PBOC deixou claro que é baseada no nível de fechamento anterior do yuan onshore e nos movimentos subsequentes em outras moedas principais. Isso significa que quaisquer pistas sobre a política embutidas na taxa escolhida são mais fáceis de rastrear do que pistas de outras ferramentas, como orientação direcional, vendas de dólares de bancos estatais ou redução da liquidez em yuan em Hong Kong.

As diretrizes também significam que é possível prever a fixação com pelo menos algum sucesso. Na maior parte do tempo, a taxa não tem estado muito longe da estimativa média de traders e analistas em pesquisas da Bloomberg que começaram em 2018.

O uso ocasional da fixação pelo PBOC para apoiar o yuan raramente foi uma surpresa, mesmo durante episódios em que foi definido em níveis mais fortes do que o esperado — como fez no segundo semestre do ano passado — porque o banco central tem sido consistente em sua mensagem.




Embora seja difícil concluir o que o PBOC está tentando fazer com apenas alguns dias de fixações, alguns analistas sugeriram que está reagindo a fatores externos, como o Federal Reserve adiando um corte de taxa de juros muito antecipado e o Japão aumentando os custos de empréstimo pela primeira vez desde 2007. Enquanto muitos argumentam que o yuan tem espaço para enfraquecer em meio a saídas de ações e resiliência no dólar, os oficiais provavelmente buscarão um caminho lento para baixo, eles dizem.

"Parece que, por enquanto, os motivos existentes para manter o yuan estável — estabilidade sociopolítica, prevenção de saídas maiores, internacionalização do yuan — ainda estão compensando a lógica para ajuste", disse Joey Chew, chefe de pesquisa de câmbio na Ásia no HSBC Holdings Plc. "Temos que monitorar a fixação todos os dias de perto."

O PBOC não respondeu imediatamente a um fax solicitando comentários sobre sua política de fixação mais recente.

 

Ambiguidade Deliberada

Ainda assim, outros participantes do mercado dizem que a ambiguidade na mensagem pode ajudar o PBOC a alcançar melhor seus objetivos. O banco central tentou maximizar os efeitos de sua política monetária surpreendendo os traders, dizem eles.

"Como trader, claro, prefiro mais comunicação para que possamos nos posicionar melhor, no entanto, isso pode ser exatamente o que o PBOC está tentando evitar", disse Mingze Wu, trader de moeda da StoneX Financial Pte em Singapura. "Em vez de antecipar o banco central, deixar o processo de mercado natural tomar conta não é um objetivo irracional."

Interessante que nos comentários ninguém sugeriu que o banco central da China não soubesse o que fazer e que essas ações erráticas no curto prazo são a consequência. Ontem recebi um gráfico orientando quais moedas são interessantes para a operação de carry trade, que consiste em comprar a moeda com juro alto e vender a de juro baixo, em que o yuan era um dos candidatos à venda.

À primeira vista não faz sentido, pois nessa operação o yen sempre foi o carro chefe. Mas considerando que a taxa de juros em títulos chineses está caindo e o mercado acredita que deve cair mais pela situação econômica em que se encontra, — em conjunto com a política do banco central chines que na melhor das hipóteses está tentando que sua moeda se desvalorize pouco —, passa a ser boa para essa operação. O yen é mais arriscado dado a grande desvalorização que já sofreu, além de ter saído da política de juro zero – embora muito timidamente.




Para o Mosca, o banco central chines piscou e provavelmente terá muita dificuldade para manter a cotação do yuan.

No post risco-despercebido fiz os seguintes comentários sobre o IBOVESPA: ... “ Nada de diferente ocorreu na última semana, e os receios destacados acima permanecem. Para esclarecer, apresentarei algumas nuances técnicas: no gráfico semanal a seguir, as duas elipses denotam movimentos de correção na onda 2 azul e na onda 2 verde” ...



As explicações que dei na semana passada ajudam a entender minhas dúvidas, mas em nada o próximo passo a tomar. Não quero me alongar em novas possibilidades, pois em nada esclareceria a situação. Em todas elas existe uma tônica de alta mais à frente e é assim que trabalho. O objetivo da queda que está ocorrendo no curto prazo indica o intervalo entre 123, 3 mil / 122, 4 mil. Antes que meu amigo pergunte, não vou me aventurar na compra caso chegue a esse nível, mas sim esperar as 5 ondas e aí então agir.



O Sp500 fechou a 5.248, com alta de 0,86%; o USDBRL a R$ 4,9801, sem variação; o EURUSD a € 1,0826, sem variação; e o ouro a U$ 2.193, com alta de 0,68%.

Fique ligado!

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